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Cinco anos após incêndio, Museu no Rio busca restauração e modernidade

Repro­dução: © Tânia Rêgo/Agência Brasil

Fogo destruiu maior parte dos 20 milhões de itens do Museu Nacional


Pub­li­ca­do em 02/09/2023 — 09:02 Por Car­oli­na Pes­soa – Repórter da Rádio Nacional — Rio de Janeiro

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Noite de 2 de setem­bro de 2018. Um incên­dio de grandes pro­porções atingiu o Museu Nacional, em São Cristóvão, zona norte do Rio de Janeiro.

A maior parte dos 20 mil­hões de itens que o museu abri­ga­va foi destruí­da, sendo a área expos­i­ti­va total­mente afe­ta­da. Entre os destaques que se perder­am estavam o dinos­sauro con­heci­do como Dino­pra­ta, as múmias egíp­cias e o esquele­to de uma baleia cachalote. O Museu tam­bém guar­da­va o crânio de Luzia, o fós­sil humano mais anti­go já encon­tra­do no Brasil, que foi encon­tra­do, com danos, entre os escom­bros.

Agentes do cor­po de bombeiros, com apoio de fun­cionários do museu, lutaram por horas para com­bat­er o fogo e sal­var parte do acer­vo.

Incêndio no Museu Nacional
Repro­dução: Incên­dio no Museu Nacional — Vitor Abdala/ Arqui­vo Agên­cia Brasil

A área mais afe­ta­da pelas chamas foi a de antropolo­gia, segun­do o curador das coleções etno­grá­fi­cas do museu, João Pacheco Oliveira.

“O mate­r­i­al que acabou sendo pesada­mente afe­ta­do foi o do depar­ta­men­to de antropolo­gia pela própria car­ac­terís­ti­ca dos mate­ri­ais. Min­er­alo­gia tra­bal­ha com mete­oros que pas­sam na estratos­fera e resistem a tem­per­at­uras altís­si­mas. Os nos­sos obje­tos eram de madeira, pal­ha, penas. Então esse mate­r­i­al foi quase todo diz­ima­do”, afir­mou o antropól­o­go.

Após um lon­go tra­bal­ho de restau­ro, feliz­mente, vários itens deste acer­vo foram recu­per­a­dos, como man­tos, armas, colares e obje­tos de reza.

O diretor do Museu Nacional, Alexander Kellner, durante coletiva em que a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) apresenta um balanço das obras de reconstrução do Museu Nacional e a programação do bicentenário da independência.
Repro­dução: Dire­tor do Museu Nacional, Alexan­der Kell­ner. — Tânia Rêgo/Arquivo Agên­cia Brasil

O dire­tor do museu, Alexan­der Kell­ner, expli­ca que o inves­ti­men­to na recu­per­ação é de R$ 445 mil­hões, e desse total já foram cap­ta­dos em torno de 60%. Ele tam­bém ressalta que o pra­zo final para a entre­ga da obra é 2028, mas várias eta­pas já estão sendo con­cluí­das ao lon­go deste perío­do, com uma pro­pos­ta difer­en­ci­a­da de insti­tu­ição.

“A gente não quer faz­er um museu igual ao que era. Quer­e­mos faz­er um museu mod­er­no, sus­ten­táv­el, inclu­si­vo e que, sobre­tu­do, pro­mo­va o diál­o­go com a sociedade”, disse o pro­fes­sor Alexan­der Kell­ner, dire­tor da insti­tu­ição.

Parte interna do Museu Nacional recuperada após quatro anos do incêndio. Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) apresenta um balanço das obras de reconstrução do Museu Nacional e a programação do bicentenário da independência.
Repro­dução: Parte inter­na do Museu Nacional recu­per­a­da após qua­tro anos do incên­dio. — Tânia Rêgo/Arquivo Agên­cia Brasil

A facha­da do Museu, entregue restau­ra­da este ano, é um dos primeiros resul­ta­dos da revi­tal­iza­ção. A obra envolveu em torno de 150 profis­sion­ais. Tam­bém já foram entregues grande parte da cober­tu­ra do primeiro blo­co refei­ta e todas as escul­turas de már­more restau­radas. Para o ano de 2024, uma grande atração pre­vista é a aber­tu­ra da sala do mete­ori­to Ben­degó e da escadaria mon­u­men­tal.

A dire­to­ra adjun­ta de inte­gração Museu e Sociedade, Juliana Sayão, ressalta que o Museu Nacional é de grande importân­cia para a pop­u­lação. E que as ativi­dades não pararam com o fechamen­to do local dev­i­do ao incên­dio.

“A gente criou vários pro­je­tos educa­tivos e de exten­são que per­mi­ti­ram esse con­ta­to. A gente teve Museu Nacional Vivo nas Esco­las, em vez de rece­ber as esco­las no museu, a equipe do educa­ti­vo ia até as esco­las para desen­volver esse tra­bal­ho”.

A tra­jetória do Museu Nacional remon­ta à história do Brasil. Cri­a­do em 1818 por D. João VI, é a primeira insti­tu­ição de pesquisa e o primeiro museu do país, con­struí­do com o obje­ti­vo de aten­der aos inter­ess­es de pro­gres­so cul­tur­al e econômi­co do Brasil na época. Seu acer­vo inclui peças de arque­olo­gia, geolo­gia, pale­on­tolo­gia, e zoolo­gia, entre out­ras.

Ouça na Radioagência Nacional

Edição: Lílian Beral­do

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