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Combate ao desmatamento no Cerrado exige plano específico, alerta WWF

Repro­dução:  @ Marce­lo Camar­go / Agên­cia Brasil

Bioma precisa de um planejamento focado em suas especificidades


Pub­li­ca­do em 03/08/2023 — 17:15 Por Sab­ri­na Craide — Repórter da Agên­cia Brasil — Brasília

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O aumen­to do des­mata­men­to reg­istra­do no Cer­ra­do reforça a neces­si­dade de um plano especí­fi­co, como já existe para a Amazô­nia, para com­bate ao des­mata­men­to no bio­ma. A avali­ação é da orga­ni­za­ção não gov­er­na­men­tal WWF-Brasil, após a divul­gação de dados do Sis­tema de Detecção de Des­mata­men­to em Tem­po Real (Deter), do Insti­tu­to Nacional de Pesquisas Espa­ci­ais (Inpe), nes­ta quin­ta-feira (3). 

De janeiro a jul­ho, os avi­sos de des­mata­men­to do Deter aumen­taram 21% no Cer­ra­do. Entre agos­to de 2022 e jul­ho deste ano, mais de 6.359 quilômet­ros quadra­dos foram des­mata­dos no bio­ma, a maior parte deles na região do Matopi­ba, que abrange Maran­hão, Tocan­tins, Piauí e Bahia. Só em jul­ho deste ano, foram des­mata­dos 612 km² no Cer­ra­do, um aumen­to de 26% em com­para­ção a jul­ho de 2022.

“Os dados apon­tam uma situ­ação bas­tante críti­ca de destru­ição no Cer­ra­do. Esta­mos diante de um cenário muito pre­ocu­pante e com diver­sos relatos dos impactos neg­a­tivos, como per­da nos recur­sos hídri­cos e de bio­di­ver­si­dade, além de todo proces­so vio­len­to de expul­são de comu­nidades locais, que está asso­ci­a­do ao des­mata­men­to do bio­ma”, avalia Ana Car­oli­na Crisós­to­mo, espe­cial­ista de Con­ser­vação do WWF-Brasil.

Brasília, 2023/08/02 A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), Marina Silva, na apresentação dos dados de alertas de desmatamento do DETER até 31 de julho e das ações de fiscalização na Amazônia e no Cerrado. Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
Repro­dução: A min­is­tra do Meio Ambi­ente e Mudança do Cli­ma (MMA), Mari­na Sil­va, na apre­sen­tação dos dados de aler­tas de des­mata­men­to do Deter. Foto:  Fabio Rodrigues-Pozze­bom/ Agên­cia Brasil

Segun­do o Min­istério do Meio Ambi­ente e Mudança do Cli­ma, a quar­ta fase do Plano de Pre­venção e Con­t­role do Des­mata­men­to e das Queimadas no Bio­ma Cer­ra­do (PPCer­ra­do) deve ser lança­da em out­ubro deste ano.

“Esse incre­men­to que tive­mos requer da gente uma estraté­gia no âmbito do PPCer­ra­do bem mais artic­u­la­da. A dinâmi­ca da destru­ição do Cer­ra­do está prop­i­cian­do imen­sos pre­juí­zos ambi­en­tais, mas tam­bém econômi­cos e soci­ais”, disse a min­is­tra Mari­na Sil­va.

Segun­do o WWF, o Cer­ra­do já perdeu mais de 50% de sua cober­tu­ra veg­e­tal nati­va e abri­ga aprox­i­mada­mente 25 mil­hões de pes­soas, den­tre elas, cer­ca de 80 etnias indí­ge­nas e diver­sas comu­nidades quilom­bo­las. “O bio­ma é a grande caixa d’água do Brasil, e a per­da de sua cober­tu­ra veg­e­tal terá impactos severos na pro­dução agrí­co­la e abastec­i­men­to de grandes cen­tros urbanos”, avalia a enti­dade.

Para o WWF, além do PPCer­ra­do, será necessário um maior com­pro­mis­so dos esta­dos, espe­cial­mente na região do Matopi­ba (Maran­hão, Tocan­tins, Piauí e Bahia), para revert­er essa tendên­cia.

Amazônia

Por out­ro lado, o WWF avalia que os números do Inpe em relação à Amazô­nia indicam que o gov­er­no brasileiro tem se com­pro­meti­do com o com­bate ao des­mata­men­to na região, após 4 anos de destru­ição. Em jul­ho deste ano, foram des­mata­dos 500 km² na Amazô­nia, uma que­da de 66% da área sob aler­tas em com­para­ção a jul­ho de 2022.

“Para o WWF-Brasil, bar­rar o des­mata­men­to na Amazô­nia, ao lado do com­bate ao garim­po ile­gal e da cri­ação de unidades de con­ser­vação, é uma das medi­das urgentes para sal­var o bio­ma e garan­tir a sobre­vivên­cia de suas pop­u­lações”, diz a nota da enti­dade.

Edição: Lílian Beral­do

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