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Casa usada em gravações de “Ainda Estou Aqui” atrai fãs e curiosos

Após Globo de Ouro, imóvel reúne turistas em busca de fotos

Cristi­na Indio do Brasil — Repórter da Agên­cia Brasil
Pub­li­ca­do em 08/01/2025 — 08:05
Rio de Janeiro
Rio de Janeiro (RJ), 07/01/2025 – Fachada da casa na Urca que serviu de locação para o filme Ainda estou aqui, de Walter Salles. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
Repro­dução: © Tomaz Silva/Agência Brasil

Des­de a con­quista do Globo de Ouro pela atriz Fer­nan­da Tor­res, na madru­ga­da de segun­da-feira (6), a casa loca­da para as gravações do lon­ga “Ain­da Estou Aqui” pas­sou a atrair a atenção de fãs e curiosos. Local­iza­da na esquina da Aveni­da João Luiz Alves com a Rua Roquete Pin­to, no bair­ro da Urca, zona sul do Rio, a residên­cia se desta­ca entre as demais. Ago­ra, as calçadas próx­i­mas reúnem tur­is­tas em bus­ca de fotos.

A paulista Nicole Alves veio a tur­is­mo para o Rio jun­to com a família e aproveitou o pas­seio pela Urca para con­hecer a casa. A anal­ista de plane­ja­men­to com­er­cial gos­tou do prêmio rece­bido por Fer­nan­da Tor­res. “É bom e a gente gan­ha bas­tante vis­i­bil­i­dade  É o nos­so  país e a nos­sa arte nacional para o mun­do inteiro”, con­tou à reportagem da Agên­cia Brasil na calça­da em frente à casa.

“A gente aca­ba se sentin­do den­tro do filme de algu­ma for­ma. Eu ain­da não assisti, mas ten­ho certeza que quan­do assi­s­tir vou poder visu­alizar mel­hor por ter esta­do aqui”, con­cluiu.

A musicista Lívia Savi­ni, de 22 anos, que morou com a família na casa entre setem­bro de 2019 e dezem­bro de 2022, con­sid­era a trans­for­mação em pon­to turís­ti­co algo inusi­ta­do e engraça­do. “É muito legal que as pes­soas se iden­ti­fiquem com esta casa e com os vídeos que a gente pos­tou com a família. Acho muito espe­cial ver tan­tas pes­soas que tam­bém se apaixonaram pela casa e que falem sobre isso e mais ain­da sobre esse filme que é impor­tante; um grande filme que merece todos os prêmios que pud­er”, afir­mou, incluin­do neles a cam­pan­ha a favor do Oscar para a pro­dução e para Fer­nan­da Tor­res.

O filme “Ain­da Estou Aqui” mexeu com as memórias de Lívia. Ela con­ta que ao ver o lon­ga as lem­branças se mis­tu­raram trazen­do novas sen­sações e um grande impacto. “Foi gigante por várias coisas. Primeiro, um filme mar­avil­hoso desse feito na nos­sa casa. Eu e min­ha família somos fãs do Wal­ter Salles [dire­tor], da Fer­nan­da Tor­res, do Sel­ton Mel­lo. Um filme com essas pes­soas já era uma coisa que a gente ficou com mui­ta expec­ta­ti­va, mas o impacto da história tão impor­tante para o Brasil, tão impor­tante para a memória políti­ca do Brasil.´É muito impor­tante. Pare­ci­am as nos­sas memórias retratadas na tela, porque pare­cia uma tradução lit­er­al. Os momen­tos da família ali den­tro, pare­ci­am os momen­tos que a gente viveu lá. O impacto foi trip­li­ca­do”, disse à Agên­cia Brasil.

“Ten­ho memórias mar­avil­hosas da casa. A gente viveu bons momen­tos lá. É uma casa muito boa de se morar, muito acol­he­do­ra”, com­ple­tou.

Rio de Janeiro (RJ), 07/01/2025 –A analista de panejamento comercial, Nicole Alves posa em frente a casa que serviu de locação para o filme Ainda estou aqui, de Walter Salles. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
Repro­dução: Rio de Janeiro — A anal­ista de plane­ja­men­to com­er­cial, Nicole Alves, posa em frente à casa que serviu de locação para o filme “Ain­da Estou Aqui”, de Wal­ter Salles. Foto:Tomaz Silva/Agência Brasil

Pandemia

A vida famil­iar naque­le local ficou mais inten­sa no perío­do da pan­demia. Por causa do lock­down, ficavam 24 horas jun­tos, todos os dias. “Aque­la era a mel­hor casa na época da pan­demia porque é espaçosa”, rev­el­ou, acres­cen­tan­do que neste perío­do tam­bém tiver­am a tris­teza da per­da do avô com covid-19.

A casa é sim­bóli­ca para a jovem musicista. É o local onde com­pôs as primeiras músi­cas. Lívia, que já par­ticipou de ban­das, ago­ra, está foca­da em um tra­bal­ho autoral a ser lança­do nas platafor­mas dig­i­tais no meio deste ano.

“É muito irôni­co, porque o nome do tra­bal­ho é “Ruí­nas” e fala exata­mente dessa relação entre o amor e as con­struções do amor.  Sobre quais con­struções per­manecem por causa do amor e como o amor eterniza memórias em con­struções. Como fiz essas com­posições na casa, que teve esse filme com o qual todo mun­do se conec­tou, de uma cer­ta for­ma, eterni­zou a memória da min­ha família, eterni­zou a memória da Eunice Pai­va e dessa família. Para mim está tudo conec­ta­do. Cada vez mais perce­bo como o cin­e­ma, a músi­ca, a arte e a história estão todos conec­ta­dos”, pon­tu­ou.

Foi ali tam­bém, onde mora­va com o pai Ricar­do, a madras­ta Juliana, e uma irmã Ornela, que nasceu Cecília, a sua irmã mais nova, que com­ple­tará cin­co anos em fevereiro. “Eu fiz um vídeo que viral­i­zou e em muitas dessas memórias está a min­ha irmãz­in­ha bebê, crescen­do. Foi muito bom poder cur­tir com ela”, desta­cou, infor­man­do que os vídeos da família atin­gi­ram 1 mil­hão de visu­al­iza­ções no Tik­Tok e 400 mil no Insta­gram.

“Viral­i­zou. Foi out­ra lou­cu­ra e todo mun­do comen­tan­do sobre a casa, dizen­do ‘casa mar­avil­hosa, quero morar lá, amei esse filme. Como foi para vocês?’. Foi muito grande o choque para a gente”.

Quan­do soube que a casa seria usa­da para uma pro­dução cin­e­matográ­fi­ca, o que foi uma sur­pre­sa, Lívia já tin­ha se muda­do de lá com a família para o bair­ro de Ipane­ma, tam­bém na zona sul. Não chegou a assi­s­tir às fil­ma­gens, mas antes das gravações começarem pôde notar mudanças na parte exter­na do imóv­el. A pin­tu­ra foi envel­he­ci­da, as varan­das fechadas, o portão elétri­co foi reti­ra­do. Isso até revoltou os ex-moradores até que sou­ber­am por uma atriz ami­ga da irmã que as mudanças eram para o imóv­el abri­gar cenas de um filme que ela faria parte do elen­co, mas sem con­tar qual era.

Venda

A casa ago­ra está à ven­da a par­tir de R$ 13,9 mil­hões. O cor­re­tor Marce­lo Dias disse que estão anal­isan­do duas pro­postas. “Hoje ela está total­mente mod­ern­iza­da e os pro­pri­etários estão con­cluin­do as mel­ho­rias e total­mente difer­ente das fil­ma­gens. Eles a adap­taram para a déca­da de 1970. Inter­na­mente, con­tin­ua lin­da, e exter­na­mente mais ain­da”, com­ple­tou à Agên­cia Brasil no jardim da casa, infor­man­do que o imóv­el foi loca­do por um ano e meio para a pro­dução.

“Achei fan­tás­ti­co. Eu a con­heci antes, durante e depois. Achei belís­si­ma a pro­dução, de bom gos­to e orig­i­nal­i­dade. Foi muito legal. Ago­ra virou pon­to turís­ti­co. No momen­to é a casa mais vis­i­ta­da, entre aspas, do Brasil e do mun­do, porque as pes­soas quan­do vão para Hol­ly­wood, por exem­p­lo, querem vis­i­tar a casa de famosos. Então, hoje aqui temos uma casa famosa”, con­tou o cor­re­tor.

 

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