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Cid não revela ao STF com quem conversou sobre PF e Moraes

Repro­dução: © Antônio Cruz/Agência Brasil

Militar voltou a ser preso ontem


Publicado em 23/03/2024 — 13:28 Por Andre Richter- Repórter da Agência Brasil — Brasília

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O tenente-coro­nel do Exérci­to Mau­ro Cid afir­mou em depoi­men­to ao Supre­mo Tri­bunal Fed­er­al (STF) que “não se lem­bra” com quem tro­cou as men­sagens de áudio nas quais o mil­i­tar criti­cou a atu­ação do min­istro Alexan­dre de Moraes e da Polí­cia Fed­er­al (PF).

Ontem (22), Cid voltou a ser pre­so por deter­mi­nação de Alexan­dre de Moraes após a divul­gação dos diál­o­gos pela Revista Veja. A prisão ocor­reu durante audiên­cia na qual o ex-aju­dante de ordens de Jair Bol­sonaro foi chama­do a dar expli­cações.

A prisão foi deter­mi­na­da por um juiz aux­il­iar de Moraes. Segun­do o STF, ao faz­er as declar­ações, Cid des­cumpriu medi­das caute­lares pactu­adas no acor­do de delação. O mil­i­tar tam­bém vai respon­der pelo crime de obstrução de Justiça. Ele está pre­so no batal­hão da Polí­cia do Exérci­to, em Brasília.

Cid assi­nou acor­do de colab­o­ração pre­mi­a­da após ter sido pre­so no ano pas­sa­do no âmbito do inquéri­to que apu­ra fraudes em cer­ti­fi­ca­dos de vaci­nação con­tra covid-19. Além do caso ref­er­ente às vaci­nas, Cid cooper­ou tam­bém com o inquéri­to sobre uma ten­ta­ti­va de golpe de Esta­do que teria sido elab­o­ra­da no alto escalão do gov­er­no Bol­sonaro.

De acor­do com a reportagem da Veja, Cid afir­mou que foi pres­sion­a­do pela PF a delatar episó­dios dos quais não tin­ha con­hec­i­men­to ou “o que não acon­te­ce­r­am”. O ex-aju­dante tam­bém afir­mou, segun­do a pub­li­cação, que a Procu­rado­ria-Ger­al da Repúbli­ca e min­istro Alexan­dre de Moraes, rela­tor das inves­ti­gações sobre o mil­i­tar no STF, têm uma “nar­ra­ti­va pronta” e estari­am aguardan­do somente o momen­to cer­to de “pren­der todo mun­do”.

Cid con­fir­mou na audiên­cia que envi­ou a men­sagem de áudio a ami­gos em tom de “desabafo”. Ao con­trário do que disse nas men­sagens, o mil­i­tar reafir­mou que decid­iu espon­tanea­mente delatar os fatos que pres­en­ciou durante o gov­er­no Bol­sonaro e que não hou­ve pressão da PF ou do Judi­ciário para faz­er as acusações.

“Afir­ma não ter havi­do pressão do Judi­ciário ou da polí­cia. Con­ver­sou pre­vi­a­mente com os advo­ga­dos sobre a colab­o­ração”, diz tre­cho do depoi­men­to.

Cid não rev­el­ou para quem man­dou o áudio com as críti­cas a Moraes e a PF. Ele garan­tiu que não tem con­ta­to com out­ros inves­ti­ga­dos e que falou em tom de “desabafo”.

“Está reclu­so, prati­ca­mente em casa, não tem vida social e não tra­bal­ha. Não lem­bra para quem falou essas fras­es de desabafo, num momen­to ruim. Não con­seguiu ain­da iden­ti­ficar quem foi essa pes­soa”, diz o depoi­men­to.

O ex-aju­dante de ordens de Bol­sonaro tam­bém citou o ex-pres­i­dente ao esclare­cer uma das falas encon­tradas nos diál­o­gos pub­li­ca­dos pela Veja. Em um dos tre­chos, Cid afir­mou que “pes­soas se der­am bem e ficaram mil­ionárias” ao se queixar da fal­ta de apoio.

“Esta­va falan­do do pres­i­dente Jair Bol­sonaro, que gan­hou Pix, aos gen­erais que estão envolvi­dos na inves­ti­gação e estão na reser­va. E no caso próprio perdeu todo. A car­reira está desa­ban­do. Os ami­gos o tratam como lep­roso, com medo de se prej­u­dicar. Não é políti­co, quer ter a vida de vol­ta. Está enclausura­do. A impren­sa sem­pre fica indo atrás. Está ago­ni­a­do. Engor­dou mais de 10 qui­los. O áudio é um desabafo. Acred­i­ta que as pes­soas dev­e­ri­am o estar apoian­do e dan­do sus­ten­tação”, com­ple­tou o depoi­men­to.

Defesa

Após a divul­gação da matéria de Veja, a defe­sa de Mau­ro Cid tam­bém ale­gou que os diál­o­gos foram feitos em tom de desabafo. Os advo­ga­dos dis­ser­am que as falas “não pas­sam de um desabafo em que rela­ta o difí­cil momen­to e a angús­tia pes­soal, famil­iar e profis­sion­al pelos quais está pas­san­do”.

Edição: Valéria Aguiar

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