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Comando Vermelho expande controle no Grande Rio

Repro­dução: © Polí­cia Civ­il de Roraima

Facção responde por mais da metade das áreas controladas pelo crime


Publicado em 15/04/2024 — 10:12 Por Vitor Abdala — Repórter da Agência Brasil — Rio de Janeiro

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O Coman­do Ver­mel­ho (CV) foi a úni­ca facção crim­i­nosa a expandir seu con­t­role ter­ri­to­r­i­al de 2022 para 2023, no Grande Rio. Com o aumen­to de 8,4%, a orga­ni­za­ção ultra­pas­sou as milí­cias e pas­sou a respon­der por 51,9% das áreas con­tro­ladas por crim­i­nosos na região.

A con­statação é de uma pesquisa divul­ga­da nes­ta segun­da-feira (15) pelo Grupo de Estu­dos dos Novos Ile­gal­is­mos da Uni­ver­si­dade Fed­er­al Flu­mi­nense (Geni/UFF) e pelo Insti­tu­to Fogo Cruza­do.

Segun­do o estu­do, as milí­cias reduzi­ram suas áreas em 19,3% de 2022 para 2023 e pas­saram a respon­der por ape­nas 38,9% dos ter­ritórios con­tro­la­dos por gru­pos crim­i­nosos.

A pesquisa mostrou que o CV reto­mou a lid­er­ança de 242 km² que tin­ham sido per­di­dos para as milí­cias em 2021. Naque­le ano, 46,5% das áreas sob con­t­role crim­i­noso per­ten­ci­am às milí­cias e 42,9% ao Coman­do Ver­mel­ho.

Os lugares onde o CV mais cresceu foram a Baix­a­da Flu­mi­nense e o Leste Met­ro­pol­i­tano. Já as milí­cias tiver­am as maiores per­das na Baix­a­da e na zona oeste da cidade do Rio de Janeiro.

“Com a morte de Ecko [Welling­ton da Sil­va Bra­ga, uma das prin­ci­pais lid­er­anças das milí­cias até sua morte, em 2021], a gente tem uma insta­bil­i­dade nesse grupo. E out­ros gru­pos, sejam de out­ros mili­cianos, seja do Coman­do Ver­mel­ho, se aproveitam para avançar sob essas áreas”, expli­ca o pesquisador do Geni/UFF Daniel Hira­ta.

Out­ras duas facções crim­i­nosas, Ter­ceiro Coman­do Puro (TCP) e Ami­gos dos Ami­gos (ADA), tam­bém tiver­am recu­os, de 13% e 16,7%, respec­ti­va­mente, de 2022 para 2023.

A pesquisa tam­bém avaliou a evolução do con­t­role ter­ri­to­r­i­al arma­do ile­gal ao lon­go dos últi­mos 15 anos no Grande Rio. Segun­do o estu­do, 8,8% da área con­struí­da na região met­ro­pol­i­tana eram con­tro­la­dos por algum grupo crim­i­noso em 2008. Em 2023, o per­centu­al mais do que dupli­cou, pas­san­do a ser de 18,2%.

Nesse perío­do mais lon­go de com­para­ção, que envolve os últi­mos 15 anos, a milí­cia foi o grupo arma­do que mais cresceu no Grande Rio, trip­li­can­do sua área de con­t­role entre 2008 e 2023.

Enquan­to não hou­ver políti­ca públi­ca volta­da para desar­tic­u­lação efe­ti­va das redes econômi­cas que sus­ten­tam os gru­pos arma­dos e para pro­teção de fun­cionários públi­cos que prestam serviços essen­ci­ais em todos os bair­ros do Grande Rio, con­viver­e­mos com essa oscilação onde um ano a milí­cia cresce mais e no out­ro CV lid­era”, afir­ma a dire­to­ra de Dados e Transparên­cia do Fogo Cruza­do, Maria Isabel Couto.

Edição: Valéria Aguiar

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