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Cineasta Toni Venturi morre aos 68 anos; velório será na Cinemateca

Repro­dução: © Foto Insta­gram

Ele passou mal em uma praia no município de São Sebastião


Publicado em 19/05/2024 — 13:50 Por Léo Rodrigues – Repórter da Agência Brasil — Rio de Janeiro

O cineas­ta Toni Ven­turi mor­reu neste sába­do (18) após pas­sar mal em uma pra­ia no municí­pio de São Sebastião, no litoral do esta­do de São Paulo. Ele havia com­ple­ta­do 68 anos em novem­bro de 2023. Seu cor­po será vela­do nes­ta segun­da-feira (20), entre 13h e 20h, na Cin­e­mate­ca Brasileira, em São Paulo.

Ven­turi era for­ma­do em cin­e­ma pela Ryer­son Uni­ver­si­ty, insti­tu­ição sedi­a­da na cidade de Toron­to, no Canadá. No Brasil, tam­bém estu­dou cin­e­ma na Uni­ver­si­dade de São Paulo (USP). Ele dirigiu diver­sos filmes fic­cionais que tran­si­tam do dra­ma à comé­dia. Sua esposa, a atriz Déb­o­ra Duboc, atu­ou em diver­sos deles. Além de Déb­o­ra, ele deixa os dois fil­hos Theo e Otto.

Lat­i­tude Zero (2002) é um de seus lon­ga-metra­gens mais acla­ma­dos. Basea­do na peça As Coisas Ruins da Nos­sa Cabeça, do dra­matur­go Fer­nan­do Bonas­si, gan­hou mais de uma dezena de prêmios em fes­ti­vais nacionais e inter­na­cionais.

Out­ro tra­bal­ho de destaque foi Cabra-Cega (2005), que nar­rou a tra­jetória de dois jovens mil­i­tantes durante os anos da ditadu­ra mil­i­tar. O títu­lo foi exibido em diver­sos even­tos cin­e­matográ­fi­cos. No 37º Fes­ti­val de Brasília, por exem­p­lo, arrema­tou os prêmios de direção, roteiro e do públi­co.

A fil­mo­grafia de Toni Ven­turi inclui ain­da filmes mais recentes como Esta­mos Jun­tos (2011) e A Comé­dia Div­ina (2017). Como doc­u­men­tarista, um de seus prin­ci­pais tra­bal­hos é O Vel­ho – A História de Luiz Car­los Prestes (1997). Foi o vence­dor da primeira edição do fes­ti­val É Tudo Ver­dade e tam­bém foi agra­ci­a­do em out­ros even­tos nacionais. Fora do país, rece­beu um prêmio em Cuba.

Out­ro doc­u­men­tário de destaque foi Rita Cadil­lac – A Lady do Povo (2010). Em parce­ria com o arquite­to fran­co-argenti­no Pablo Georgi­eff, dirigiu Dia de Fes­ta (2005), que doc­u­men­ta a lid­er­ança de qua­tro mul­heres no movi­men­to dos sem-teto da cidade de São Paulo.

Repercussão e ativismo

Neta de Luiz Car­los Prestes, a sociólo­ga Ana Maria Prestes lamen­tou em suas redes soci­ais a morte do cineas­ta. “Deixo o meu pesar e sol­i­dariedade à família e ami­gos. Tam­bém a gratidão, por ele ter real­iza­do essa obra pela qual tan­tos con­hece­r­am quem foi Prestes”, escreveu.

A morte do cineas­ta tam­bém foi lamen­ta­da em men­sagem divul­ga­da pelo pres­i­dente da Repúbli­ca, Luís Iná­cio Lula da Sil­va.

O cineas­ta foi pres­i­dente da Asso­ci­ação Paulista dos Cineas­tas (Apaci) no ano de 2001 e era con­heci­do pelo seu ativis­mo cul­tur­al. O pro­fes­sor da Fac­ul­dade de Arquite­tu­ra e Urban­is­mo da USP e ex-vereador de São Paulo, Nabil Bon­du­ki, o descreveu como “uma pes­soa mar­avil­hosa, solidária e afe­tu­osa”. Ami­go do cineas­ta, ele com­par­til­hou nas redes soci­ais como foram seus últi­mos encon­tros.

“Estive com ele recen­te­mente, em várias opor­tu­nidades, e ele esta­va muito bem, otimista com o futuro e com pro­postas para a políti­ca do audio­vi­su­al em São Paulo. Fiquei em choque quan­do rece­bi a triste notí­cia de sua pas­sagem na imen­sid­ão do mar azul. Como pode alguém com tan­ta vital­i­dade, perder a vida assim de repente? Muito ani­ma­do, ele me rece­beu em sua casa, com rep­re­sen­tantes do setor, para debater novos instru­men­tos para o finan­cia­men­to do audio­vi­su­al na cidade”, escreveu.

A importân­cia de seu ativis­mo tam­bém foi lem­bra­da pelo min­istro do Desen­volvi­men­to Agrário e Agri­cul­tura Famil­iar, Paulo Teix­eira. Em postagem, ele con­tou sobre seu envolvi­men­to nas dis­cussões para a cri­ação de novas regras envol­ven­do platafor­mas de stream­ing – video on demand (VOD).

“Desta­co a sua grandiosa con­tribuição para o cin­e­ma nacional. Sou gra­to pelas suas con­tribuições para elab­o­ração do PL 8889/2017, de reg­u­lação do VOD. Quan­do aprova­da, sugiro que seja chama­da Lei Toni Ven­turi.”

Edição: Denise Griesinger

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