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Com foco em filmes nacionais, TV Brasil estreia nova faixa de cinema

Repro­dução: © Fer­nan­do Frazão/Agência Brasil

Proposta é exibir conteúdos que valorizem a diversidade do país


Pub­li­ca­do em 09/08/2023 — 08:02 Por Rafael Car­doso — Repórter da Agên­cia Brasil — Rio de Janeiro

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O ano é 1942, o mun­do enfrenta a maior guer­ra da história. No sertão, um alemão, que fugia dos con­fli­tos na Europa, começa a vender aspiri­nas pela região e con­tra­ta um homem nordes­ti­no como aju­dante. Para con­quis­tar novos com­pradores, eles exibem filmes pub­lic­itários em praças de cidades peque­nas. Esse é o enre­do do filme Cin­e­ma, Aspiri­nas e Urubus, um dos destaques da nova faixa de cin­e­ma que estreia na TV Brasil no dia 18 de setem­bro.

A pro­dução é de 2005 e rece­beu, no mes­mo ano, o Prêmio da Edu­cação Nacional no Fes­ti­val de Cannes. O cineas­ta Marce­lo Gomes é o respon­sáv­el pelo filme e con­ver­sou com a Agên­cia Brasil durante as gravações do Cine Resen­ha, pro­gra­ma que vai exibir pro­duções cin­e­matográ­fi­cas e traz­er entre­vis­tas com os respon­sáveis por elas. Para ele, a tele­visão públi­ca é o lugar ide­al para que con­teú­dos nacionais e inde­pen­dentes sejam exibidos e alcancem todo o país. “Estou muito feliz em pen­sar que esse filme vai pas­sar de Norte a Sul do país, em lugares que meus filmes nun­ca chegaram antes. Onde os cin­e­mas nun­ca exibiri­am esse tipo de pro­dução. É a TV Brasil que vai poder que­brar esse blo­queio, dos cin­e­mas que exibem majori­tari­a­mente filmes dos Esta­dos Unidos. A tele­visão públi­ca vai aju­dar a tornar mais con­heci­das as nos­sas pro­duções. E quan­do a pes­soa vê um filme, isso insti­ga a curiosi­dade dela. Começa a gostar e quer ver out­ros, con­hecer mel­hor o cineas­ta e o tema”, disse Marce­lo Gomes.

O cineas­ta e críti­co Eduar­do Valente tam­bém elo­giou o novo pro­je­to da TV Brasil e o espaço dado para que os pro­du­tores falem sobre os próprios filmes.

“É essen­cial ter essa pos­si­bil­i­dade de colo­car o cin­e­ma brasileiro na tele­visão, prin­ci­pal­mente na tele­visão públi­ca. E é espe­cial­mente impor­tante poder con­tex­tu­alizar os filmes, onde foram real­iza­dos, as intenções, as lin­gua­gens que os dire­tores ten­taram explo­rar. Com essas opor­tu­nidades, trazen­do os con­teú­dos para a tele­visão, podemos ampli­ar a plateia e o número de inter­es­sa­dos pelas pro­duções nacionais”, disse Eduar­do Valente.

Nova programação

Além do Cine Resen­ha, a nova faixa de cin­e­ma terá qua­tro horários para exibição de filmes nos fins de sem­ana: dois à tarde e dois à noite. Na pro­gra­mação, estão pre­vis­tos destaques do cin­e­ma nacional, entre eles O Céu de Sue­ly, de Karim Aïnouz (2006); O Som ao Redor, de Kle­ber Men­donça Fil­ho (2012); A Febre, de Maya Da-Rin (2019); e Risca­do, de Gus­ta­vo Pizzi (2010).

Tam­bém está pro­gra­ma­da uma mostra com filmes da L.C. Bar­reto Pro­duções Cin­e­matográ­fi­cas, que com­ple­tou 60 anos de existên­cia e foi respon­sáv­el, durante esse tem­po, por mais de 150 títu­los, entre filmes de ficção, doc­u­men­tários e pro­gra­mas de tele­visão.

A dire­to­ra de con­teú­do e pro­gra­mação da TV Brasil, Anto­nia Pel­le­gri­no, disse que pri­orizar pro­duções inde­pen­dentes nacionais foi uma decisão políti­ca e estratég­i­ca.

“Decidi­mos reunir ess­es tal­en­tos con­tem­porâ­neos – pes­soas com filmes pre­mi­a­dos, sejam recentes ou mais anti­gos – e exibi-los em rede nacional. Alcançar mais pes­soas, for­mar uma plateia maior e cumprir com os obje­tivos da comu­ni­cação públi­ca. Isso é pri­or­itário para nós. Fize­mos um tra­bal­ho de prospecção muito cuida­doso, que envolveu uma equipe enorme e que vai começar a ser veic­u­la­do na TV em setem­bro. Quer­e­mos no próx­i­mo ano, à medi­da que ten­hamos um novo orça­men­to, com­prar mais filmes e aumen­tar o espaço deles na grade. É muito impor­tante que o setor cin­e­matográ­fi­co enten­da a TV Brasil como a tela do cin­e­ma brasileiro”, afir­mou Anto­nia.

A ger­ente exec­u­ti­va de con­teú­do da TV Brasil, Guta Ramos, desta­cou que 80% de toda a pro­dução vão ser nacionais, o que inclui filmes, séries e doc­u­men­tários.

“Acho que é impor­tante val­orizarmos a diver­si­dade do cin­e­ma e do audio­vi­su­al. Nos­sos con­teú­dos pre­cisam ser vis­tos e fomen­ta­dos a par­tir da diver­si­dade region­al, de gênero, de raça. É isso que vamos faz­er aqui na TV Brasil: falar desse país com­plexo em que a gente vive e não só de um deter­mi­na­do nicho de pro­duções restri­tas ao eixo Rio-São Paulo”, disse Guta.

Edição: Graça Adju­to

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