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Candidatos chegam para o CNU com expectativa e esperança

Repro­dução: © Tânia Rêgo/Agência Brasil

Salário e estabilidade no serviço público motivam concorrentes


Publicado em 18/08/2024 — 10:42 Por Vitor Abdala — Repórter da Agência Brasil — Rio de Janeiro

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O Con­cur­so Públi­co Nacional Unifi­ca­do (CPNU), apel­i­da­do de Enem dos con­cur­sos, mobi­liza mais de 2,1 mil­hões de pes­soas neste domin­go (18), todas em bus­ca de um emprego no serviço públi­co fed­er­al. A pro­porção nun­ca antes vista deste que, segun­do Min­istério da Gestão e da Ino­vação em Serviços Públi­cos, o maior da história do Brasil, provo­ca ansiedade e expec­ta­ti­va nos can­didatos.

Na fac­ul­dade Unisuam, na zona norte da cidade do Rio de Janeiro, a movi­men­tação de can­didatos começou logo cedo. Pouco antes da aber­tu­ra dos portões, às 7h30, uma enorme fila con­tor­na­va um quar­teirão, se esten­den­do entre as avenidas Paris, onde fica a fac­ul­dade, Praça das Nações e a Aveni­da Lon­dres.

A jor­nal­ista Taiani Mendes, que con­corre a vagas no blo­co 7, chegou antes da aber­tu­ra dos portões, com medo de se atrasar e perder a pro­va. “É mel­hor adi­antar do que atrasar. Eu moro longe. Fiquei com medo do ônibus não pas­sar, do Uber ficar caro”, con­tou. “Acho que vai ser muito cansati­vo, um dia inteiro de pro­va”, acres­cen­tou a can­di­da­ta que, ape­sar dis­so, acred­i­ta que vale a pena con­cor­rer a uma vaga no serviço públi­co. A esta­bil­i­dade no emprego é o atra­ti­vo.

A pro­fes­so­ra Andreza San­tos de Andrade tam­bém con­corre a vagas no blo­co 7 e chegou cedo ao local de pro­va. “Eu tra­bal­hei muito tem­po na Fiocruz, como ter­ce­i­riza­da, então vi que o serviço públi­co é uma boa opção, tan­to pela questão da jor­na­da de tra­bal­ho quan­to pela remu­ner­ação. Ten­ho feito vários con­cur­sos, com a con­sciên­cia de que quan­to mais me preparo, maiores são as min­has chances”.

Rio de Janeiro (RJ), 18/08/2024 - O desenhista, Lucas Santoro, chega para realizar as provas do Concurso Público Nacional Unificado (CPNU), na Unisuam, zona norte da cidade. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
Repro­dução: O desen­hista Lucas San­toro quer novas opor­tu­nidades no serviço públi­co. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Servi­dor públi­co há dez anos, o desen­hista pro­jetista Lucas San­toro, que tra­bal­ha no Cen­tro Fed­er­al de Edu­cação Tec­nológ­i­ca do Rio de Janeiro (Cetet-RJ), bus­ca no CPNU, novas opor­tu­nidades no fun­cional­is­mo públi­co. “Estou bus­can­do uma mudança de ares, per­manecen­do no Exec­u­ti­vo fed­er­al. Bus­co salário mel­hor e uma mudança de ativi­dade”, disse, pouco antes de entrar no local de pro­va.

As provas estão sendo apli­cadas em out­ros 292 locais na cidade do Rio e 402 no esta­do. Na Uni­ver­si­dade do Esta­do do Rio de Janeiro (Uerj), tam­bém na zona norte da cap­i­tal flu­mi­nense, o esque­ma de segu­rança con­tou com uma patrul­ha da Força Nacional de Segu­rança. Cer­ca de 250 home­ns da força estão atuan­do em locais de pro­va de 29 municí­pios de oito esta­dos.

Suellen de Paula Mar­tins, que tra­bal­ha como fun­cionária ter­ce­i­riza­da no Judi­ciário estad­ual, faz o exame na Uerj e está ten­tan­do uma vaga para anal­ista admin­is­tra­ti­vo.

“Espero que seja um con­cur­so tran­qui­lo e fácil, na medi­da do pos­sív­el. Optei pela admin­is­tração públi­ca porque, na min­ha mente, tra­bal­han­do nes­sa área e estando no meio, eu pode­ria mel­ho­rar algu­ma coisa e con­tribuir para a sociedade”, con­ta.

Projeto pessoal

Próx­i­mo da Uerj, na Esco­la Téc­ni­ca Fer­reira Viana, a cien­tista social e bacharel em dire­ito Cleonei­de Sousa Vieira Alexan­dre, de 47 anos, espera ser clas­si­fi­ca­da para uma das vagas de audi­tor fis­cal do tra­bal­ho e con­quis­tar tan­to esta­bil­i­dade finan­ceira quan­to real­iza­ção profis­sion­al.

“Con­cur­so públi­co existe como um pro­je­to des­de os meus 26 anos, após me for­mar em ciên­cias soci­ais. Depois entrei num cur­so de dire­ito e, no meio dessa grad­u­ação, engravidei. Com a mater­nidade, acabei abrindo mão da profis­são e dei uma para­da nesse pro­je­to de con­cur­so públi­co. Neste ano, eu retomei, emb­o­ra estu­dar ten­ha sido um desafio”, rela­ta.

Oportunidade

Jes­si­ca Rodrigues é for­ma­da em dire­ito e chegou a ser aprova­da na pro­va da Ordem dos Advo­ga­dos do Brasil (OAB), mas não quis seguir na car­reira da advo­ca­cia. No CPNU, ela tam­bém con­corre a uma vaga para audi­tor fis­cal do tra­bal­ho.

“O Enem dos Con­cur­sos trouxe a pos­si­bil­i­dade da par­tic­i­pação dos can­didatos com a redução de cus­tos com via­gens, hospedagem, ali­men­tação, que seri­am indis­pen­sáveis se o proces­so não fos­se unifi­ca­do. Me inscrevi para o car­go de audi­tor fis­cal do tra­bal­ho, em razão da ofer­ta de vagas ofer­e­ci­das no cer­tame e dos venci­men­tos, bem como pela divisão de blo­cos pos­si­bil­i­tar que o can­dida­to dis­pute ao mes­mo tem­po a vários car­gos, de acor­do com a sua prefer­ên­cia e ordem de clas­si­fi­cação”, expli­ca.

A estu­dante de admin­is­tração públi­ca da Uni­ver­si­dade Fed­er­al Flu­mi­nense (UFF), Yas­min Fer­reira, faz a pro­va na própria fac­ul­dade, em Niterói, no Grande Rio, e vai con­cor­rer a uma das vagas de nív­el médio do CPNU.

“Por ser estu­dante de admin­is­tração públi­ca, vejo nesse con­cur­so uma opor­tu­nidade para que as pes­soas pos­sam entrar no serviço públi­co e ten­ham mais esta­bil­i­dade finan­ceira, que é o meu caso. Acho esse pro­je­to [do CPNU] muito inter­es­sante, pois acred­i­to que pos­sa traz­er um novo vig­or ao serviço públi­co, com servi­dores novos, com novas ideias e críti­cas con­stru­ti­vas, que tragam mel­ho­rias à pop­u­lação”.

Atrasos

Rio de Janeiro (RJ), 18/08/2024 - O candidato, Guilherme Oliveira, chega atrasado para realizar as provas do Concurso Público Nacional Unificado (CPNU), na UERJ, zona norte da cidade. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
Repro­dução: O can­dida­to Guil­herme Oliveira chega atrasa­do para as provas do Con­cur­so Públi­co Nacional Unifi­ca­do (CPNU). Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Alguns can­didatos, no entan­to, pre­cis­arão esper­ar uma nova opor­tu­nidade. O jor­nal­ista Guil­herme de Oliveira, por exem­p­lo, chegou às 8h35 à Uerj. Os portões tin­ham fecha­do cin­co min­u­tos antes e ele ficou de fora do exame.

“O trân­si­to nem esta­va ruim. Eu que me orga­nizei mal. Devia ter saí­do mais cedo. Mas está feito, ten­ho que assumir min­ha respon­s­abil­i­dade [pelo atra­so]. Mas tem out­ras provas pela frente”, lamen­tou.

As provas, obje­ti­va e dis­cur­si­va, serão apli­cadas em dois turnos: man­hã e tarde. De acor­do com o crono­gra­ma divul­ga­do pelo Min­istério da Gestão, o gabar­i­to das provas sai na próx­i­ma terça-feira (20) e as notas serão divul­gadas em 8 de out­ubro. O resul­ta­do final está pre­vis­to para 21 de novem­bro.

Edição: Marce­lo Brandão

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