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Chuvas de meteoro e eclipses: confira o calendário astronômico de 2025

Vários eventos serão visíveis no Brasil

Fabío­la Sin­im­bú — Repórter da Agên­cia Brasil
Pub­li­ca­do em 03/01/2025 — 12:53
Brasília
São Paulo SP 30/08/2023 - Superlua azul vista em São Paulo que está em seu ponto de órbita mais próximo da Terra, o chamado perigeu. Foto Paulo Pinto/Agência Brasil
Repro­dução: © Paulo Pinto/Agência Brasil

O ano de 2025 terá um cal­endário astronômi­co reple­to de even­tos observáveis no Brasil. Serão super­lu­as, eclipses lunares, con­junção de astros e chu­vas de mete­oros que poderão ser vis­tos sem a neces­si­dade de qual­quer equipa­men­to.

Para que os brasileiros pos­sam acom­pan­har todo o espetácu­lo do uni­ver­so, o Obser­vatório do Val­on­go da Uni­ver­si­dade Fed­er­al do Rio de Janeiro (UFRJ) lançou nes­ta quin­ta-feira (3) o Cal­endário de Efemérides Astronômi­cas 2025. Além do cal­endário, a pub­li­cação traz mapas celestes, tabela de fas­es da Lua e seções de apre­sen­tação de pro­je­tos e pesquisa em astrono­mia.

Segun­do o astrônomo que coor­de­nou a equipe do pro­je­to, Daniel Mel­lo, haverá muitos fenô­menos inter­es­santes neste ano, que poderão ser vis­tos a olho nu em todo o país, começan­do já no dia 15 de janeiro, quan­do ocor­rerá a aprox­i­mação da Ter­ra com plan­e­ta Marte.

“Nor­mal­mente a Marte e Ter­ra estão aí fazen­do a sua movi­men­tação em torno do Sol e nem sem­pre ficam rel­a­ti­va­mente próx­i­mos. Isso ocorre em média a cada dois anos. A Ter­ra se aprox­i­ma de Marte e o plan­e­ta fica muito mais legal de ser vis­to no céu, de ser acom­pan­hado, porque fica mais bril­hante.”

De acor­do com Mel­lo, durante toda a sem­ana entre os dias 12 e 18 de janeiro o Plan­e­ta Ver­mel­ho estará bas­tante visív­el no perío­do da noite, com o ápice no dia 15. “bas­ta a pes­soa uti­lizar car­tas celestes, aplica­tivos de edi­fi­cação dos plan­e­tas, das con­ste­lações, para iden­ti­ficar Marte, que estará entre a con­ste­lação de Gêmeos e a con­ste­lação de Câncer, uma região muito boni­ta no céu, que será enrique­ci­da com a pre­sença do Plan­e­ta Ver­mel­ho”, diz.

Assim como a visu­al­iza­ção de Marte mais per­to da Ter­ra, o primeiro semes­tre do ano tam­bém reser­va vários out­ros espetácu­los de obser­vação visu­al sem binócu­los ou telescó­pios. Como um eclipse lunar total na madru­ga­da do dia 14 de março e uma con­junção entre Lua, Vênus, Sat­urno e Mer­cúrio nas primeiras horas do dia 25 de abril.

Segun­do a astrôno­ma do Obser­vatório Nacional, do Min­istério da Ciên­cia, Tec­nolo­gia e Ino­vação, Dra. Josi­na Naci­men­to, o eclipse lunar será visív­el no Brasil, em todas as suas fas­es: penum­bral, par­cial, total e depois nova­mente par­cial e penum­bral.

“É muito inter­es­sante, porque a Lua vai entran­do na som­bra da Ter­ra e o aspec­to dela vai fican­do como se estivesse levan­do uma mor­did­in­ha, até que quan­do está total­mente na som­bra mais escu­ra da Ter­ra, ela fica com um tom aver­mel­ha­do muito boni­to. E às vezes isso acon­tece quan­do a lua está nascen­do, quan­do está se pon­do, mas des­ta vez ela vai estar bem visív­el no céu”, diz.

Transmissão

A astrôno­ma desta­ca que quem quis­er acom­pan­har o fenô­meno com mais detal­h­es, haverá obser­vação remo­ta pelo canal do Youtube na insti­tu­ição. “Nós do Obser­vatório Nacional, pelo pro­je­to Céu em Sua Casa, tam­bém vamos trans­mi­tir e faz­er uma ação nacional de obser­vação da Lua, que será uma coisa muito boa para chamar as pes­soas para a astrono­mia, para olharem para o céu”, diz a gesto­ra.

No segun­do semes­tre, Vênus e Júpiter estarão juntin­hos em uma con­junção de plan­e­tas, na madru­ga­da do dia 12 de agos­to e, entre os dias 13 e 14 de dezem­bro, haverá chu­va de mete­oros. Tam­bém três super­lu­as deixarão as noites mais bril­hantes no iní­cio dos meses de out­ubro, novem­bro e dezem­bro.

“De todas essas três, a mais inter­es­sante será no dia 5 de novem­bro, porque nesse momen­to a lua estará na fase cheia e mais próx­i­ma da Ter­ra do que a do nor­mal. No jargão astronômi­co, a gente chama isso de Lua Cheia do Perigeu porque ela está mais próx­i­ma da Ter­ra e sig­nifi­ca que a Lua fica lev­e­mente mais bril­hante e lev­e­mente maior do pon­to de vista de taman­ho angu­lar”, expli­ca Daniel Mel­lo.

Asteroide

O astrônomo do Obser­vatório do Val­on­go diz que muitos out­ros fenô­menos ocor­rerão este ano de 2025, mas alguns pre­cis­arão de equipa­men­tos ain­da que sim­ples para poderem ser obser­va­dos, como é caso da aprox­i­mação de um dos maiores aster­oides do Sis­tema Solar. “este aster­oide chama­do Ves­ta vai ficar um pouquin­ho mais próx­i­mo da Ter­ra, e quem quis­er cur­tir um fenô­meno não tão comum, pode acom­pan­har a obser­vação desse aster­oide no meio de maio, na con­ste­lação de Libra”.

A difer­ença é que para esse tipo de obser­vação é necessário um pouco mais de con­hec­i­men­to do céu e saber exata­mente uti­lizar um aplica­ti­vo de astrono­mia, expli­ca Mel­lo. “É uma obser­vação um pouco mais para as pes­soas que têm mais de exper­iên­cia e que curtem acom­pan­har um fenô­meno não tão comum”, diz.

Dicas

Os astrônomos dão algu­mas dicas para quem quer obser­var os fenô­menos no céu e a prin­ci­pal é de procu­rar céus mais escuros, sem grandes ilu­mi­nações, como nos cen­tros urbanos. “Quem estiv­er nas cidades de inte­ri­or, quem sair das suas grandes cidades para a região rur­al, para a região ser­rana, vai poder acom­pan­har muito mais ess­es fenô­menos e fugir da ilu­mi­nação das cidades”, ressalta Mel­lo.

A condição cli­ma­tológ­i­ca tam­bém pre­cisa ser obser­va­da desta­ca Dra. Josi­na. “Eu recomen­do que olhe sem­pre para o céu, mes­mo que não seja uma mel­hor época do ano. Mas as mel­hores épocas do ano são aque­las épocas mais secas, ou locais que estão com o cli­ma mais seco. Às vezes você tem uma chu­va, a atmos­fera fica limpa e logo depois você olha para o céu e ele está muito boni­to. Mas há lugares que logo depois vai enco­brir nova­mente. Então é real­mente ficar aten­to”, afir­ma.

Caso, o cli­ma não favoreça, a astrôno­ma lem­bra que, em 2025, as trans­mis­sões per­mi­tirão que todos acom­pan­hem cada detal­he dos espetácu­los astronômi­cos. “Eu peço que acom­pan­he as redes soci­ais do Obser­vatório Nacional, porque nós vamos voltar com o pro­gra­ma Olhan­do para o Céu. E a gente vai voltar tam­bém a faz­er, no final de cada mês, o céu do mês seguinte, falan­do de como é esse céu em todo o Brasil, em toda a sua exten­são Norte a Sul, Leste a Oeste”, con­clui.

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