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Casos de Síndrome Respiratória Grave sobem 135% em todo país

Repro­dução: © Raquel Portugal/FioCruz

Dados são do boletim InfoGripe, da Fiocruz


Pub­li­ca­do em 15/01/2022 — 12:24 Por Dou­glas Cor­rêa — Repórter da Agên­cia Brasil — Rio de Janeiro

O bole­tim Info­Gripe da Fun­dação Oswal­do Cruz (Fiocruz), divul­ga­do hoje (15), mostra que hou­ve um aumen­to de 135% nos casos de Sín­drome Res­pi­ratória Agu­da Grave (SRAG) das últi­mas três sem­anas de novem­bro em relação às três últi­mas sem­anas. Pas­sou de 5,6 mil casos para 13 mil. 

“A veloci­dade com que a covid-19 se espal­ha entre a pop­u­lação cresceu sem­anal­mente de 4% para 30%”, disse o pesquisador Marce­lo Gomes, respon­sáv­el pelo Info­Gripe.

Os dados apon­tam um cresci­men­to em todas as faixas etárias a par­tir de 10 anos de idade, des­de o final de novem­bro e iní­cio de dezem­bro até o momen­to atu­al. Os números de lab­o­ratório indicam que esse aumen­to foi con­se­quên­cia tan­to da epi­demia de gripe quan­to pela retoma­da do cresci­men­to de casos de covid-19.

Das 27 unidades fed­er­a­ti­vas, 25 apre­sen­tam sinal de cresci­men­to na tendên­cia de lon­go pra­zo até a SE 1 (perío­do de 2 a 8 de janeiro de 2022). O esta­do do Rio de Janeiro, emb­o­ra mostre esta­bil­i­dade na tendên­cia de lon­go pra­zo, tem indí­cios de cresci­men­to na de cur­to pra­zo. Ape­nas Roraima mostra sinal de esta­bil­i­dade nas tendên­cias de lon­go e cur­to pra­zo.

Com exceção de Roraima e do Rio de Janeiro, todos os esta­dos têm sinal de cresci­men­to de casos de Sín­drome Res­pi­ratória Agu­da (SRAG) na tendên­cia de lon­go pra­zo, sendo que todos ess­es estão com o indi­cador em nív­el forte (prob­a­bil­i­dade > 95%): Acre, Alagoas, Ama­zonas, Amapá, Bahia, Ceará, Dis­tri­to Fed­er­al, Espíri­to San­to, Goiás, Maran­hão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraí­ba, Per­nam­bu­co, Piauí, Paraná, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondô­nia, San­ta Cata­ri­na, São Paulo, Sergipe e Tocan­tins. Destes, ape­nas Ama­zonas e Rondô­nia apre­sen­tam sinal de esta­bil­i­dade na tendên­cia de cur­to pra­zo. Todos os demais apre­sen­tam sinal de cresci­men­to, sendo este sinal mod­er­a­do (prob­a­bil­i­dade > 75%) no Amapá, Pará e Piauí e forte em todos os demais. No Rio de Janeiro obser­va-se sinal forte de cresci­men­to na tendên­cia de cur­to pra­zo, emb­o­ra a tendên­cia de lon­go pra­zo este­ja em situ­ação de esta­bil­i­dade.

Exames laboratoriais

Em todas as faixas etárias ver­i­fi­ca-se aumen­to sig­ni­fica­ti­vo de casos asso­ci­a­dos ao vírus Influen­za A (gripe) ao final de novem­bro e ao lon­go do mês de dezem­bro, ten­do inclu­sive super­a­do os reg­istros de covid-19 em algu­mas dessas sem­anas. No entan­to, os dados rel­a­tivos ao final de dezem­bro e à primeira sem­ana de janeiro apon­tam para a retoma­da do cenário de pre­domínio da covid-19.

Na pop­u­lação infan­til, na qual os vírus sin­ci­cial res­pi­ratório (VSR) e Influen­za A ain­da prevale­cem, tam­bém ver­i­fi­ca-se tendên­cia de aumen­to nos casos pos­i­tivos para a covid-19. O pesquisador Marce­lo Gomes obser­va que o cenário de aumen­to de casos graves de Influen­za e de covid-19, ante­ri­ores às fes­tas de final de ano, sug­erem que tais even­tos podem ter rep­re­sen­ta­do risco sig­ni­fica­ti­vo para a pop­u­lação, espe­cial­mente em even­tos com muitas pes­soas.

Segun­do Marce­lo Gomes, “esse fato tor­na fun­da­men­tal a retoma­da de ações de con­sci­en­ti­za­ção da pop­u­lação e min­i­miza­ção de risco para mit­i­gar o impacto ao lon­go do iní­cio do ano de 2022. Tais dados tam­bém deix­am claro a importân­cia do can­ce­la­men­to de grandes even­tos de Réveil­lon por parte das autori­dades de diver­sas local­i­dades, ain­da que os dados de noti­fi­cação estivessem apre­sen­tan­do prob­le­mas na sua divul­gação”.

Os dados lab­o­ra­to­ri­ais por unidades da fed­er­ação seguem um quadro muito sim­i­lar em prati­ca­mente todos os esta­dos, “sendo claro o iní­cio da epi­demia de Influen­za A no Rio de Janeiro e rap­i­da­mente se espal­han­do para o restante do país”, comen­ta Gomes. Quan­to à retoma­da do cresci­men­to de SRAG asso­ci­a­dos à covid-19, o bole­tim mostra uma rever­são clara a par­tir da segun­da quinzena de dezem­bro em diver­sos esta­dos, emb­o­ra em alguns esta­dos do Norte e Nordeste a covid-19 ten­ha man­ti­do alta pos­i­tivi­dade ao lon­go de todo o final do ano: Amapá, Maran­hão e Pará apre­sen­tam tendên­cia de cresci­men­to ness­es casos des­de os meses de out­ubro ou novem­bro.

O pesquisador Marce­lo Gomes aler­tou para o fato de que “sem­pre há atra­so entre a iden­ti­fi­cação de casos, o resul­ta­do lab­o­ra­to­r­i­al e a inserção do resul­ta­do no [Sis­tema de Vig­ilân­cia Epi­demi­ológ­i­ca da Gripe] Sivep-Gripe. Com isso, a pop­u­lação viral asso­ci­a­da a casos recentes pode sofr­er alter­ações sig­ni­fica­ti­vas em atu­al­iza­ções seguintes”.

Edição: Fer­nan­do Fra­ga

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