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Com brilho nos olhos, Beth Gomes quer buscar tri paralímpico em 2028

Repro­dução: © Dou­glas Magno/CPB

Emocionada com ouro e prata em Paris, ela terá 63 anos em Los Angeles


Publicado em 04/09/2024 — 12:41 Por Lincoln Chaves — Repórter da EBC — Paris

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Os olhos de Beth Gomes bril­ham ao falar das medal­has con­quis­tadas na últi­ma segun­da-feira (2), na Par­alimpía­da de Paris. Além do ouro no lança­men­to do dis­co da classe F53, repetindo o resul­ta­do dos Jogos de Tóquio, no Japão, em 2021, ela foi pra­ta no arremes­so do peso da classe F54, onde com­petiu com atle­tas com defi­ciên­cias menos sev­eras — ain­da que tam­bém cadeirantes. Nem parece que a paulista de 59 anos acu­mu­la títu­los inter­na­cionais e suces­si­vas que­bras de recordes mundi­ais.

“O son­ho de qual­quer atle­ta é chegar a uma Olimpía­da. No momen­to que me tiraram esse son­ho no esporte que tan­to ama­va e con­tin­uo aman­do, o vôlei, pen­sei que tin­ha acaba­do. Mas não. E quan­do vejo que con­segui [medal­has par­alímpi­cas] não somente em uma pro­va, mas em duas, isso, para mim, traz esse bril­ho nos olhos. É o bril­ho de uma real­iza­ção”, emo­ciona-se Beth. Ela con­cedeu entre­vista à reportagem da Empre­sa Brasil de Comu­ni­cação (EBC) na Casa Brasil Par­alímpi­co, em Saint-Ouen, cidade viz­in­ha a Paris.

Beth foi diag­nos­ti­ca­da em 1993 com escle­rose múlti­pla. O con­ta­to com o parade­sporto veio, primeiro, no bas­quete em cadeira de rodas, em San­tos (SP), cidade em que nasceu. Em 2008, foi con­vo­ca­da para a Par­alimpía­da de Pequim, na Chi­na. Em meio à pro­gressão da patolo­gia, ela se encon­trou de vez no atletismo. Mes­mo com uma defi­ciên­cia que é degen­er­a­ti­va, a paulista con­seguiu se adap­tar, a pon­to de chegar à França pronta para com­pe­tir duas provas no mes­mo dia — e ir ao pódio em ambas.

Beth Gomes, lançamento de disco paralimpíada de Paris 2024
Repro­dução: Na próx­i­ma Par­alimpía­da, em 2028, Beth Gomes terá 63 anos e quer bus­car mais medal­has. “Se Deus me per­mi­tir e eu estiv­er em condições, quero estar lá” Foto: Ana Patrí­cia Almeida/CPB

“A escle­rose múlti­pla requer des­can­so por con­ta da fadi­ga. Se fadi­gar, per­co rendi­men­to. Mas nós con­seguimos”, disse a bicam­peã par­alímpi­ca. Ela con­tou que a téc­ni­ca, Rose Farias, estu­dou sobre a escle­rose jun­to com a irmã de Beth, que é neu­rol­o­gista e espe­cial­ista na doença.

“Então, [a treinado­ra] não pas­sa mais do que eu pos­so faz­er. Foi tudo prepara­do para acon­te­cer como em Kobe [no Japão, pelo Mundi­al de 2024], em que tam­bém dis­putei as duas provas no mes­mo dia. Con­segui con­cil­iar, des­cansar e traz­er as medal­has [ouro no dis­co e pra­ta no peso]”, expli­cou.

“É muito grat­i­f­i­cante, pois sabe­mos que nos­so cor­po, às vezes, não obe­dece. Eu digo que a escle­rose é min­ha ami­ga, andamos lado a lado, mas que sem­pre a estarei ven­cen­do e respei­tan­do quan­do ela tem de ser respeita­da”, com­ple­tou.

Jogos de 2028

Nos Jogos de Los Ange­les, nos Esta­dos Unidos, em 2028, Beth terá 63 anos. No que depen­der dela, para bus­car o tri.

“Se Deus me per­mi­tir e eu estiv­er em condições, quero estar lá. Nos­so pres­i­dente [do Comitê Par­alímpi­co Brasileiro] Miza­el [Con­ra­do] fala que vou com­pe­tir até os 90 anos. E eu respon­do: ‘Deus te ouça, olha que vou estar lá!’ [risos]. Brin­cadeiras à parte, enquan­to estiv­er sã e com von­tade de treinar, essa Beth, essa fênix, como sou chama­da, vai con­tin­uar. Esse ar me dá fôlego para acred­i­tar que aman­hã estarei aqui”, con­cluiu.

Edição: Marce­lo Brandão

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