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Coluna — Street Fighter II comemora 30 anos

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© Repro­du­ção Twitter/Street Figh­ter (Repro­du­ção)

Pioneiro do e‑sports, o game deu início a uma franquia bilionária


Publi­ca­do em 11/02/2021 — 10:00 Por Gui­lher­me Neto — Apre­sen­ta­dor do qua­dro Fli­pe­ra­ma, no pro­gra­ma Sta­dium, da TV Bra­sil. A colu­na é publi­ca­da às quin­tas-fei­ras — Rio de Janei­ro

No últi­mo sába­do (6), um dos jogos mais popu­la­res da his­tó­ria dos vide­o­ga­mes com­ple­tou 30 anos. Stre­et Figh­ter II foi lan­ça­do exclu­si­va­men­te para fli­pe­ra­mas em 6 de feve­rei­ro de 1991 e virou febre ins­tan­ta­ne­a­men­te, defi­nin­do o gêne­ro dos games de luta como o conhe­ce­mos hoje

Como o nome já indi­ca, Stre­et Figh­ter II não era o pri­mei­ro títu­lo da fran­quia, ini­ci­a­da em 1987 com a ver­são ori­gi­nal do game. Aque­le jogo, porém, não per­mi­tia que o joga­dor esco­lhes­se outro per­so­na­gem que não o Ryu (ou o Ken, caso você fos­se o segun­do joga­dor). A quan­ti­da­de de movi­men­tos tam­bém era bem limi­ta­da, sem a pos­si­bi­li­da­de de com­bos, mas já esta­vam lá ele­men­tos que seri­am apri­mo­ra­dos na con­ti­nu­a­ção, como as bar­ras de ener­gia e gol­pes icô­ni­cos como o Hadou­ken, aci­o­na­dos por uma com­bi­na­ção de coman­dos.

Com Stre­et Figh­ter II, a desen­vol­ve­do­ra Cap­com que­ria focar em uma linha de jogos de luta, seguin­do uma ten­dên­cia ini­ci­a­da com alguns suces­sos dos anos 80, prin­ci­pal­men­te nos Esta­dos Uni­dos, como Final Fight, da pró­pria Cap­com, Dou­ble Dra­gon (Tai­to) e Tee­na­ge Mutant Nin­ja Tur­tles (Kona­mi). A empre­sa japo­ne­sa alcan­çou o suces­so como que­ria, tal­vez só não ima­gi­nas­se o quão gran­di­o­so seria. Os fli­pe­ra­mas toma­ram con­ta das lojas, bares e gale­ri­as no Japão e tam­bém do Oci­den­te: no Rei­no Uni­do, eles repre­sen­ta­ram nada menos que 60% de todos os gabi­ne­tes espa­lha­dos pelo país.

São mui­tos os moti­vos que podem expli­car o suces­so por trás de Stre­et Figh­ter II, mas a razão mais cita­da é a tela de sele­ção de per­so­na­gens, algo iné­di­to até então. O pai­nel era bem limi­ta­do em com­pa­ra­ção com os jogos de hoje: ape­nas oito luta­do­res repre­sen­tan­do seis nações dife­ren­tes, incluin­do o Bra­sil. Ain­da assim, final­men­te era pos­sí­vel não se pren­der a um úni­co guer­rei­ro, e sim expe­ri­men­tar heróis tão diver­sos como um mon­ge budis­ta indi­a­no, um luta­dor de sumô japo­nês ou o mons­tro amazô­ni­co Blan­ka. Dava para esco­lher até mes­mo uma mulher, a pra­ti­can­te de artes mar­ci­ais Chun-Li, em uma épo­ca que con­tro­lar per­so­na­gens femi­ni­nas ain­da era bem raro.

Depois des­sa boa recep­ção, não demo­rou mui­to para Stre­et Figh­ter II ganhar ver­sões para os con­so­les da épo­ca, como Super Nin­ten­do e Mega Dri­ve. O jogo tam­bém ganha­ria vári­as atu­a­li­za­ções, a mais famo­sa delas a Super Stre­et Figh­ter II, que dobra­ria o núme­ro de luta­do­res sele­ci­o­ná­veis. Tama­nho suces­so foi repli­ca­do em diver­sas mídi­as: qua­dri­nhos, dese­nhos ani­ma­dos e até um fil­me live-acti­on ban­ca­do por Hollywo­od nos anos 90. Stre­et Figh­ter: O fil­me era pro­ta­go­ni­za­do pelo astro Jean-Clau­de Van Dam­me, que deu vida ao luta­dor ame­ri­ca­no Gui­le. A fran­quia da Cap­com tam­bém expan­diu com mui­tos e mui­tos games, como a série pre­quel Stre­et Figh­ter Alpha ou os spin-off Stre­et Figh­ter EX. Não pode­mos dei­xar de falar nos cros­so­vers, como X‑Men vs Stre­et Figh­ter (1996), que dari­am iní­cio à bem suce­di­da série Mar­vel Vs Cap­com. Par­ti­ci­pa­ções espe­ci­ais em outros jogos não fal­ta­ram, com a inclu­são de Ryu no pan­teão de per­so­na­gens de Super Smash Bros, sen­do uma das incur­sões mais recen­tes e mais famo­sas.

O jogo tam­bém ganhou sequên­ci­as ofi­ci­ais, a últi­ma delas Stre­et Figh­ter V (2016), exclu­si­vo para PlayS­ta­ti­on 4 e com­pu­ta­do­res. Pela pri­mei­ra vez, a Cap­com não apos­ta­ria em uma ver­são para fli­pe­ra­mas, que esta­vam — e ain­da seguem — em declí­nio de popu­la­ri­da­de. Ain­da assim, uma ver­são arca­de limi­ta­da para o Japão seria lan­ça­da três anos depois. Ain­da hoje, SFV é atu­a­li­za­do com cor­re­ções ou adi­ção de novos modos, cená­ri­os e per­so­na­gens. Até o fim des­te ano, serão 45 luta­do­res sele­ci­o­ná­veis, um recor­de em qual­quer game Stre­et Figh­ter. Por enquan­to, o núme­ro mais alto ain­da está com Ultra Stre­et Figh­ter 4 (2014), com 44 luta­do­res.

Stre­et Figh­ter II tam­bém é um dos pio­nei­ros no espor­te ele­trô­ni­co. Com­pe­ti­ções ama­do­ras do jogo eram comuns des­de o iní­cio dos anos 90. Uma delas, dis­pu­ta­da em uma gale­ria de fli­pe­ra­mas na Cali­fór­nia, se trans­for­ma­ria no EVO, um dos prin­ci­pais tor­nei­os pro­fis­si­o­nais de games de luta do mun­do. A par­tir de 2014, a Cap­com tam­bém apos­ta­ria em cam­pe­o­na­tos ofi­ci­ais, cri­an­do a Cap­com Pro Tour, um cir­cui­to que cul­mi­na­ria na Cap­com Cup, reu­nin­do os 32 melho­res joga­do­res do pla­ne­ta. A edi­ção de 2020 foi can­ce­la­da por con­ta da pan­de­mia do novo coro­na­ví­rus (covid-19), mas sa des­te ano está con­fir­ma­da no for­ma­to onli­ne nos pró­xi­mos dias dias 20 e 21 de feve­rei­ro. 

Aqui no Bra­sil, a série Stre­et Figh­ter tam­bém fez bas­tan­te baru­lho, com direi­to à trans­mis­são de dese­nhos ani­ma­dos na TV aber­ta e tam­bém nas telas de cine­ma. Blan­ka — a bes­ta sel­va­gem da Amazô­nia com o cora­ção de um meni­no ino­cen­te — foi ado­ta­da com mui­to cari­nho pelos bra­si­lei­ros. O nos­so país sem­pre foi bas­tan­te repre­sen­ta­do nos games da série, com cená­ri­os na Flo­res­ta Amazô­ni­ca, no por­to de San­tos e nos mor­ros cari­o­cas. Outros luta­do­res, mais pró­xi­mos e seme­lhan­tes da nos­sa rea­li­da­de, seri­am intro­du­zi­dos: Sean, em Stre­et Figh­ter III, e sua irmã mais velha Lau­ra, em Stre­et Figh­ter V. Daqui, saí­ram tam­bém alguns dos melho­res joga­do­res de Stre­et Figh­ter do mun­do, como Keo­ma Pache­co — top 8 no Cap­com Cup 2015 -, e Tho­mas “Broly­nho” Pro­en­ça, que par­ti­ci­pou da final mun­di­al em 2016 e 2017.

Por enquan­to, a expec­ta­ti­va fica por con­ta de um pos­sí­vel Stre­et Figh­ter 6, que mui­to pro­va­vel­men­te já está em desen­vol­vi­men­to. Mui­tos espe­cu­la­vam que o jogo seria lan­ça­do em 2021, mas com a pan­de­mia de covid-19 ain­da pre­sen­te, acre­di­to que o game só deva mes­mo che­gar às lojas a par­tir do ano que vem. Enquan­to isso, para quem qui­ser embar­car de cabe­ça na fran­quia, eu sugi­ro dar uma con­fe­ri­da na cole­tâ­nea Stre­et Figh­ter 30th Anni­ver­sary Col­lec­ti­on, que reú­ne todos os jogos da série prin­ci­pal até o Stre­et Figh­ter III: Third Impact. Os capí­tu­los IV e V, mais recen­tes, tam­bém já se encon­tram a um pre­ço bem redu­zi­do, mes­mo com todo o con­teú­do adi­ci­o­nal já incluí­do em suas ver­sões defi­ni­ti­vas :Ultra e Cham­pi­on, res­pec­ti­va­men­te.

Edi­ção: Cláu­dia Soa­res Rodri­gues

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