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Cidades paulistas aumentam restrições para diminuir casos de covid-19

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© Divulgação/Prefeitura de Araraquara (Repro­dução)

Até agora, 29 municípios adotaram medidas mais duras, diz secretaria


Pub­li­ca­do em 17/03/2021 — 19:46 Por Elaine Patri­cia Cruz – Repórter da Agên­cia Brasil — São Paulo

O esta­do de São Paulo entrou, na últi­ma segun­da-feira (15), na Fase Emer­gen­cial para ten­tar con­ter o avanço dos casos de covid-19 e diminuir a sobre­car­ga no sis­tema de saúde. Nes­sa fase, cul­tos e cer­imô­nias reli­giosas cole­ti­vas foram proibidos, jogos de fute­bol, sus­pen­sos, assim como as aulas da rede públi­ca. Tam­bém foi esta­b­ele­ci­do toque de recol­her das 20h as 5h, e o esta­do man­teve sua clas­si­fi­cação na Fase 1‑Vermelha do Plano São Paulo, em que somente ativi­dades essen­ci­ais podem fun­cionar. Isso deve durar até o final deste mês.

Mes­mo assim, diver­sas prefeituras de todo o esta­do vêm amplian­do ain­da mais as restrições. Per­to de um colap­so – o esta­do tem atual­mente 89,9% de ocu­pação dos leitos de unidades de ter­apia inten­si­va (UTI), com 10.756 pes­soas inter­nadas em esta­do grave –, as prefeituras decidi­ram dec­re­tar medi­das mais duras para reduzir ain­da mais a cir­cu­lação de pes­soas nas ruas.

Em entre­vista cole­ti­va nes­ta quar­ta-feira (17), o secretário de Desen­volvi­men­to Region­al, Mar­co Vin­holi, disse que ao menos 30 dos 645 municí­pios do esta­do já dec­re­taram medi­das mais restri­ti­vas do que as esta­b­ele­ci­das no plano emer­gen­cial do gov­er­no do esta­do. “Os municí­pios têm com­petên­cia suple­men­tar, poden­do ser ain­da mais restri­tivos que o gov­er­no do esta­do nas suas medi­das. E é isso que defend­emos. Hoje, mais de 30 cidades estão imple­men­tan­do maiores restrições, e apoiamos essas restrições”, afir­mou Vin­holi.

As prefeituras seguem o exem­p­lo de Araraquara, primeiro municí­pio paulista a esta­b­ele­cer lock­down, ain­da no mês de fevereiro, que vem ten­do ago­ra efeitos pos­i­tivos, dimin­uin­do a pressão sobre os leitos hos­pi­ta­lares. O lock­down em Araraquara durou dez dias, entre o fim de fevereiro e o iní­cio de março, e con­tribuiu para que a cidade pas­sasse a reg­is­trar que­da de 43% na média móv­el diária de casos e de 28% na número de inter­nações. “São números impor­tantes, mas que mostram, infe­liz­mente, que ain­da temos que con­tin­uar cam­in­han­do nesse deser­to, superan­do as difi­cul­dades”, disse o prefeito de Araraquara, Edin­ho Sil­va, nas redes soci­ais.

Já nes­ta sem­ana, diver­sas out­ras cidades resolver­am dec­re­tar lock­down, como Ribeirão Pre­to, que ini­ciou hoje (15) con­fi­na­men­to com duração de cin­co dias. Nesse perío­do, somente serviços con­sid­er­a­dos emer­gen­ci­ais poderão fun­cionar. Até mes­mo super­me­r­ca­dos e padarias foram fecha­dos, poden­do fun­cionar somente para entre­ga em domicílio. O trans­porte públi­co foi sus­pen­so, e as pes­soas só podem cir­cu­lar nas ruas em situ­ações de extrema neces­si­dade, com doc­u­men­to que com­pro­ve isso.

São José do Rio Pre­to tam­bém entrou hoje em lock­down, que irá até o dia 31, mas divi­di­do em duas eta­pas. A primeira ter­mi­nará no dia 21 e, depois dis­so, a prefeitu­ra estu­dará a flex­i­bi­liza­ção grada­ti­va das ativi­dades. Mais 12 cidades da mes­ma região infor­maram que tam­bém vão seguir as medi­das ado­tadas em São José do Rio Pre­to: sus­pen­são do trans­porte públi­co, pos­tos de com­bustív­el aten­den­do somente veícu­los e pes­soas cre­den­ci­a­dos e cir­cu­lação de pes­soas restri­ta. Super­me­r­ca­dos, padarias, açougues e mer­cearias só fun­cionarão para entre­gas.

Em Camp­inas, ter­ceiro maior municí­pio paulista, a prefeitu­ra decre­tou toque de recol­her a par­tir de aman­hã (18), entre as 20h e as 5h. Difer­ente­mente do esta­b­ele­ci­do pelo gov­er­no estad­ual, que não pre­vê mul­tas ou proibições de sair às ruas, em Camp­inas, as pes­soas só poderão cir­cu­lar pelas vias da cidade nesse horário com doc­u­men­to com­pro­van­do algu­ma neces­si­dade. Serviços como super­me­r­ca­dos, padarias, lojas de con­veniên­cia de pos­tos de gasoli­na e dri­ve-thru só poderão fun­cionar depois das 5h e antes das 20h.

Os serviços de deliv­ery, far­má­cias e pos­tos de gasoli­na não terão restrições no horário de fun­ciona­men­to, o que vale tam­bém para táx­is e motoris­tas por aplica­ti­vo. “Sei que as medi­das são duras, mas são necessárias neste momen­to”, disse o prefeito de Camp­inas, Dário Saa­di. “Esta­mos fazen­do o pos­sív­el, mas, se o rit­mo da trans­mis­são não diminuir, não vamos con­seguir con­ter o aumen­to de casos e de inter­nações na cidade.”

A prefeitu­ra de Camp­inas já definiu mul­tas para esta­b­elec­i­men­tos que des­cumprirem as medi­das. Tam­bém serão mul­ta­dos os orga­ni­zadores de fes­tas clan­des­ti­nas, e o pro­pri­etário do imóv­el onde estas forem real­izadas. Aque­les que pro­moverem fes­tas famil­iares com mais de dez pes­soas serão mul­tadas em até R$ 3 mil.

Em San­tos, no litoral paulista, a prefeitu­ra ini­ciou uma fase mais restri­ti­va ontem (16), que vai durar 15 dias. Esco­las da rede pri­va­da, incluin­do unidades de cur­sos profis­sion­al­izantes, ficarão fechadas. Tam­bém estarão vedadas as ativi­dades de lojas de con­veniên­cia, acad­e­mias, clubes e cen­tros esportivos. Par­ques infan­tis ficarão fecha­dos nesse perío­do. E as pra­ias foram inter­di­tadas.

“Den­tro de todas as nos­sas pre­ocu­pações, a maior é garan­tir atendi­men­to, mas não adi­antará nada abrir mais leitos se o com­por­ta­men­to da pop­u­lação con­tin­uar igual. Muitas pes­soas são con­scientes, enquan­to out­ras ain­da negam [as medi­das de pro­teção]. Chega uma hora que não tem equipe da saúde para con­tratar, é um prob­le­ma em todo o país. Mes­mo com von­tade, recur­sos, espaços físi­cos, não tem equipe para ser con­trata­da, e as equipes de saúde já estão sobre­car­regadas”, disse o prefeito Rogério San­tos.

Procu­ra­da pela Agên­cia Brasil, a Sec­re­taria de Desen­volvi­men­to Region­al infor­mou que, até o momen­to, são 29 os municí­pios em que serão dec­re­tadas medi­das mais rígi­das: São José do Rio Pre­to, Orindiú­va, Bady Bassitt, Guapi­açu, Monte Aprazív­el, Cedral, Ibirá, Tan­abi, Nova Grana­da, Palesti­na, Onda Verde, Ribeirão Pre­to, Alt­inópo­lis, Bar­rin­ha, Brodows­ki, Jabot­i­ca­bal, Orlân­dia, Batatais, Sertãoz­in­ho, Camp­inas, San­tos, Pauli­ceia, Araraquara, Piras­su­nun­ga, Bora­ceia, Lins, Itape­va, Buri e Capão Boni­to.

Edição: Nádia Fran­co

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