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Cientistas falam sobre perspectivas astronômicas para 2021

Grupos de visitantes e estudiosos se reunem no Forte de Copacabana para observar o eclipse total da lua, em que o astro ganha tons avermelhados, conhecido como Lua de Sangue.
© Fer­nan­do Frazão/Agência Brasil

Ano promete descobertas e observações inéditas do cosmos


Pub­li­ca­do em 01/01/2021 — 18:15 Por Adrie­len Alves — Repórter da Rádio Nacional — Brasília

O ano de 2021 traz per­spec­ti­vas ani­mado­ras para a astrono­mia, como a con­tagem regres­si­va para uma mis­são com des­ti­no à Lua e o lança­men­to de um superte­lescó­pio que fará ima­gens inédi­tas do espaço.

Quem perdeu a opor­tu­nidade de obser­var os even­tos ocor­ri­dos em 2020 terá a chance de obser­var novos fenô­menos a par­tir de 27 de abril, com uma Super­lua.

Em maio, um eclipse total da Lua será a atração nos céus brasileiros. Novem­bro terá out­ro eclipse, des­ta vez par­cial.

Em dezem­bro será pos­sív­el con­ferir a famosa chu­va de mete­oros Gem­inídeas.

Começa este ano tam­bém a con­tagem regres­si­va para a mis­são Artemis, da Nasa, que deve levar a primeira mul­her à Lua em 2024, com parce­ria brasileira. Os testes não trip­u­la­dos começam este ano, segun­do a agên­cia espa­cial norte-amer­i­cana.

A mis­são gan­hou novo fôlego após a descober­ta de molécu­las de água na Lua, detec­ta­da pelo telescó­pio Sofia.

Telescópios

O lança­men­to do super telescó­pio James Web é o destaque de Duil­ia de Mel­lo, astrôno­ma, pesquisado­ra em pro­je­tos da Nasa e vice-reito­ra da Uni­ver­si­dade Católi­ca da Améri­ca.

“Eu acho que vai ser abso­lu­ta­mente incrív­el toda expec­ta­ti­va que vai se tornar ao redor deste lança­men­to deste telescó­pio [James Web], que esta­mos esperan­do há tan­to tem­po e vai rev­e­lar os con­fins do uni­ver­so. A gente vai poder ver as primeiras galáx­i­as. Além dis­so, [o telescó­pio] vai con­fir­mar tam­bém alguns plan­e­tas ao redor de out­ras estre­las. Vai ser uma mis­são de impacto na nos­sa visão de uni­ver­so.”

O astrofísi­co do Obser­vatório Nacional Ricar­do Ogan­do desta­ca que as ima­gens em alta res­olução que serão cap­turadas em 2021 tam­bém serão destaque no cam­po astronômi­co.

“A astrono­mia é a ciên­cia do aca­so. A gente nun­ca sabe o que vai desco­brir. É muito difí­cil pre­v­er o que será destaque em 2021. Por exem­p­lo, matéria escu­ra e ener­gia escu­ra. São dois ingre­di­entes impor­tantes do uni­ver­so que ninguém sabe o que são e sur­preen­der­am a todos quan­do foram descober­tos”, expli­ca.

Matéria escura

O cien­tista expli­ca que a matéria escu­ra é uma matéria invisív­el, não detec­táv­el fisi­ca­mente e ape­nas teoriza­da dev­i­do à sua ação grav­ita­cional. A ener­gia escu­ra, por sua vez, é o nome que se dá ao ”com­bustív­el” que acel­era a expan­são do uni­ver­so.

“Vários pro­je­tos estão ten­tan­do desco­brir mais detal­h­es sobre este setor escuro do uni­ver­so. Um deles é o LSST (Lega­cy Sur­vey of Space and Time), no Obser­vatório Vera Rubin, no Chile, vai usar um telescó­pio de 8 met­ros para faz­er uma espé­cie de filme em altís­si­ma res­olução do céu usan­do uma câmera de 3,2 mil megapix­els”, rev­ela o astrofísi­co.

Leonar­do Andrade, pro­fes­sor da Uni­ver­si­dade Fed­er­al do Rio Grande do Norte, desta­ca o uso de dados dos telescó­pios para detecção de bioassi­nat­uras.

”Para 2021, ter­e­mos pos­sivel­mente a con­fir­mação de alguns estu­dos, como o que tra­ta da descober­ta de um plan­e­ta ao redor de duas estre­las – uma viva e out­ra mor­ta, usan­do dois méto­dos de detecção difer­entes”, afir­mou.

Para Hélio Jaques Rocha-Pin­to, dire­tor do Obser­vatório do Val­on­go, 2021 será uma opor­tu­nidade para ampli­ar o con­hec­i­men­to humano sobre a Via Láctea com a lib­er­ação de dados do satélite Gaia.

“Eu espero grandes descober­tas na área da astrono­mia galác­ti­ca em função da lib­er­ação de dados do satélite Gaia, que está disponi­bi­lizan­do aos pesquisadores uma quan­ti­dade de infor­mações sem prece­dentes em ter­mos de pre­cisão das posições este­lares e do movi­men­to das estre­las na esfera celeste”, con­cluiu.

Edição: Pedro Ivo de Oliveira

Agên­cia Brasil / EBC


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