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Centenas de jornais e sites publicam conteúdo da Agência Brasil

Veículos destacam credibilidade e isenção no noticiário público

Rafael Car­doso — Repórter da Agên­cia Brasil
Pub­li­ca­do em 10/05/2025 — 09:18
Rio de Janeiro
Brasília (DF) 10/05/2025 - Agência Brasil no computador. Foto Lula Marques/Agência Brasil
© Lula Marques/Agência Brasil

São 5h no bair­ro Mora­da do Sol, em Rio Bran­co, e os tra­bal­hos já começaram na redação do ac24horas, jor­nal online em ativi­dade há 18 anos. A preparação da pau­ta diária inclui aces­sar a Agên­cia Brasil e sele­cionar tex­tos e fotos que pos­sam ser pub­li­ca­dos na edi­to­ria de notí­cias nacionais.

A edi­to­ra-chefe do ac24 horas, Thais Farias, diz que os con­teú­dos facili­tam o tra­bal­ho diário e garan­tem o aces­so a uma infor­mação segu­ra.

“Nós acred­i­ta­mos que as infor­mações da Agên­cia Brasil car­regam cred­i­bil­i­dade e fun­cionam como uma fonte de extrema con­fi­ança para os veícu­los nacionais, prin­ci­pal­mente àque­les mais afas­ta­dos dos grandes cen­tros urbanos do país, onde checar in loco uma infor­mação pode se tornar uma tare­fa mais difí­cil e, por vezes, inviáv­el”, diz a edi­to­ra-chefe.

A lin­ha edi­to­r­i­al do ac24horas pri­or­iza temas de políti­ca, mas tem espaço para assun­tos difer­entes como edu­cação, cul­tura, entreten­i­men­to e cotid­i­ano. Há cor­re­spon­dentes em out­ras regiões do esta­do, para além da cap­i­tal. Os leitores englobam des­de os mais jovens até os mais expe­ri­entes.

Como agên­cia de notí­cias públi­ca, a Agên­cia Brasil colo­ca os con­teú­dos pro­duzi­dos pelos seus jor­nal­is­tas à dis­posição de todos os veícu­los de comu­ni­cação. Não é pre­ciso desem­bol­sar um cen­ta­vo dire­ta­mente. Como diz o tex­to do pop-up que surge toda vez que o con­teú­do é copi­a­do, “a repub­li­cação é gra­tui­ta des­de que cita­da a fonte”.

Thais Farias sabe dis­so há pelo menos 13 anos, quan­do começou a tra­bal­har no jor­nal­is­mo acre­ano. Ela está des­de 2019 no ac24horas como repórter e há pouco mais de dois anos desem­pen­ha a função de edi­to­ra-chefe do jor­nal.

“Come­cei como estag­iária no tradi­cional jor­nal impres­so O Rio Bran­co. No mes­mo grupo, pas­sei pela TV, onde atuei com pro­dução, reportagem e tam­bém tive o primeiro con­ta­to com o jor­nal­is­mo online. Des­de esse primeiro con­ta­to, há mais de dez anos, tive a Agên­cia Brasil como uma fonte segu­ra de infor­mação e sem­pre aces­so em bus­ca de notí­cias com cred­i­bil­i­dade”, diz Thais Farias.

A mais de 3 mil quilômet­ros dali, em Pal­mas, o Conexão Tocan­tins leva ao públi­co infor­mações do esta­do e regiões adja­centes. O site de notí­cias fun­ciona des­de 2007 e tem no con­teú­do da Agên­cia Brasil um com­ple­men­to impor­tante para abor­dar temas mais diver­sos. A repórter Nayara Pires con­fir­ma que o uso do mate­r­i­al é fre­quente na redação do Conexão Tocan­tins.

“Uti­lizamos na ínte­gra ou edi­ta­do em razão da relevân­cia e inter­esse públi­co da infor­mação, como for­ma de com­ple­men­tar o menu edi­to­r­i­al do site em áreas rel­e­vantes que impactam dire­ta­mente a vida do cidadão, como econo­mia, políti­ca, saúde e cotid­i­ano”, diz Nayara.

Dessa for­ma, veícu­los com poucos profis­sion­ais e uma redação mais enx­u­ta con­seguem ampli­ar o tipo de con­teú­do que fornecem aos leitores, expli­ca a repórter.

“A importân­cia se dá pelo caráter infor­ma­cional isen­to e que esta­b­elece um equi­líbrio sobre os ângu­los e per­spec­ti­vas no trata­men­to da infor­mação, além de servir como suporte para os pequenos veícu­los que ain­da não têm uma redação abrangente e con­sol­i­da­da cobrindo dis­tin­tas edi­to­rias de inter­esse públi­co”, desta­ca Nayara.

Brasília (DF) 09/05/2025 - Há 35 anos, jornais e sites do país publicam conteúdo da Agência Brasil. (Coordenador geral de conteúdo, Rodrigo Chagas). Foto Arquivo pessoal
Repro­dução: Coor­de­nador-ger­al de Con­teú­do do Brasil de Fato, Rodri­go Cha­gas, diz que Agên­cia Brasil aju­da a com­bat­er “deser­tos infor­ma­cionais” — Foto:  Rodri­go Chagas/Arquivo pes­soal

Com sede em São Paulo, o site de notí­cias Brasil de Fato repub­li­ca até três tex­tos por dia da Agên­cia Brasil. Segun­do o coor­de­nador-ger­al de Con­teú­do, Rodri­go Cha­gas, são pri­or­izadas cober­turas fac­tu­ais e efemérides. Além de aumen­tar o vol­ume de notí­cias, o com­ple­men­to aju­da a lib­er­ar os repórteres para tra­bal­har em pro­duções autorais.

“A gente tem uma sal­va­guar­da, um chão muito bem con­struí­do por agên­cias estad­u­ais e nacionais, como a Agên­cia Brasil, de com­bate aos deser­tos infor­ma­cionais, aos vazios de notí­cias, que sabe­mos quão prej­u­di­ci­ais podem ser para a democ­ra­cia”, diz Rodri­go Cha­gas.

“Em vez de só man­ter a Agên­cia Brasil, pre­cisamos que ela este­ja forte, que ten­ha os tra­bal­hadores necessários para dar con­ta do seu papel. Uma equipe remu­ner­a­da ade­quada­mente e em quan­ti­dade necessária”, com­ple­men­ta.

Brasília (DF) 09/05/2025 - Há 35 anos, jornais e sites do país publicam conteúdo da Agência Brasil. (Márcia Dias, editora do PB Agora). Foto Arquivo pessoal
Repro­dução: Már­cia Dias, edi­to­ra do PB Ago­ra, diz que a uti­liza­ção de con­teú­dos da Agên­cia Brasil per­mite a ampli­ação da cober­tu­ra do site — Foto: Már­cia Dias/Arquivo pes­soal

Agên­cia Brasil tam­bém con­tribui para um número expres­si­vo de veícu­los infor­ma­tivos do Nordeste. É o caso do PB Ago­ra, site de notí­cias da Paraí­ba, cri­a­do em 2009, que tem uma média de 3 mil­hões de visu­al­iza­ções men­sais.

Esten­der os lim­ites da cober­tu­ra diária para além das divisas paraibanas é pos­sív­el com o apoio da agên­cia públi­ca de notí­cias, como expli­ca Már­cia Dias, edi­to­ra do PB Ago­ra.

“Uti­lizamos o con­teú­do da Agên­cia Brasil por ser uma fonte ofi­cial, con­fiáv­el e com cober­tu­ra dos prin­ci­pais acon­tec­i­men­tos do país. Além dis­so, a per­mis­são da reper­cussão dos tex­tos e fotografias de qual­i­dade em nos­so por­tal nos dá a pos­si­bil­i­dade de ampli­ar a cober­tu­ra jor­nalís­ti­ca no PB Ago­ra, espe­cial­mente em temas de relevân­cia nacional que, pela nos­sa local­iza­ção, não con­seguiríamos cobrir dire­ta­mente por lim­i­tações logís­ti­cas”, diz Már­cia.

Comunicação antirracista

Além do alcance geográ­fi­co amp­lo, ao aten­der veícu­los de Norte a Sul do país, a Agên­cia Brasil tem entra­da em mídias que se posi­cionam dire­ta­mente em defe­sa da diver­si­dade e da democ­ra­cia ple­na.

Brasília (DF), 08/05/2025 - Equipe de redação do Notícia Preta. Há 35 anos, jornais e sites do país publicam conteúdo da Agência Brasil. Foto: TVT News
Repro­dução: Equipe de redação do Notí­cia Pre­ta — Foto: Notí­cia preta/Divulgação

É o caso do Notí­cia Pre­tasite lança­do em 2018 pela jor­nal­ista Thais Bernardes. Ela já tin­ha exper­iên­cia em out­ras empre­sas de mídia tradi­cionais e decid­iu inve­stir em um pro­je­to edi­to­r­i­al de com­bate às desigual­dades, com foco antir­racista.

A equipe atu­al tem 23 pes­soas e par­tic­i­pa tam­bém da Esco­la de Comu­ni­cação Antir­racista, platafor­ma de ensi­no online cri­a­da em agos­to de 2023. Além da pro­dução própria, o Notí­cia Pre­ta rever­bera alguns dos con­teú­dos pro­duzi­do pela Agên­cia Brasil.

“Para uma mídia inde­pen­dente como a nos­sa, que ain­da não con­ta com uma estru­tu­ra de cober­tu­ra nacional como a dos grandes con­glom­er­a­dos, a existên­cia de uma agên­cia públi­ca como a Agên­cia Brasil é essen­cial. Ela nos ofer­ece aces­so gra­tu­ito a con­teú­dos de inter­esse públi­co, com cred­i­bil­i­dade, o que for­t­alece a plu­ral­i­dade de vozes na impren­sa brasileira”, diz Thais Bernardes.

A dire­to­ra do Notí­cia Pre­ta entende uma agên­cia públi­ca de notí­cias como uma con­quista democráti­ca, que per­mite ao site ter uma cober­tu­ra mais com­ple­ta, coer­ente com a lin­ha edi­to­r­i­al ado­ta­da, e o apoio de uma estru­tu­ra com infor­mação gra­tui­ta e con­fiáv­el.

“Para veícu­los como o Notí­cia Pre­ta, que rep­re­sen­tam a mídia inde­pen­dente, per­iféri­ca e antir­racista, a Agên­cia Brasil fun­ciona como uma ponte de aces­so à infor­mação de qual­i­dade, espe­cial­mente sobre o que acon­tece nas difer­entes regiões do país”, diz Thais. “Num momen­to em que a desin­for­mação cresce e a cred­i­bil­i­dade da impren­sa está em dis­pu­ta, o for­t­alec­i­men­to de uma agên­cia públi­ca trans­par­ente, plur­al e acessív­el é mais necessário do que nun­ca”, com­ple­men­ta.

Brasília (DF) 09/05/2025 - Há 35 anos, jornais e sites do país publicam conteúdo da Agência Brasil. ( Apresentadores de um dos principais telejornais da TVT News). Foto Arquivo do site
Repro­dução: TVT News uti­liza mate­r­i­al da Agên­cia Brasil para pro­duzir seus con­teú­dos — Foto: TVT New/Divulgação

Trabalhadores informados

Há 14 anos, a Rede TVT atua para pro­mover o aces­so à infor­mação, à cul­tura e ao entreten­i­men­to, por meio de TV aber­ta, rádio e inter­net. Clas­si­fi­ca­da como emis­so­ra educa­ti­va, ela é man­ti­da pelo Sindi­ca­to dos Met­alúr­gi­cos do ABC e pelo Sindi­ca­to dos Bancários e Finan­ciários de São Paulo, Osas­co e Região.

Con­heci­da por defend­er o inter­esse dos tra­bal­hadores, dos movi­men­tos soci­ais e das enti­dades sindi­cais, a TVT tam­bém uti­liza os con­teú­dos pro­duzi­dos pela Agên­cia Brasil, como expli­ca o pres­i­dente da empre­sa, Mau­rí­cio Junior.

“A pau­ta da TVT começa pela leitu­ra da Agên­cia Brasil. No final de cada dia e no iní­cio de cada man­hã, o edi­tor do site TVT News e os pro­du­tores dos tele­jor­nais Jor­nal TVT News Primeira e Segun­da edições olham o que foi pub­li­ca­do para definir o que será notí­cia para a TVT”, diz Mau­rí­cio Júnior.

“A Agên­cia Brasil é uma ânco­ra de cred­i­bil­i­dade. O mate­r­i­al é muito impor­tante para pau­tar o jor­nal­is­mo em ger­al. O que é escol­hi­do para ser pub­li­ca­do na Agên­cia vai ser a pau­ta dos demais veícu­los de comu­ni­cação, o que é essen­cial para a democ­ra­cia e para o jor­nal­is­mo brasileiro”, com­ple­men­ta.

O pres­i­dente da TVT desta­ca como difer­en­ci­ais o tipo de lin­guagem e a pre­ocu­pação em tornar a infor­mação mais acessív­el. “A Agên­cia Brasil tam­bém traduz, para lin­guagem mais sim­ples e dire­ta, temas que são com­pli­ca­dos, como ações min­is­te­ri­ais, lança­men­to de políti­cas públi­cas ou decisões judi­ci­ais. É a par­tir da abor­dagem da Agên­cia Brasil que temos uma bús­so­la de como falar para nos­so públi­co”, diz.

Em sen­ti­do semel­hante, a Cen­tral Úni­ca dos Tra­bal­hadores (CUT) tam­bém repub­li­ca em seu site ofi­cial os con­teú­dos da Agên­cia. Como prin­ci­pal orga­ni­za­ção sindi­cal brasileira, a CUT está orga­ni­za­da em todos os 26 esta­dos brasileiros e no Dis­tri­to Fed­er­al.

Segun­do a secretária de Comu­ni­cação da enti­dade, Maria Apare­ci­da Faria, tex­tos e fotografias da Agên­cia são uti­liza­dos com fre­quên­cia, por dialog­a­rem com muitas pau­tas de inter­esse da classe tra­bal­hado­ra.

“Pub­li­camos matérias que ten­ham como temas tra­bal­ho infor­mal, reg­u­la­men­tação do tra­bal­ho das cuidado­ras, dire­ito das mul­heres, com­bate à vio­lên­cia, ao racis­mo e out­ras for­mas de dis­crim­i­nação, como a LGBT­fo­bia”, diz Maria.

“Matérias de serviço tam­bém são muito uti­lizadas. Como sacar o PIS, ante­ci­pação de déci­mo ter­ceiro de aposen­ta­dos, o que abre e fecha no feri­ado, entre tan­tas out­ras. Tam­bém divul­g­amos pau­tas sobre retomadas de políti­cas públi­cas, como Bol­sa Família e o Min­ha Casa, Min­ha Vida”, com­ple­men­ta.

Aperfeiçoamento

Assim como tem feito durante estes 35 anos, a Agên­cia Brasil bus­ca aper­feiçoar o tra­bal­ho que é feito a par­tir das redações do Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília, além de via­gens para out­ras cober­turas nacionais. Por isso, ouve com atenção e respeito as sug­estões daque­les que ampli­am o alcance das notí­cias pro­duzi­das por ela.

“A sug­estão é que pos­sam ter mais matérias dire­cionadas aos esta­dos que com­põem a região do Matopi­ba [Maran­hão, Tocan­tins, Piauí e Bahia], prin­ci­pal­mente o Tocan­tins”, pede Nayara Pires, do Conexão Tocan­tins.

“Sug­e­r­i­mos a pub­li­cação de notí­cias mais focadas na Região Norte do Brasil. Percebe­mos que as matérias pub­li­cadas são con­cen­tradas mais na Região Sud­este e Sul, e ficamos um pouco ‘órfãos’ de assun­tos rela­ciona­dos aos esta­dos do Norte, apare­cen­do ape­nas em casos extremos, como crises climáti­cas”, diz Thais Farias, do ac24horas.

“Acred­i­to que ain­da há espaço para avançar em alguns pon­tos impor­tantes. Uma das sug­estões que deixo, com todo respeito e espíri­to con­stru­ti­vo, é que haja uma atenção maior à lin­guagem uti­liza­da nos tex­tos, espe­cial­mente em cober­turas sobre segu­rança públi­ca ou Justiça. Ter­mos como ‘antecedentes crim­i­nais’, por exem­p­lo, muitas vezes reforçam estig­mas sobre deter­mi­na­dos gru­pos soci­ais, prin­ci­pal­mente a juven­tude negra e per­iféri­ca, e não con­tribuem para uma nar­ra­ti­va antir­racista”, diz Thais Bernardes, do Notí­cia Pre­ta.

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