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Censo 2022: Brasil tem 1,32 milhão de quilombolas

Repro­dução: © Tânia Rêgo/Agência Brasil

Região que concentra maior número é o Nordeste


Pub­li­ca­do em 27/07/2023 — 10:01 Por Ana Cristi­na Cam­pos – Repórter da Agên­cia Brasil — Brasília

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O Cen­so Demográ­fi­co 2022 mostrou que a pop­u­lação quilom­bo­la res­i­dente no Brasil é de 1.327.802 pes­soas, cor­re­spon­den­do a 0,65% da pop­u­lação. Há 1.696 municí­pios com pop­u­lação quilom­bo­la e 473.970 domicílios par­tic­u­lares per­ma­nentes com moradores quilom­bo­las. Dados da pesquisa Cen­so 2022 — Quilom­bo­las: Primeiros Resul­ta­dos foram divul­ga­dos nes­ta quin­ta-feira (27) pelo Insti­tu­to Brasileiro de Geografia e Estatís­ti­ca (IBGE).

A região que con­cen­tra a maior quan­ti­dade é o Nordeste, com 905.415 quilom­bo­las, cor­re­spon­den­do a 68,2% da pop­u­lação quilom­bo­la, segui­da do Sud­este com 182.305 pes­soas e o Norte com 166.069 pes­soas, ambas con­tabi­lizan­do 26,24% da pop­u­lação quilom­bo­la. Com 5,57% da pop­u­lação quilom­bo­la, as regiões Cen­tro-Oeste e Sul têm 44.957 e 29.056 pes­soas, respec­ti­va­mente.

A Bahia é o esta­do com maior quan­ti­ta­ti­vo de pop­u­lação quilom­bo­la – 397.059 pes­soas –,o que cor­re­sponde a 29,90% da pop­u­lação quilom­bo­la recensea­da. Em segui­da vem o Maran­hão, com 269.074 pes­soas, o que cor­re­sponde a 20,26% da pop­u­lação quilom­bo­la recensea­da. Soman­do a pop­u­lação quilom­bo­la da Bahia e do Maran­hão, tem-se 50,17% da pop­u­lação quilom­bo­la con­cen­tra­da ness­es dois esta­dos. Roraima e Acre não têm pre­sença quilom­bo­la.

Dos 5.568 municí­pios brasileiros, 1.696 tin­ham moradores quilom­bo­las. Sen­hor do Bon­fim (BA) desta­ca-se por ser o municí­pio com a maior quan­ti­dade abso­lu­ta de pes­soas quilom­bo­las, com 15.999, segui­do de Sal­vador, com 15.897, Alcân­tara (MA) com 15.616 e de Januária (MG) com 15 mil pes­soas.

Segun­do Mar­ta Antunes, respon­sáv­el pelo Pro­je­to de Povos e Comu­nidades Tradi­cionais do IBGE, a dis­tribuição geográ­fi­ca dos quilom­bos tem vín­cu­lo com todo o proces­so de col­o­niza­ção e escrav­iza­ção, mas tam­bém com a resistên­cia a essa situ­ação históri­ca que lev­ou a várias ocu­pações ter­ri­to­ri­ais com con­cen­tração per­to e ao lon­go dos rios.

“A pop­u­lação quilom­bo­la se iden­ti­fi­ca não só pelo proces­so de escrav­iza­ção, mas prin­ci­pal­mente pela resistên­cia à opressão históri­ca como está no Decre­to 4887”, disse.

Do uni­ver­so de 72,4 mil­hões domicílios par­tic­u­lares per­ma­nentes ocu­pa­dos recensea­d­os no Brasil, 473.970 têm pelo menos um morador quilom­bo­la, cor­re­spon­den­do a 0,65% dos domicílios do país. Nas residên­cias onde há pelo menos uma pes­soa quilom­bo­la, a média de moradores é mais alta (3,17) do que no total de domicílios do país (2,79).

No uni­ver­so das pes­soas quilom­bo­las res­i­dentes no país, as pes­soas local­izadas nos 494 ter­ritórios quilom­bo­las ofi­cial­mente delim­i­ta­dos rep­re­sen­tam 12,59% dessa pop­u­lação (167.202 pes­soas), de modo que 1.160.600 (87,41%) pes­soas quilom­bo­las encon­tram-se fora de áreas for­mal­mente delim­i­tadas e recon­heci­das

Amazônia Legal

Foram con­tabi­lizadas 426.449 pes­soas quilom­bo­las nos municí­pios da Amazô­nia Legal, o que rep­re­sen­ta 1,60% da pop­u­lação res­i­dente total da região, sendo 32,11% do total da pop­u­lação quilom­bo­la res­i­dente no Brasil.

Foram recensea­d­os 80.899 quilom­bo­las residin­do em ter­ritórios ofi­cial­mente delim­i­ta­dos, o que rep­re­sen­ta 48,38% da pop­u­lação quilom­bo­la nacional residin­do em áreas ofi­cial­mente delim­i­tadas, o que mostra um maior avanço do proces­so de reg­u­lar­iza­ção fundiária na Amazô­nia Legal em relação ao restante do país.

A pre­sença da pop­u­lação quilom­bo­la res­i­dente na Amazô­nia Legal nos ter­ritórios ofi­cial­mente delim­i­ta­dos é supe­ri­or ao cenário nacional: enquan­to na Amazô­nia Legal 18,97% da pop­u­lação quilom­bo­la reside em ter­ritórios delim­i­ta­dos, para o con­jun­to do país esse per­centu­al é de 12,59%

“Pela primeira vez em um lev­an­ta­men­to cen­sitário brasileiro, a pop­u­lação quilom­bo­la foi iden­ti­fi­ca­da, enquan­to grupo étni­co, no mais impor­tante retra­to demográ­fi­co, geográ­fi­co e socioe­conômi­co do país”, disse, em nota, o pres­i­dente sub­sti­tu­to do IBGE, Cimar Azere­do.

cole­ta de infor­mações con­tou com o apoio das lid­er­anças comu­nitárias quilom­bo­las (https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2022–10/quilombolas-respondem-pela-primeira-vez-ao-censo-demografico), que atu­aram no apoio ao mapea­men­to das comu­nidades e como guias para os recenseadores, garan­ti­n­do que todos os ter­ritórios fos­sem vis­i­ta­dos.

Edição: Maria Clau­dia

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