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Caravana ouve demandas de povos ciganos por políticas públicas

Repro­dução: © MIR/Divulgação

Duas mil pessoas de seis estados já foram ouvidas


Pub­li­ca­do em 30/01/2024 — 08:17 Por Luiz Cláu­dio Fer­reira — Repórter da Agên­cia Brasil — Brasília

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Embaixo de árvores, nas comu­nidades, em auditórios, em esco­las, nas ruas, não impor­ta o lugar. Ciganos que vivem em todo o Brasil estão sendo chama­dos por servi­dores do Min­istério da Igual­dade Racial para que apre­sen­tem as prin­ci­pais difi­cul­dades do dia a dia. Na segun­da (29) e nes­ta terça (30), a car­a­vana Brasil Cigano está na cidade de Por­to Seguro (BA). Des­de maio, a ini­cia­ti­va já vis­i­tou 12 cidades de seis esta­dos e ouviu cer­ca de duas mil pes­soas.  

A ideia é prestar apoio e via­bi­lizar políti­cas públi­cas a comu­nidades em situ­ação de vul­ner­a­bil­i­dade e que são alvos de pre­con­ceito.  Segun­do o secretário de Políti­cas para Quilom­bo­las, Povos e Comu­nidades Tradi­cionais de Matriz Africana, Povos de Ter­reiros e Ciganos, Ronal­do dos San­tos, até o momen­to a car­a­vana escutou famílias das etnias Calon (a mais expres­si­va do país) e Rom. “A gente pre­cis­aria con­hecer de per­to os povos ciganos, ouvir o que querem diz­er, con­hecer a diver­si­dade porque muito pouco se sabe sobre ess­es povos”, afir­mou o secretário.

Política nacional

Segun­do San­tos, exis­tem ciganos que ain­da vivem no nomadis­mo (de for­ma itin­er­ante), que são ter­ri­to­ri­al­iza­dos e semi­ter­ri­to­ri­al­iza­dos. Ele adi­anta que o gov­er­no pre­tende lançar uma políti­ca nacional para os povos ciganos no dia 24 de maio (Dia do Povo Cigano).

“A gente tem diver­si­dade de cenários dos ciganos brasileiros. Há quem vive em ran­chos, em lona, à beira de estra­da, em situ­ações muito vul­neráveis à inse­gu­rança ali­men­tar extrema. Out­ras comu­nidades não têm a pobreza como prin­ci­pal recla­mação, mas sofrem mui­ta dis­crim­i­nação”. Por isso, as reivin­di­cações são de políti­cas públi­cas e pro­teção, já que são víti­mas de anti­ci­gan­is­mo, tan­to por causas soci­ais quan­to cul­tur­ais.

Ciganos. Foto: MIR/Divulgação
Repro­dução: Ciganos. Foto Min­istério da Igual­dade Racial — Divul­gação

Ele expli­ca que a invis­i­bil­i­dade fez parte da estraté­gia dos povos ciganos persegui­dos e seria uma uma for­ma de auto­pro­teção. “Temos que enten­der que o Esta­do, para o povo cigano, é novo. Eles sem­pre fugi­ram do Esta­do porque sofr­eram perseguições”. Ronal­do dos San­tos avalia que é pre­ciso ter com­preen­são sobre os proces­sos de diál­o­go com ess­es povos.

Inclu­sive, uma das difi­cul­dades do Esta­do é iden­ti­ficar onde resi­dem essas comu­nidades. Há uma esti­ma­ti­va de 1  mil­hão de pes­soas ciganas no Brasil, mas seria um número sub­no­ti­fi­ca­do. Uma pista é pelo cadas­tro úni­co brasileiro para bene­fí­cios soci­ais. “Nem todo cigano está no cadas­tro e tem receio de ser iden­ti­fi­ca­do como cigano. Isso que a gente está fazen­do traz um sen­ti­men­to muito grande de respon­s­abil­i­dade porque há uma dívi­da do Brasil com essas pes­soas”, diz.

Edição: Graça Adju­to

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