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Campanha usa título de eleitor gigante para chamar jovens para votar

Repro­dução: © FOTOS Fer­nan­do Cav­al­can­ti

Dados do documento são de Edson Luís, estudante morto na ditadura


Publicado em 21/04/2024 — 17:32 Por Daniel Mello — Repórter da Agência Brasil — São Paulo

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Incen­ti­var os jovens a votar como for­ma de for­t­ale­cer a democ­ra­cia é o obje­ti­vo da cam­pan­ha ide­al­iza­da por sete orga­ni­za­ções da sociedade civ­il. Para chamar a atenção para o tema, foi lev­a­do para a Aveni­da Paulista, região cen­tral da cap­i­tal, neste domin­go (21), um títu­lo de eleitor em taman­ho gigante. A répli­ca do doc­u­men­to é um lem­brete de que o pra­zo para pedir o títu­lo e ficar apto para votar nas eleições de 2024 é o dia 8 de maio.

Homenagem

Os dados do doc­u­men­to gigante são de Edson Luís, estu­dante assas­si­na­do por agentes da ditadu­ra mil­i­tar em 1968 quan­do tin­ha 18 anos de idade. “O Edson não era nec­es­sari­a­mente um jovem políti­co, ele não esta­va brig­an­do por políti­ca, por algum par­tido especí­fi­co, por uma pau­ta especí­fi­ca, ele esta­va brig­an­do por comi­da, mel­ho­rias no ban­de­jão, e ele foi assas­si­na­do num con­fron­to com a polí­cia, numa repressão a essa man­i­fes­tação que estavam fazen­do”, detal­ha o sociól­o­go e coor­de­nador da cam­pan­ha, Hér­cules Laino.

O estu­dante não tin­ha títu­lo de eleitor. As eleições dire­tas para pres­i­dente só seri­am retomadas em 1989, após grandes mobi­liza­ções pop­u­lares. “Faz­er esse títu­lo para ele é sim­bóli­co. É um ense­jo para a gente poder voltar nes­sa dis­cussão sobre a importân­cia de ter o nos­so títu­lo, a importân­cia da gente votar, de for­t­ale­cer a democ­ra­cia, porque ela é frágil”, expli­ca Laino a respeito da escol­ha do nome de Edson para a hom­e­nagem.

Democracia frágil

Essa é uma dis­cussão impor­tante de se faz­er, segun­do o sociól­o­go, com a juven­tude de hoje, que não viveu a repressão da ditadu­ra, espe­cial­mente com os ataques feitos às democ­ra­cias pela extrema dire­i­ta em todo o mun­do. “A gente traz um pouco de toda essa história jun­tos, todas essas questões sobre a frag­ili­dade da democ­ra­cia, ain­da mais num con­tex­to atu­al, não só brasileiro, mas na Améri­ca Lati­na e mundi­al com alguns gov­er­nantes um pouco mais con­ser­vadores, que têm tendên­cia a fler­tar com o autori­taris­mo”, diz.

Nos próx­i­mos dias, o títu­lo de Edson Luís deve per­cor­rer out­ros pon­tos da cap­i­tal paulista que reúnem jovens. “A gente con­ver­sa com os jovens para incen­ti­var a votar, explicar como é esse proces­so para tirar o títu­lo, sobre a obri­ga­to­riedade da bio­me­tria. Tam­bém con­ver­samos com alguns adul­tos — pais, tios — para eles con­ver­sarem com fil­hos e sobrin­hos sobre a importân­cia dis­so”, acres­cen­ta.

A cam­pan­ha é pro­movi­da pelas seguintes orga­ni­za­ções: Insti­tu­to Lam­pa­r­i­na, lab­Ex­per­i­men­tal, Girl Up, Quid, Avaaz, Em Movi­men­to e Poli­tize.

Como tirar o título

De acor­do com os orga­ni­zadores, a par­tir dos dados do Insti­tu­to Brasileiro de Geografia e Estatís­ti­ca, estão aptos a votar 5,7 mil­hões de jovens, de 16 a 18 anos.

Para tirar o títu­lo pela primeira vez é necessário bus­car um Cartório Eleitoral no mes­mo esta­do em que mora, com doc­u­men­to ofi­cial com foto e com­pro­vante de residên­cia. Pes­soas do gênero mas­culi­no que com­pletem 19 anos de idade neste ano devem apre­sen­tar ain­da o com­pro­vante de quitação mil­i­tar.

Edição: Graça Adju­to

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