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Cobertura vacinal completa contra covid em crianças não chega a 12%

Repro­dução: © Tânia Rêgo/Agência Brasil

Fiocruz faz alerta para persistência no número de mortes


Publicado em 11/03/2024 — 11:22 Por Bruno de Freitas Moura — Repórter da Agência Brasil — Rio de Janeiro

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A cober­tu­ra vaci­nal com­ple­ta con­tra a covid-19 em cri­anças é baixa e traz um aler­ta para a per­sistên­cia no número de mortes cau­sadas pela doença. Entre os jovens com menos de 14 anos, ape­nas 11,4% rece­ber­am as três dos­es do imu­nizante. O aler­ta foi feito nes­ta segun­da-feira (11) pelo Obser­vatório de Saúde na Infân­cia (Obser­va Infân­cia), uma parce­ria entre a Fun­dação Oswal­do Cruz (Fiocruz) e a Fac­ul­dade de Med­i­c­i­na de Petrópo­lis.

Des­de 2023, a vaci­na da covid-19 está disponív­el para cri­anças a par­tir de 6 meses de idade. O esque­ma vaci­nal com­ple­to é com­pos­to por três dos­es para esse públi­co. O bole­tim Obser­va Infân­cia apon­ta que, quan­to menor a idade, menor a apli­cação do imu­nizante. Na pop­u­lação adul­ta, 14,9% estão com o ciclo com­ple­to (qua­tro dos­es da vaci­na).

Entre cri­anças de 6 meses e 2 anos de idade, 14,2% tomaram duas dos­es e ape­nas 6,3% com­ple­taram o ciclo de três apli­cações.

No uni­ver­so de 3 a 4 anos, 23,1% têm duas dos­es e ape­nas 6,7% com­ple­taram a cober­tu­ra vaci­nal. Já entre as cri­anças de 5 a 11 anos, pouco mais da metade rece­beu (56%) duas apli­cações, enquan­to ape­nas 12,8% tomaram as três dos­es.

Vacinação x mortes

O bole­tim traz dados sobre mortes de cri­anças com covid-19 para enfa­ti­zar a eficá­cia da vaci­na. A com­para­ção se dá sem­pre entre as oito primeiras sem­anas dos anos entre 2021 e 2024.

Em 2021, foram 118 mortes de cri­anças de até 14 anos, rep­re­sen­tan­do 38,3% do total de óbitos por Sín­drome Res­pi­ratória Agu­da Grave (SRAG) na faixa etária. No ano seguinte, esse número saltou para 326, equiv­al­en­do a 47,1% das mortes por SRAG.

Em 2023, perío­do em que já havia imu­nizante para cri­anças a par­tir de 6 meses de idade, o número de mortes regrediu a 50, sendo 24,5% do total de óbitos por SRAG. Ago­ra em 2024, o número foi prati­ca­mente o mes­mo, 48, sendo 32,4% dos casos de morte por SRAG.

Para a Fiocruz, os números indicam a eficá­cia da vaci­nação, que deve ser inten­si­fi­ca­da. Segun­do os pesquisadores, a per­sistên­cia no número de mortes entre 2023 e 2024 pode estar dire­ta­mente asso­ci­a­da à baixa cober­tu­ra vaci­nal.

“Ape­sar da diminuição obser­va­da entre 2022 e 2023, a rel­a­ti­va esta­bil­i­dade dos números de óbitos em 2024 é pre­ocu­pante, sub­lin­han­do a neces­si­dade urgente de esforços con­cen­tra­dos para aumen­tar a cober­tu­ra vaci­nal entre cri­anças e ado­les­centes, como uma estraté­gia chave para com­bat­er efe­ti­va­mente a dis­sem­i­nação do coro­n­avírus e pro­te­ger os mais jovens das for­mas graves da doença”, afir­ma o bole­tim.

“Temos uma vaci­na segu­ra, efi­ciente e disponív­el em todos os municí­pios. Pre­cisamos usar o recur­so que nós temos para garan­tir a saúde das cri­anças, espe­cial­mente em um cenário des­fa­voráv­el com a cir­cu­lação de out­ras doenças perigosas, como a dengue”, aler­ta o coor­de­nador do Obser­va Infân­cia, Cris­tiano Boc­col­i­ni.

Edição: Aécio Ama­do

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