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Cartilha traz dicas para garantir segurança de crianças em abrigos

Repro­dução: © Pedro Piegas/PMPA

Orientações podem evitar casos de violência


Publicado em 10/05/2024 — 19:36 Por Marcello Antunes — Repórter da Agência Brasil — São Paulo

O cuida­do com as cri­anças que se encon­tram em abri­gos dev­i­do ao momen­to de calami­dade no qual o Rio Grande do Sul se encon­tra deve ser redo­bra­do para evi­tar casos de vio­lên­cia de toda natureza — sex­u­al, psi­cológ­i­ca e físi­ca. A avali­ação é da pro­fes­so­ra Luísa Habigzang, coor­de­nado­ra do Grupo de Pesquisa Vio­lên­cia, Vul­ner­a­bil­i­dade e Inter­venções Clíni­cas da Esco­la de Ciên­cias da Saúde e da Vida da Pon­tif­í­cia Uni­ver­si­dade Católi­ca do Rio Grande do Sul (PUC-RS) que con­cedeu entre­vista à Agên­cia Brasil.

Para que os vol­un­tários exerçam o apoio nos cuida­dos, uma car­til­ha, lança­da pela uni­ver­si­dade, ori­en­ta, inclu­sive, como pro­ced­er no momen­to de col­her algum rela­to de abu­so sofri­do. “Temos que zelar pela inte­gri­dade das cri­anças, até porque são cen­te­nas de pes­soas que não se con­heci­am antes da catástrofe”, expli­cou.

A pro­fes­so­ra disse que das 250 pes­soas abri­gadas no cen­tro esporti­vo da uni­ver­si­dade, 60 são crianças.Todas rece­ber­am uma iden­ti­fi­cação e são mon­i­toradas em tem­po inte­gral por mon­i­tores, alunos ou mes­mo vol­un­tários. “Isso é necessário porque há mães que têm mais de um fil­ho e os out­ros são menores. Às vezes é impos­sív­el acom­pan­há-los e o risco de abu­so jus­ta­mente ocorre quan­do estão longe da pre­sença de um respon­sáv­el”, disse.

Segun­do Luísa, é recomendáv­el que os “respon­sáveis refer­ên­cia” este­jam próx­i­mos durante o dia e tam­bém durante a noite. Se uma cri­ança vai ao ban­heiro, ela deve ser acom­pan­ha­da. “Esta­mos tra­bal­han­do na per­spec­ti­va das cri­anças, ado­les­centes e das mul­heres, por ser um dev­er com­par­til­ha­do de todos de não torná-las vul­neráveis em hipótese algu­ma. Isso sig­nifi­ca mon­i­torar quem entra e quem sai do abri­go. Infe­liz­mente, há muitos casos de abu­sos con­tra cri­anças e mul­heres em momen­tos como este que pas­sa o Rio Grande do Sul”.

A car­til­ha lança­da pela PUCRS, didáti­ca, está con­tribuin­do para que os vol­un­tários, agentes públi­cos, jor­nal­is­tas, profis­sion­ais de saúde e de out­ras áreas saibam como pro­ced­er no tra­bal­ho den­tro dos abri­gos. “A nos­sa car­til­ha pode con­tribuir para out­ras situ­ações de calami­dade que, infe­liz­mente, poderão acon­te­cer no país”, obser­vou Luísa.

De acor­do com a pro­fes­so­ra, geral­mente não são ape­nas os adul­tos que chegam ao abri­go que estão em choque ou vul­neráveis, as cri­anças são as que mais sofrem e, pior, silen­ciosa­mente, por não saberem como expres­sar o sen­ti­men­to. “É por esta razão que os mon­i­tores de abri­gos devem ser qual­i­fi­ca­dos para exercer o cuida­do sem a pos­si­bil­i­dade de uma pes­soa, adul­ta ou não, se sen­tir feri­da. Quem é obri­ga­do a vir para os abri­gos não podem ser revitimiza­dos”, defende.

Fake news

Pro­fes­sores e pesquisadores da PUCRS estão unidos no tra­bal­ho de dis­sem­i­nação de infor­mações ver­dadeiras, cor­re­tas, con­tra as fake news que surgem. A pesquisado­ra Andreia Mendes, do Pro­gra­ma de Pós-Grad­u­ação em Edu­cação e inte­grante do Lab­o­ratório das Infân­cias, ori­en­ta como é pos­sív­el inter­a­gir de maneira saudáv­el e respeitosa com as cri­anças.

“A cri­ança que está abri­ga­da não está ali em uma situ­ação con­fortáv­el. Elas expres­sam no olhar inúmeros sen­ti­men­tos”, obser­va. Nas abor­da­gens às cri­anças, ori­en­ta, é recomen­da­do per­mi­tir o silên­cio; infor­mar que ela está segu­ra no abri­go; não faz­er promes­sas de que vai ficar tudo bem; não retirá-la do con­ta­to com a família onde se sente segu­ra; enten­der que cada cri­ança se comu­ni­ca de for­ma difer­ente e aten­der as neces­si­dades bási­cas e per­gun­tar como elas se sente.

Os mon­i­tores devem explicar a uma cri­ança peque­na, de for­ma lúdi­ca, o que está acon­te­cen­do; tam­bém devem con­sci­en­ti­zar sobre as doenças que poderão sur­gir quan­do as águas baixarem. “O momen­to é de escu­ta ati­va e empa­tia. É pre­ciso  enten­der que os desabri­ga­dos pas­saram por situ­ações de trau­ma e, as cri­anças, têm mais difi­cul­dades de com­preen­são da com­plex­i­dade da situ­ação”, disse.

O pro­fes­sor da PUCRS Chris­t­ian Cristensen, coor­de­nador do Núcleo de Estu­dos e Pesquisa em Trau­ma e Estresse, é o respon­sáv­el por min­is­trar o cur­so, que aca­ba de ser lança­do, Primeiros Cuida­dos Psi­cológi­cos. Real­iza­do na for­ma de duas breves vídeoaulas, apre­sen­tam os princí­pios gerais desse pro­to­co­lo da Orga­ni­za­ção Mundi­al da Saúde para inter­venções em situ­ações de crises, desas­tres e catástro­fes. As aulas podem ser aces­sadas livre­mente por qual­quer vol­un­tário que este­ja pre­stando acol­hi­men­to às víti­mas das enchentes no Rio Grande do Sul ou para quem quer se preparar para even­tu­ais casos. O cur­so foi uma ini­cia­ti­va con­jun­ta da PUCRS com o Con­sel­ho Region­al de Psi­colo­gia do Rio Grande do Sul

As aulas podem ser aces­sadas em três partes:

Parte 1

Parte 2

Pro­to­co­lo da OMS 


 

 

 

Edição: Fer­nan­do Fra­ga

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