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Chegada do 5G deve expandir o uso da Internet das Coisas

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Repro­du­ção: © Arte/Agência Bra­sil

Equipamentos conectatos à internet já permitem a automação de lares


Publi­ca­do em 04/05/2021 — 06:00 Por Cláu­dia Felc­zak — Repór­ter da Agên­cia Bra­sil — Bra­sí­lia

Faz tem­po que o homem sonha com um mun­do alta­men­te tec­no­ló­gi­co. Clás­si­co dos anos 1980, o fil­me De Vol­ta para o Futu­ro 2 tra­zia uma série de ino­va­ções que já se con­cre­ti­za­ram nos dias de hoje: as vide­o­cha­ma­das, TVs de tela pla­na, uso da bio­me­tria, além de ser­vi­ços auto­ma­ti­za­dos e aci­o­na­dos pela voz. Antes mes­mo dis­so, na déca­da de 1960, outro clás­si­co tam­bém se pas­sa­va no futu­ro: o dese­nho Os Jet­sons. A ani­ma­ção tam­bém acer­tou em mui­tas pre­vi­sões: robôs que aju­dam a lim­par a casa e reló­gi­os de pul­so inte­li­gen­tes (smartwat­ches) já são uma rea­li­da­de nos dias de hoje.

Conec­tar o mun­do físi­co ao tec­no­ló­gi­co – o offli­ne ao onli­ne – para faci­li­tar o nos­so dia a dia é o obje­ti­vo da Inter­net das Coi­sas (IdC) – tam­bém tra­ta­da pela sigla em inglês IoT (Inter­net of Things). A tec­no­lo­gia per­mi­te que obje­tos se comu­ni­quem gra­ças à inter­net.

A expec­ta­ti­va é que a Inter­net das Coi­sas mude o nos­so dia a dia. “Tere­mos a cri­a­ção de um ecos­sis­te­ma digi­tal onde tudo se comu­ni­ca e a gen­te vai ganhar mais tem­po”, diz o secre­tá­rio de Tele­co­mu­ni­ca­ções do Minis­té­rio das Comu­ni­ca­ções, José Afon­so Cos­mo Júni­or. “Vai che­gar um momen­to em que minha rou­pa vai avi­sar à lavan­de­ria que já está na hora de lavar”. A chega­da da inter­net 5G ao Bra­sil deve con­so­li­dar esse pro­ces­so.

Casa inteligente

Essa rea­li­da­de já vem che­gan­do de man­si­nho ao Bra­sil. Em Curi­ti­ba, o enge­nhei­ro Wil­li­am Padi­lha, por exem­plo, tem o que se cha­ma de smart home (casa inte­li­gen­te, em tra­du­ção livre). Ele uti­li­za o Goo­gle Nest, um apa­re­lho que com­prou quan­do mora­va na Ale­ma­nha e que, pare­a­do com seu celu­lar, aju­da a fazer liga­ções, aces­sar notí­ci­as, che­car lem­bre­tes, ouvir músi­ca e até con­fe­rir a pre­vi­são do tem­po. “Ele já traz a músi­ca de que eu gos­to e as notí­ci­as que que­ro ver. Tudo após um sim­ples good mor­ning, Goo­gle [Bom dia, Goo­gle]”, reve­la.

E não para por aí. Padi­lha colo­cou outro apa­re­lho na casa dos pais, que aju­da na roti­na com os remé­di­os, por exem­plo. “Eu con­si­go lem­brá-los da minha pró­pria casa sem ter a neces­si­da­de de estar com eles lá ou ter de fazer uma liga­ção”, diz.

O edi­tor de ima­gens Rober­to Maia usa o smart home Ale­xa para con­tro­lar vári­os equi­pa­men­tos na sua casa: luzes, ar-con­di­ci­o­na­do e tele­vi­são. A casa é toda auto­ma­ti­za­da, e até o fil­tro da pis­ci­na é con­tro­la­do pelo celu­lar. Para ele, essa auto­ma­ção traz segu­ran­ça: “Mes­mo via­jan­do, eu con­si­go ligar as luzes de casa pelo celu­lar.” A tec­no­lo­gia tam­bém aju­da com os cin­co cachor­ros de esti­ma­ção quan­do está de féri­as: pela câme­ra, ele mata a sau­da­de dos pets.

Da cidade ao campo

Outro exem­plo de como a Inter­net das Coi­sas pode faci­li­tar o dia a dia é o smartwat­ch. Conec­ta­do ao celu­lar, ele rece­be men­sa­gens e liga­ções. Mas pode ir mui­to além: com apli­ca­ti­vos, pode medir o bati­men­to car­día­co e o nível de ati­vi­da­de físi­ca.

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Repro­du­ção: Cale­be con­ta com o auxí­lio do smartwa­ch para trei­nar — Acer­vo pessoal/direitos reser­va­dos

É exa­ta­men­te com esse pro­pó­si­to que o tri­a­tle­ta bra­si­li­en­se Cale­be Nunes da Sil­va uti­li­za seu reló­gio quan­do pra­ti­ca nata­ção, ciclis­mo e cor­ri­da. “É bom para saber como estou evo­luin­do em cada moda­li­da­de. Auto­ma­ti­ca­men­te, ele já pas­sa tudo para o meu trei­na­dor saber onde estou ten­do difi­cul­da­de”, diz o tri­a­tle­ta, que comen­ta que mode­los mais avan­ça­dos medem a oxi­ge­na­ção san­guí­nea e até já sal­va­ram a vida de pes­so­as em iní­cio de infar­to.

A Inter­net das Coi­sas tam­bém está pre­sen­te na medi­ci­na, com moni­to­ra­men­to de esto­ques de san­gue e da tem­pe­ra­tu­ra de arma­ze­na­men­to de medi­ca­men­tos e vaci­nas. Caso os sen­so­res iden­ti­fi­quem falhas na con­ser­va­ção, eles aci­o­nam as equi­pes para que tomem pro­vi­dên­ci­as.

Na indús­tria, um exem­plo é a uti­li­za­ção de ócu­los de rea­li­da­de aumen­ta­da. No cam­po, a IdC auxi­lia no aumen­to da pro­du­ti­vi­da­de, redu­ção de cus­tos e dimi­nui­ção de per­das. Reba­nhos moni­to­ra­dos por chips que envi­am infor­ma­ções sobre a saú­de e o com­por­ta­men­to do ani­mal, além de sua loca­li­za­ção pelo GPS.

Na agri­cul­tu­ra, é pos­sí­vel ava­li­ar a umi­da­de e as con­di­ções cli­má­ti­cas para pro­gra­mar a irri­ga­ção auto­ma­ti­za­da. Além dis­so, dro­nes auxi­li­am, por exem­plo, na veri­fi­ca­ção da exis­tên­cia de pra­gas.

Facilitação

O gover­no fede­ral vem toman­do algu­mas medi­das para incen­ti­var a expan­são da Inter­net das Coi­sas no Bra­sil. Em 2019, foi san­ci­o­na­do o Pla­no Naci­o­nal de Inter­net das Coi­sas e cri­a­da a Câma­ra IoT, um gru­po de tra­ba­lho para acom­pa­nhar a implan­ta­ção des­se pla­no.

No fim do ano pas­sa­do, foi san­ci­o­na­da a Lei 14.108. Por meio dela, itens que fazem par­te de sis­te­mas de comu­ni­ca­ção máqui­na a máqui­na tive­ram isen­ção de alguns tri­bu­tos. “Com essa deso­ne­ra­ção, a gen­te abre um gran­de mer­ca­do e abre pos­si­bi­li­da­de para que esses apli­ca­ti­vos venham para o nos­so país”, afir­ma o secre­tá­rio de Tele­co­mu­ni­ca­ções.

Segun­do ele, de 2019 para 2020, o mer­ca­do de IoT cres­ceu 9%. Nos dois pri­mei­ros meses após a deso­ne­ra­ção, o cres­ci­men­to foi de 6%. “Isso no meio de uma pan­de­mia e com todas as limi­ta­ções”, des­ta­ca Cos­mo Júni­or.

Segurança

Essas faci­li­da­des tra­zi­das pela IdC podem escon­der algu­mas arma­di­lhas. De acor­do com o espe­ci­a­lis­ta em ciber­se­gu­ran­ça Lucas Gal­vão, nem todos os fabri­can­tes ofe­re­cem garan­tia em rela­ção à pro­te­ção de infor­ma­ções pes­so­ais que cir­cu­lam nos dis­po­si­ti­vos. “Um sim­ples reló­gio inte­li­gen­te hoje pode saber aon­de você foi, qual é a sua média de bati­men­tos – inclu­si­ve seu ele­tro­car­di­o­gra­ma –, ouvir suas con­ver­sas e mui­to mais.”

Segun­do ele, os ris­cos exis­tem em todas as par­tes, entre­tan­to, hoje o usuá­rio final pode fazer uma aná­li­se antes de adqui­rir um dis­po­si­ti­vo IdC, veri­fi­can­do que tipos de infor­ma­ções serão pro­ces­sa­das e uti­li­za­das. Para Gal­vão, fabri­can­tes, órgãos regu­la­do­res e pro­fis­si­o­nais de segu­ran­ça da infor­ma­ção pos­su­em um papel impor­tan­te a ser desem­pe­nha­do na garan­tia da segu­ran­ça ciber­né­ti­ca des­ses dis­po­si­ti­vos.

Em setem­bro de 2020, entrou em vigor no país a Lei Geral de Pro­te­ção de Dados. O tex­to defi­ne direi­tos de indi­ví­du­os em rela­ção às suas infor­ma­ções pes­so­ais e regras para quem cole­ta e tra­ta esses regis­tros.

Semana Nacional das Comunicações

De segun­da-fei­ra (3) a domin­go (9), os veí­cu­los da Empre­sa Bra­sil de Comu­ni­ca­ção (EBC) publi­cam o Espe­ci­al Conec­ta, com con­teú­dos sobre a Sema­na Naci­o­nal das Comu­ni­ca­ções. O espe­ci­al reú­ne repor­ta­gens sobre his­tó­ria das tele­co­mu­ni­ca­ções, 5G, Inter­net das Coi­sas, o impac­to das novas tec­no­lo­gi­as na edu­ca­ção e no agro­ne­gó­cio, entre outros temas.

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Edi­ção: Deni­se Gri­e­sin­ger

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