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Começa hoje no Rio 12º Congresso Brasileiro de Agroecologia

Repro­dução: © Arte: CBA

Evento será realizado até o dia 23 na fundição Progresso


Pub­li­ca­do em 20/11/2023 — 07:15 Por Alana Gan­dra — Repórter da Agên­cia Brasil* — Rio de Janeiro

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O 12º Con­gres­so Brasileiro de Agroe­colo­gia (CBA) ini­cia ativi­dades hoje (20), feri­ado da Con­sciên­cia Negra, a par­tir das 9h, na Fundição Pro­gres­so. O even­to comem­o­ra 20 anos de existên­cia e traz ino­vações para o Rio de Janeiro. As ativi­dades vão ocu­par ain­da espaços como Pas­seio Públi­co, Cir­co Voador, Asso­ci­ação Cristã de Moços, Esco­la Supe­ri­or de Desen­ho Indus­tri­al da Uni­ver­si­dade do Esta­do do Rio de Janeiro (Esdi/UERJ), Cine Odeon. A pro­gra­mação com­ple­ta do even­to pode ser aces­sa­da aqui.

Com o tema escol­hi­do para este ano — Agroe­colo­gia na boca do povo — o encon­tro reafir­ma com­pro­mis­so com a agri­cul­tura sus­ten­táv­el e a justiça ambi­en­tal. Ini­ci­a­do em 2003, em Por­to Ale­gre (RS), as ativi­dades foram aumen­tan­do e se adap­tan­do ao lon­go dos anos, na bus­ca de respostas cole­ti­vas para desafios soci­ais, políti­cos e ambi­en­tais enfrenta­dos pelo país.

Pela primeira vez fora de uma uni­ver­si­dade, como ocor­ria tradi­cional­mente, o CBA se esten­derá até o dia 23 deste mês. A mudança mar­ca o retorno à nor­mal­i­dade após desafios enfrenta­dos com a pan­demia da covid-19.

Significados

Segun­do o coor­de­nador exec­u­ti­vo da comis­são orga­ni­zado­ra, Paulo Petersen, a escol­ha do tema tem sig­nifi­ca­do espe­ci­ail. “É como se fos­se a agroe­colo­gia entran­do na boca do povo em for­ma de ali­men­tação saudáv­el, uma vez que volta­mos a níveis da déca­da de 1990 em relação à fome.”

“Depois de muitos anos de políti­cas públi­cas, o país saiu do Mapa da Fome, mas volta­mos muito rap­i­da­mente a essa situ­ação. O que a gente diz, com essa afir­mação da agroe­colo­gia na boca do povo, é que é pre­ciso com­bat­er a fome com ali­men­to saudáv­el. E para pro­duzir ali­men­to saudáv­el, tem que ser em base agroecológ­i­ca”.

Segun­do Petersen, isso sig­nifi­ca não só pro­duzir ali­men­tos sem quími­ca, sem agrotóx­i­cos, mas tam­bém com proces­sos saudáveis do pon­to de vista da relação com a natureza e dos proces­sos de tra­bal­ho.

“Hoje, a própria agri­cul­tura é respon­sáv­el por boa parte da emis­são de gas­es de efeito est­u­fa. Falam­os tam­bém da saúde do pon­to de vista ambi­en­tal, plan­etário e não só da saúde humana. A agroe­colo­gia com­bi­na essa pos­si­bil­i­dade de tan­to ali­men­tar o povo com ali­men­to saudáv­el, mas tam­bém faz­er uma pro­dução saudáv­el com a natureza”.

Celebração

A pres­i­dente da Asso­ci­ação Brasileira de Agroe­colo­gia (ABA), pro­mo­to­ra do even­to, Fer­nan­da Sav­ic­ki, afir­mou que foram qua­tro anos de ausên­cia de grandes encon­tros com a agroe­colo­gia. “Soma­do a isso, temos a retoma­da da democ­ra­cia no cenário políti­co nacional. É um momen­to de cel­e­bração da vida, porque o tema é, sobre­tu­do, cel­e­bração da vida em todas as suas man­i­fes­tações e diver­si­dades”, desta­cou.

Para ela, a agroe­colo­gia envolve uma trans­for­mação social ampla. “Rever­bera no enfrenta­men­to à fome, aces­so à ter­ra e ter­ritórios, dire­itos humanos e com­bate ao racis­mo e machis­mo, justiça ambi­en­tal, saúde, ciên­cia, cul­tura e demais temas que se tra­mam na super­ação das crises san­itárias, climáti­cas e políti­cas atu­ais, que são pro­fun­da e essen­cial­mente ecológ­i­cas, e tril­ham a con­strução de sis­temas agroal­i­menta­res agroecológi­cos e na trans­for­mação social”.

Mudanças climáticas

Congresso Brasileiro de Agroecologia (CBA) - Cozinha das Tradições. Prato do Rancho Tania - Comunidade Caiçara de São Gonçalo em Paraty. Foto: Divulgação/CBA
Repro­dução: Con­gres­so Brasileiro de Agroe­colo­gia (CBA) — Foto Divulgação/CBA

O coor­de­nador do even­to, Paulo Petersen con­sid­era a ativi­dade ali­a­da no com­bate às mudanças climáti­cas, con­tribuin­do para a mel­ho­ria do meio ambi­ente, porque a pro­dução de base agroecológ­i­ca tra­bal­ha jun­to com a natureza, jun­to com os proces­sos basea­d­os na foto­ssín­tese, no mane­jo de bio­mas­sa, em bio­di­ver­si­dade, pro­duzin­do bas­tante por área, mas sem con­sumir com­bustív­el fós­sil. “Isso tem efeito grande na emis­são de gas­es de efeito est­u­fa.”

Cer­ca de 5 mil pes­soas par­tic­i­pam do con­gres­so. São pesquisadores, docentes, estu­dantes, téc­ni­cos, agricul­tores famil­iares, povos e comu­nidades tradi­cionais, além de ativis­tas de movi­men­tos soci­ais, com impactos para a pop­u­lação local. O con­gres­so abor­da 16 eixos temáti­cos e será sede de dois fes­ti­vais, sendo um de cin­e­ma e out­ro de arte e cul­tura, engloban­do músi­ca, exposições, dança, lit­er­atu­ra e teatro.

Cinema, cultura e sabores

O Fes­ti­val Inter­na­cional de Cin­e­ma Agroecológi­co (FicaE­co) vai apre­sen­tar 215 obras inscritas de cin­co país­es e 23 esta­dos brasileiros. O Fes­ti­val de Arte e Cul­tura da Agroe­colo­gia (Faca) tem 95 pro­postas artís­ti­cas, das quais 15 foram sele­cionadas para inte­grar a pro­gra­mação cul­tur­al do con­gres­so.

O CBA 2023 pro­move a ino­vação na agri­cul­tura com o Ter­reiro de Ino­vações Cam­pone­sas, onde agricul­toras e agricul­tores vão com­par­til­har con­hec­i­men­tos e exper­iên­cias.

Nos Bar­racões de Saberes haverá apre­sen­tações de ativi­dades auto­ges­tion­adas pro­movi­das por pes­soas e gru­pos envolvi­dos em práti­cas agroecológ­i­cas em todo o Brasil. Haverá tam­bém a exposição Muvu­ca de Sementes, que faz uma mis­tu­ra de sementes nati­vas e crioulas, e o Memo­r­i­al dos Encan­ta­dos, ambi­ente cri­a­do para hom­e­nagear pes­soas que atu­aram pela agroe­colo­gia e mor­reram recen­te­mente.

Comissão de Alimentação

Parte essen­cial é a Comis­são de Ali­men­tação, que fornecerá refeições baseadas em ali­men­tos agroecológi­cos, com mais de 50 difer­entes tipos de ali­men­tos cul­ti­va­dos por agricul­tores famil­iares da região met­ro­pol­i­tana do Rio. A equipe da coz­in­ha con­ta com mais de 40 pes­soas. A ala das Come­do­rias terá 32 bar­ra­cas de gru­pos e empreendi­men­tos solidários.

A Feira Saberes e Sabores con­ta com a par­tic­i­pação de 260 feirantes. Com entra­da gra­tui­ta, será real­iza­da no Pas­seio Públi­co, região cen­tral da cap­i­tal flu­mi­nense, durante os dias 21, 22 e 23 de novem­bro, de 8h às 18h.

Estarão reunidos no espaço cer­ca de 300 agricul­tores, povos indí­ge­nas, quilom­bo­las e comu­nidades tradi­cionais, com destaque para as diver­sas pro­duções do esta­do do Rio de Janeiro e para as artic­u­lações das redes de agri­cul­tura urbana do Sud­este do país.

O obje­ti­vo da Feira Saberes e Sabores é com­er­cializar pro­duções nacionais em um espaço diver­so, com­bi­nan­do ali­men­tos e arte­sanatos que rep­re­sen­tam a diver­si­dade da agroe­colo­gia no Brasil, pro­por­cio­nan­do ger­ação de ren­da, recon­hec­i­men­to de tradições ali­menta­res e opor­tu­nidades conc­re­tas de diál­o­gos entre cam­po e cidade.

*Colaborou Tama­ra Freire, do Radio­jor­nal­is­mo

 

Edição: Maria Clau­dia

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