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Chuvas em MG elevam nível do São Francisco e ameaçam cidades baianas

Repro­dução: © TV Brasil

Em Juazeiro, prefeitura começou hoje a retirar famílias


Pub­li­ca­do em 17/01/2022 — 17:08 Por Alex Rodrigues — Repórter da Agên­cia Brasil — Brasília

A chu­va deu uma trégua à Bahia nas últi­mas sem­anas, mas parte dos moradores de cidades local­izadas às mar­gens de alguns dos prin­ci­pais cur­sos d´água que cor­tam o esta­do con­tin­ua sendo afe­ta­da pela con­tínua ele­vação do nív­el do Rio São Fran­cis­co – con­se­quên­cia do vol­ume de água que segue atingin­do a nascente do rio, em Minas Gerais.

O Sis­tema de Aler­ta de Even­tos Críti­cos (SACE), do Serviço Geológi­co do Brasil (CPRM), apon­ta que, esta man­hã, o nív­el do “Vel­ho Chico” já ultra­pas­sa­va as respec­ti­vas cotas de inun­dação de ao menos qua­tro locais em Minas Gerais. E o Bole­tim de Aler­ta Hidrológi­co indi­ca que, dev­i­do às chu­vas em Minas Gerais, o nív­el d´água da maio­r­ia dos rios da Bacia do São Fran­cis­co deve subir ain­da mais nos próx­i­mos dias.

A situ­ação da bacia hidro­grá­fi­ca forçou a Com­pan­hia Hidro Elétri­ca do São Fran­cis­co (Chesf) a anun­ciar, na sem­ana pas­sa­da, a ampli­ação grad­ual da vazão d´água dos reser­vatórios das usi­nas hidrelétri­c­as ao lon­go do “Vel­ho Chico”. Como, na região, as chu­vas cos­tu­mam se esten­der até abril, téc­ni­cos da Chesf acred­i­tam que o maior reser­vatório, o de Sobrad­in­ho, pode chegar próx­i­mo ao seu lim­ite de armazena­men­to nos próx­i­mos meses.

“A pre­visão é que Sobrad­in­ho, nos­so maior reser­vatório, alcance cer­ca de 75% de armazena­men­to já no fim de janeiro”, infor­mou o dire­tor de Oper­ação da Chesf, João Hen­rique Franklin, em uma nota na qual a empre­sa desta­ca a neces­si­dade da oper­ação para con­tro­lar o vol­ume d´água dos reser­vatórios. “Ain­da há um grande vol­ume de chu­vas acon­te­cen­do em Minas Gerais e vamos ter [um vol­ume de] vazões que há 12 anos não vemos no Rio São Fran­cis­co. Por isso, é necessária a lib­er­ação da cal­ha do rio”, acres­cen­tou Franklin.

A Chesf garante já ter repas­sa­do às autori­dades munic­i­pais, prin­ci­pal­mente aos órgãos de defe­sa civ­il, infor­mações sobre áreas da Bahia e de out­ros três esta­dos (Alagoas, Per­nam­bu­co e Sergipe) que podem ser atingi­das pelas águas dev­i­do ao aumen­to da vazão do São Fran­cis­co. Com a lib­er­ação grad­ual, a vazão nas regiões do Sub­mé­dio e Baixo São Fran­cis­co deve atin­gir 4 mil met­ros cúbi­cos por segun­do ( m³/s),no próx­i­mo dia 24.

Um dos lugares sujeitos à inun­dação é o bair­ro do Angari, em Juazeiro (BA). De onde, esta man­hã, a prefeitu­ra ten­tou remover ao menos 25 famílias – das quais ape­nas duas aceitaram deixar a área neste primeiro momen­to. O bair­ro fica às mar­gens do Rio São Fran­cis­co, muito próx­i­mo à Bar­ragem de Sobrad­in­ho, em uma área que deve ser ao menos em parte ala­ga­da quan­do a vazão do rio atin­gir 3 mil m³/s, con­forme con­tou à Agên­cia Brasil a secretária munic­i­pal de Comu­ni­cação, Fer­nan­da Coel­ho de Bar­ros.

“Ain­da não há reg­istros de novos alaga­men­tos na cidade, mas como a lib­er­ação d´água [dos reser­vatórios] é pro­gra­ma­da, diante das esti­ma­ti­vas, decidi­mos já começar a remover as famílias do Angari, por pre­caução”, disse a secretária, expli­can­do que, em dezem­bro, a prefeitu­ra decre­tou situ­ação de emergên­cia munic­i­pal em função das chu­vas que atin­gi­ram a região. “Todo o suporte públi­co munic­i­pal está orga­ni­za­do e à dis­posição das famílias que neces­sitarem”, garan­tiu a secretária.

Além de Juazeiro, out­ros 190 municí­pios baianos dec­re­taram situ­ação de emergên­cia em razão das chu­vas que atin­gi­ram a Bahia em dezem­bro. Bal­anço divul­ga­do ontem (16), pela Defe­sa Civ­il estad­ual, con­tabi­liza 965.643 pes­soas de algu­ma for­ma atingi­das pelas con­se­quên­cias das pre­cip­i­tações plu­viométri­c­as. Destas, 62.156 tiver­am que deixar suas casas e se abri­gar na casa de par­entes, ami­gos ou viz­in­hos, enquan­to out­ras 30.306 tiver­am que, em algum momen­to, ser acol­hi­das em abri­gos impro­visa­dos. Até ontem, o esta­do con­tabi­liza­va 27 mortes e 57 pes­soas feri­das.

Edição: Valéria Aguiar

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