...
quarta-feira ,11 dezembro 2024
Home / Economia / Centro desenvolve modelo de negócios com base na biodiversidade

Centro desenvolve modelo de negócios com base na biodiversidade

Repro­dução: © Fabio Rodrigues-Pozze­bom/ Agên­cia Brasil

Tecnologia sustentável cria mercado em expansão


Publicado em 10/07/2024 — 09:45 Por Fabíola Sinimbú — Repórter da Agência Brasil — Brasília

ouvir:

Pesquisas real­izadas no Cen­tro de Bionegó­cios da Amazô­nia (CBA), em Man­aus, apon­tam novos mod­e­los de negó­cio, a par­tir de soluções ino­vado­ras e sus­ten­táveis com base na biodover­si­dade encon­tra­da na maior flo­res­ta trop­i­cal do mun­do. São mate­ri­ais e tec­nolo­gias que pos­si­bili­tam a tran­sição para uma econo­mia verde, asso­ci­a­da ao desen­volvi­men­to de comu­nidades tradi­cionais e povos orig­inários da região.

Em maio de 2023, a letra B da sigla CBA deixou de sig­nificar biotec­nolo­gia e pas­sou a ser bionegó­cios, para reforçar a ideia de que o cen­tro vai além de ser um lugar de cri­ação de pro­du­tos e soluções e tam­bém de opor­tu­nidades para um mer­ca­do em ple­na expan­são.

Um decre­to pres­i­den­cial pro­moveu a mudança e o reen­quadra­men­to jurídi­co que desvin­cu­lou a insti­tu­ição da Super­in­tendên­cia da Zona Fran­ca de Man­aus (Sufra­ma), pas­san­do a ser geri­da por orga­ni­za­ção social, nesse caso, a Fun­dação Uni­ver­si­tas de Estu­dos Amazôni­cos (Fuea).

Manaus, 09/07/2024 O secretário de Economia Verde, Descarbonização e Bioindústria do MDIC, Rodrigo Rollemberg, acompanhado do diretor de operações do Centro de Bionegócios da Amazonia, Caio Perecin, demonstram produtos do Laboratório Quimica de Produtos Naturais do CBA. Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
Repro­dução: Secretário de Econo­mia Verde, Descar­boniza­ção e Bioindús­tria, Rodri­go Rollem­berg, no Lab­o­ratório de Quími­ca de Pro­du­tos Nat­u­rais do CBA — Foto: Fabio Rodrigues-Pozze­bom/Agên­cia Brasil

Segun­do o secretário de Econo­mia Verde, Descar­boniza­ção e Bioindús­tria do Min­istério do Desen­volvi­men­to, Indús­tria, Comér­cio e Serviços (MDIC), Rodri­go Rollem­berg, a autono­mia con­quis­ta­da no ano pas­sa­do abriu pos­si­bil­i­dades para tornar as pesquisas desen­volvi­das com recur­sos nat­u­rais da Amazô­nia ver­dadeiros mod­e­los de negó­cios.

“Hoje um dos grandes desafios e uma das mis­sões da políti­ca indus­tri­al brasileira é tro­car insumos que são ori­un­dos da indús­tria petro­quími­ca por bio­mas­sa brasileira”, reforça.

Rollem­berg disse que os pro­je­tos de tec­nolo­gia sus­ten­táv­el desen­volvi­dos já pro­por­cionam, por exem­p­lo, a com­er­cial­iza­ção, em escala, de plás­ti­co pro­duzi­do a par­tir do ouriço da cas­tan­ha do Brasil em sub­sti­tu­ição ao mate­r­i­al de origem petro­quími­ca na indús­tria auto­mo­bilís­ti­ca.

Out­ros pro­je­tos promis­sores, segun­do Rollem­berg, estão em proces­so de nego­ci­ação com a indús­tria ali­men­tí­cia, far­ma­cêu­ti­ca, de infor­máti­ca, o mer­ca­do energéti­co e de insumos para a agri­cul­tura.

“A ideia é que a gente não desen­vol­va somente pesquisas aqui, mas que sejamos tam­bém um hub que vai pro­mover uma pro­pos­ta de ino­vação aber­ta, com espaços para incubação de escritórios, lab­o­ratórios de star­tups, e pro­mover um ambi­ente que dis­cu­ta negó­cios”, expli­ca o dire­tor de oper­ações do CBA, Caio Perecin.

Agregar valor

Uma pre­ocu­pação com os pro­du­tos da bio­di­ver­si­dade é agre­gar val­or des­de o iní­cio da cadeia até o pro­du­to final, mel­ho­ran­do a qual­i­dade ini­cial do recur­so e levan­do capac­i­tação profis­sion­al para cada eta­pa de pro­dução. Um exem­p­lo de pesquisa desen­volvi­da no CBA foi para a ver­ti­cal­iza­ção da cadeia do açaí, que usual­mente sai da região com preços baixos e é ben­e­fi­ci­a­do e com­er­cial­iza­do em out­ros país­es por val­ores que chegam a 10 vezes mais do que o ini­cial.

Para ben­e­fi­ciar a cadeia, foram feitas pesquisas que iden­ti­ficaram a capaci­dade de ben­e­fi­ci­a­men­to para a indús­tria far­ma­cêu­ti­ca e nutri­cional. Segun­do o ger­ente do núcleo de Pro­du­tos Nat­u­rais da CBA, Edson Pablo Sil­va, algu­mas pesquisas já estão em fase de estu­do clíni­co, com empre­sas inter­es­sadas em com­er­cializar.

Manaus, 09/07/2024 Matérias primas e produtos produzidos pelo Centro de Bionegócios da Amazonia, CBA. Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
Repro­dução: Matérias pri­mas e pro­du­tos pro­duzi­dos pelo Cen­tro de Bionegó­cios da Ama­zo­nia — Foto: Fabio Rodrigues-Pozze­bom/Agên­cia Brasil

“Nós desen­volve­mos uma bebi­da nutracêu­ti­ca do açaí, rica em com­pos­tos fenóli­cos [com poder antiox­i­dante]. Nos­so intu­ito foi jus­ta­mente desen­volver esse pro­du­to para tra­bal­har em cima de algu­mas doenças neg­li­gen­ciáveis, ateroscle­rose, doenças hep­áti­cas, car­dio­vas­cu­lares e obesi­dade.”, expli­ca.

No proces­so de desen­volvi­men­to dos pro­du­tos há ain­da uma pre­ocu­pação com o ben­e­fi­ci­a­men­to de todos os sub­pro­du­tos resul­tantes do proces­so. “Dos sub­pro­du­tos dessa bebi­da, nós desen­volve­mos pro­du­tos de pan­i­fi­cação, que podem ser inseri­dos na meren­da esco­lar. Com isso cheg­amos a um pão inte­gral com menores per­centu­ais de tri­go e maior val­or nutri­cional. Como nos­so tri­go é impor­ta­do, com isso a gente diminui tam­bém o impacto do dólar sobre ess­es pro­du­tos”, expli­ca Edson.

Manaus, 09/07/2024 O Gerente do Núcleo de Produtos Naturais do Centro de Bionegócios da Amazônia, CBA, Edson Silva Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
Repro­dução: Ger­ente do Núcleo de Pro­du­tos Nat­u­rais do Cen­tro de Bionegó­cios da Amazô­nia, Edson Sil­va — Foto: Fabio Rodrigues-Pozze­bom/Agên­cia Brasil

Atual­mente, o espaço já man­tém em sua estru­tu­ra 26 lab­o­ratórios de pesquisa apli­ca­da dis­tribuí­dos em seis núcleos de oper­ação para pro­du­tos nat­u­rais, mate­ri­ais e ener­gia, tec­nolo­gia veg­e­tal, bioin­sumos, tec­nolo­gia indus­tri­al e a cen­tral analíti­ca de apoio às empre­sas. Tam­bém há uma estru­tu­ra de hote­lar­ia com 27 aparta­men­tos, que dev­erão ser reati­va­dos para hospedagem cor­po­ra­ti­va.

De acor­do com Perecin, além de um con­tra­to de gestão com o MDIC para repasse finan­ceiro, que garante a manutenção e mod­ern­iza­ção do pré­dio, de R$ 12 mil­hões ao ano, o CBA tem como meta a cap­tação de R$ 120 mil­hões, em 4 anos, por meio da con­tratação e desen­volvi­men­to de pro­je­tos ino­vadores e de serviços.

“A ideia é dire­cionar 30% dessa cap­tação para inves­ti­men­to no apoio às cadeias pro­du­ti­vas das comu­nidades e povos tradi­cionais”, defende Perecin.

Edição: Fer­nan­do Fra­ga

 

LOGO AG BRASIL

Você pode Gostar de:

Caixa paga Bolsa Família a beneficiários com NIS de final 2

Com adicionais, valor médio do benefício está em R$ 678,36 Agên­cia Brasil Pub­li­ca­do em 11/12/2024 …