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Cimi registra ataques a povos indígenas em três estados

Repro­dução: © Eloy Terena/Instagram

Indigenistas dizem que são ações em contextos similares


Publicado em 20/07/2024 — 18:36 Por Agência Brasil — Rio de Janeiro

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Os con­fli­tos entre pro­du­tores rurais e gru­pos indí­ge­nas con­tin­u­am no Mato Grosso do Sul e Paraná. De acor­do com pub­li­cação fei­ta neste sába­do (20) pelo Con­sel­ho Indi­genista Mis­sionário (Cimi), com base em infor­mações da Comis­são Guarani Yvyru­pa,  foram reg­istra­dos cer­co a indí­ge­nas guarani kaiowá em retomadas de área no Mato Grosso do Sul, com risco imi­nente de despe­jo ile­gal e força­do, e incên­dio crim­i­noso con­tra o teko­ha Tata Rendy, dos ava guarani, no oeste do Paraná. O Cimi reg­is­tou ain­da neste sába­do ataques a indí­ge­nas no Rio Grande do Sul.

De acor­do com o Cimi, no Mato Grosso do Sul, as cin­co retomadas da região de Dourad­i­na cir­cun­scritas à Ter­ra Indí­ge­na Lagoa Rica Panam­bi con­tin­u­am sendo acos­sadas por capan­gas arma­dos des­de a man­hã deste sába­do. Em cam­po aber­to, quase uma dezena de cam­in­honetes se posi­cionaram com home­ns nas caçam­bas, que rap­i­da­mente se espal­haram em um perímetro ofen­si­vo ao grupo guarani kaiowá. A Força Nacional de Segu­rança está no local.

Em Caara­pó (MS), na man­hã deste sába­do, duas áreas retomadas na Ter­ra Indí­ge­na Doura­dos Amam­bai Peguá I pas­saram a ser sobrevoadas por drones e cer­cadas por cam­in­honetes.

No oeste do Paraná, na teko­ha — ter­mo usa­do para definir ter­ritório — Tata Rendy, dos ava guarani, tam­bém hou­ve cer­co e incên­dios. Para indí­ge­nas e indi­genistas, tratam-se de ataques em blo­co den­tro de con­tex­tos sim­i­lares.

Além dess­es con­fli­tos, o Cimi, órgão vin­cu­la­do à Con­fer­ên­cia Nacional dos Bis­pos do Brasil (CNBB), reg­istrou ain­da ataques ao povo kain­gang da Retoma­da Fág Nor, em Pon­tão, local­iza­do próx­i­mo ao municí­pio de Pas­so Fun­do, no Rio Grande do Sul. Os indí­ge­nas voltaram a ser ata­ca­dos na madru­ga­da deste sába­do (20). Home­ns enca­puza­dos desce­r­am de veícu­los e ati­raram con­tra os indí­ge­nas e incen­di­aram uma mal­o­ca. Em uma sem­ana, é o ter­ceiro ataque sofri­do depois que as famílias decidi­ram retornar para uma área próx­i­ma ao ter­ritório tradi­cional.

Governo federal

Os con­fli­tos se esten­dem por cer­ca de uma sem­ana. No últi­mo dia 16, rep­re­sen­tantes do gov­er­no fed­er­al deixaram Brasília e desem­bar­caram em Mato Grosso do Sul. O obje­ti­vo das equipes dos min­istérios dos Povos Indí­ge­nas (MPI) e dos Dire­itos Humanos e da Cidada­nia (MDHC) é “medi­ar con­fli­tos fundiários” que cul­mi­naram em uma série de ataques con­tra indí­ge­nas que ocu­param áreas rurais reivin­di­cadas como ter­ritórios tradi­cionais.

No dia 17, o Min­istério da Justiça e Segu­rança Públi­ca autor­i­zou o emprego de agentes da Força Nacional em ações estatais para preser­var a ordem e a inte­gri­dade em aldeias indí­ge­nas do Cone Sul do Mato Grosso do Sul e nas regiões fron­teir­iças do esta­do.

Segun­do o Cimi, ape­sar das comi­ti­vas do Min­istério dos Povos Indí­ge­nas (MPI), e das ten­ta­ti­vas de nego­ci­ação com pro­pri­etários rurais e políti­cos locais para a inter­rupção das hos­til­i­dades, não hou­ve ain­da a pre­sença de um apara­to mais sóli­do do Esta­do em bus­ca de soluções reais – e até mes­mo a ida às regiões de autori­dades públi­cas com peso políti­co. O órgão crit­i­ca a atu­ação da Força Nacional.

Ocorre que nos três casos, ava guarani, guarani kaiowá e kain­gang, hou­ve incên­dio crim­i­noso nas áreas ocu­padas pelos indí­ge­nas. Os agres­sores atear­am fogo em mal­o­cas e nas matas do entorno. Out­ro pon­to em comum é que nos três casos os ataques ocor­reram horas após a saí­da de rep­re­sen­tantes do Min­istério dos Povos Indí­ge­nas das áreas e com a pre­sença de agru­pa­men­tos da Força Nacional deslo­ca­dos pelo gov­er­no fed­er­al às regiões.

Edição: Aline Leal

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