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Campeão mundial, vôlei sentado feminino faz intercâmbio visando Paris

Repro­dução: © ALE CABRAL/CPB

Seleção brasileira realiza semana de treinos com Canadá, vice do mundo


Pub­li­ca­do em 08/04/2023 — 20:43 Por Lin­coln Chaves — Repórter da EBC — São Paulo

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O inédi­to títu­lo mundi­al de vôlei sen­ta­do, con­quis­ta­do em Sara­je­vo (Bós­nia e Herze­gov­ina), em novem­bro, fez da seleção brasileira fem­i­ni­na a nova refer­ên­cia da modal­i­dade, prat­i­ca­da por atle­tas com defi­ciên­cia de loco­moção. Não à toa, as ativi­dades da equipe no Cen­tro de Treina­men­to Par­alímpi­co, em São Paulo, na últi­ma sem­ana, tiver­am a par­tic­i­pação, jus­ta­mente, do time der­ro­ta­do na final há cin­co meses, o Canadá.

“A gente tem difi­cul­dade grande de jog­ar fora, então, quan­do tem um inter­câm­bio dess­es, é impor­tan­tís­si­mo. Prin­ci­pal­mente sendo uma equipe como o Canadá, que é o vice mundi­al. Gan­hamos aque­la final por 3 sets a 2, foi muito difí­cil”, anal­isou o téc­ni­co Fer­nan­do Guimarães, que é irmão de José Rober­to Guimarães, treinador da seleção fem­i­ni­na de vôlei e tri­cam­peão olímpi­co.

Durante a sem­ana, as seleções realizaram ativi­dades mis­tu­radas entre si e dis­putaram amis­tosos. As brasileiras, aliás, vence­r­am sete dos oito jogos dis­puta­dos com as rivais.

“Antiga­mente, ninguém que­ria treinar com a gente. Hoje, todo mun­do quer [risos]”, comen­tou Janaí­na Petit, atle­ta da seleção brasileira. “É muito bom poder treinar com as mel­hores equipes. Acho que [este ano] tam­bém virão Itália e Ale­man­ha. A gente não tin­ha ess­es inter­câm­bios, então, é mar­avil­hoso”, com­ple­tou a jogado­ra de 45 anos, elei­ta a mel­hor do Mundi­al do ano pas­sa­do.

A seleção fem­i­ni­na tem duas com­petições pela frente em 2023. A primeira delas, em maio, é o campe­ona­to pan-amer­i­cano, em Edmon­ton (Canadá). Em novem­bro, a equipe dis­pu­ta a Copa do Mun­do, no Cairo (Egi­to). Nos dois even­tos, o campeão se clas­si­fi­ca aos Jogos Par­alímpi­cos de Paris. Como o Brasil já está asse­gu­ra­do nos Jogos, por con­ta do títu­lo mundi­al, os torneios servirão como preparação. As canadens­es, porém, têm de vencer ao menos um dos even­tos para tam­bém chegarem lá.

“Por isso viemos para cá. É óti­mo estar no Brasil, jog­a­r­mos com a mel­hor equipe do mun­do e estar­mos com eles fora do ambi­ente com­pet­i­ti­vo”, disse a téc­ni­ca canadense Nicole Ban, que dirigiu a seleção na Par­alimpía­da de Tóquio, em 2021, quan­do as brasileiras tam­bém levaram a mel­hor na dis­pu­ta pela medal­ha de bronze.

“Foi uma sem­ana para desen­volver­mos nos­so jogo, apren­der coisas novas de for­ma diver­ti­da, mas tam­bém com­pet­i­ti­va, dis­putar no mais alto nív­el”, com­ple­tou Danielle Ellis, atle­ta da seleção do Canadá que par­ticipou dos treinos em São Paulo.

A tro­ca de exper­iên­cias ao lon­go da sem­ana, porém, não sig­nifi­ca “abrir o jogo” para um pos­sív­el adver­sário por uma inédi­ta medal­ha de ouro par­alímpi­ca em 2024. Guimarães, por exem­p­lo, rev­el­ou ter uti­liza­do for­mações difer­entes nos oito jogos-treino do inter­câm­bio.

“A gente tem, no Brasil, 12 a 14 jogado­ras de nív­el muito pare­ci­do. Então, difi­cil­mente eu começo ou acabo um jogo com o mes­mo time. Entre todas as for­mações, está a que sairá jogan­do [na Par­alimpía­da], mas elas não vão saber. Mes­mo na Copa do Mun­do a gente estará o tem­po inteiro rodan­do. O pes­soal deve achar que somos malu­cos, mas, aqui den­tro, sabe­mos o que esta­mos fazen­do. O que der para escon­der, vamos escon­der. O foco é Paris”, afir­mou o téc­ni­co.

“É meio difí­cil [escon­der o jogo], mas a gente ten­ta [risos]. Esta­mos pas­san­do por algu­mas mudanças no time, de posições [na quadra] que ocupá­va­mos”, con­cluiu Janaí­na.

A modalidade

Assim como no vôlei con­ven­cional, a ver­são sen­ta­da é dis­puta­da por seis jogadores em cada lado. A quadra, porém, é menor, com 10 met­ros (m) de com­pri­men­to por 6 m de largu­ra. A rede tem 1,15 m nas par­tidas mas­culi­nas e 1,05 m nas fem­i­ni­nas. As atle­tas podem blo­quear o saque do adver­sário, mas devem man­ter con­ta­to com o solo durante todo o tem­po, exce­to nos deslo­ca­men­tos.

Se a seleção fem­i­ni­na do Brasil está garan­ti­da na Par­alimpía­da, a mas­culi­na terá de bus­car vaga em Paris nas mes­mas condições que as canadens­es: sendo campeã em Edmon­ton ou na Copa do Mun­do. O time dos home­ns, que foi medal­hista de bronze no Mundi­al, bati­do pelo favorito Irã na semi­fi­nal, tam­bém é dirigi­do por Fer­nan­do Guimarães.

Edição: Marce­lo Brandão

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