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Comitê celebra resultado em Paris e destaca planejamento

Repro­dução: © Divulgação/CPB/Direitos Reser­va­dos

Mizael Conrado também destaca participação feminina nos Jogos


Publicado em 08/09/2024 — 13:25 Por Lincoln Chaves — Repórter da EBC — Paris (França)

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O Brasil encer­rou a par­tic­i­pação na Par­alimpía­da de Paris (França) com recordes de pódios (89) — 25 ouros, 26 pratas e 38 bronzes -, além do quin­to lugar no quadro de medal­has do megaeven­to real­iza­do na cap­i­tal france­sa, mel­hor colo­cação brasileira na história da com­petição. Para o pres­i­dente do Comitê Par­alímpi­co Brasileiro (CPB), Miza­el Con­ra­do, o resul­ta­do é uma con­se­quên­cia do plane­ja­men­to estratégi­co anun­ci­a­do em 2017 e de uma mudança de rumo na estraté­gia da enti­dade.

“Esse plano foi uma bús­so­la ao lon­go dos últi­mos oito anos e nos guiou até aqui. Ele traz a inclusão para o cen­tro do nos­so propósi­to. A gente deixa de faz­er a inclusão pela reper­cussão e pas­samos a tê-la em nos­sa mis­são. Mudamos a lóg­i­ca do desen­volvi­men­to esporti­vo. Pas­samos a ir até as pes­soas, cri­amos o Fes­ti­val Par­alímpi­co, a Escol­in­ha Par­alímpi­ca, o Camp­ing Esco­lar [que reúne os destaques da Par­alimpía­da Esco­lar para um perío­do de treinos em alto rendi­men­to]”, afir­mou Miza­el em entre­vista cole­ti­va con­ce­di­da neste domin­go (8) na Casa Brasil Par­alímpi­co, em Saint-Ouen, cidade viz­in­ha a Paris.

“Cri­amos o cam­in­ho do atle­ta, que parte da escol­in­ha e que pode cul­mi­nar em um pódio como aqui em Paris. Perdemos dois anos do ciclo por con­ta da pan­demia [de COVID], caso con­trário, teríamos mais jovens ori­un­dos dess­es pro­gra­mas. Com os resul­ta­dos dos pro­je­tos de for­mação, os resul­ta­dos serão ain­da mel­hores”, emen­dou o pres­i­dente do CPB.

O plane­ja­men­to anun­ci­a­do em 2017 pro­je­ta­va que o Brasil con­quis­tasse entre 75 e 90 medal­has em Paris, além de se fir­mar entre as oito del­e­gações mais lau­readas. Nos Jogos de Tóquio (Japão) o país tin­ha obti­do 72 pódios, fican­do 22 vezes no topo, o que era o recorde ante­ri­or.

Out­ra meta era desen­volver a par­tic­i­pação fem­i­ni­na nos grandes even­tos. Na cap­i­tal france­sa, cer­ca de 42% da equipe verde e amarela foi com­pos­ta por mul­heres. Elas foram respon­sáveis pela maio­r­ia dos ouros brasileiros (13 de 25). Entre os destaques da cam­pan­ha estiver­am as campeãs par­alímpi­cas Mar­i­ana D’Andrea (hal­tero­fil­is­mo), Jerusa Geber (atletismo) e Car­ol San­ti­a­go (natação).

“Se olhar­mos para a Chi­na [país que lid­er­ou o quadro de medal­has em Paris], ela esta­va com mais de 60% dos pódios con­quis­ta­dos pelas mul­heres. Acred­i­to que seguin­do essa lóg­i­ca de opor­tu­nizar e crian­do condições, elas serão, cada vez mais, pro­tag­o­nistas e muito provavel­mente vão super­ar resul­ta­dos dos home­ns”, disse o diri­gente.

Impacto Rio 2016

O desem­pen­ho brasileiro na França tem relação dire­ta com a real­iza­ção da Par­alimpía­da no Rio de Janeiro, em 2016. É o que avaliou o pres­i­dente do Comitê Par­alímpi­co Inter­na­cional (IPC, na sigla em inglês), Andrew Par­sons, em entre­vista à Empre­sa Brasil de Comu­ni­cação (EBC).

“O movi­men­to par­alímpi­co brasileiro aproveitou a opor­tu­nidade [de sedi­ar os Jogos] para lega­do. O Cen­tro de Treina­men­to Par­alímpi­co, em São Paulo, que é o cen­tro ner­voso desse desen­volvi­men­to, e o aumen­to dos recur­sos [ao parade­sporto] são fru­to daque­le momen­to e o Brasil par­alímpi­co aproveitou como poucos”, comen­tou Par­sons, que é brasileiro, pre­sidia o CPB durante a Par­alimpía­da de 2016 e teve Miza­el como vice e suces­sor.

Entre 2001 a 2014, por meio da Lei Agnelo/Piva, que des­ti­na­va 2% da arrecadação bru­ta das lote­rias fed­erais ao esporte, o CPB tin­ha dire­ito a 15% deste recorte (o Comitê Olímpi­co do Brasil fica­va com os 85% restantes). A par­tir de 2015, um ano antes dos Jogos do Rio, com a Lei da Inclusão, o per­centu­al volta­do à enti­dade par­alímpi­ca foi alter­ado para 37,04%. No ano pas­sa­do, o CPB rece­beu cer­ca de R$ 224 mil­hões ao lon­go de 12 meses.

Miza­el tam­bém afir­ma que a real­iza­ção do megaeven­to na cap­i­tal flu­mi­nense impactou o cresci­men­to do Brasil no parade­sporto. O diri­gente, porém, aler­tou para as condições de algu­mas das estru­turas erguidas para a Rio 2016, aproveitadas tan­to para o esporte olímpi­co como par­alímpi­co.

“Foi muito impor­tante, tive­mos a con­strução do Cen­tro Par­alímpi­co naque­le perío­do. Se não fos­sem os Jogos, o Cen­tro provavel­mente não teria sido ergui­do. Antes dos Jogos, em 2009, tín­hamos oito pis­tas homolo­gadas pela fed­er­ação inter­na­cional de atletismo. Com os Jogos, foram real­izadas con­struções, refor­mas e cheg­amos a ter mais de 50 pis­tas. Nos­sa pre­ocu­pação de ago­ra é que nem todas as insta­lações tiver­am a manutenção ade­qua­da. Então, as estru­turas con­struí­das para o Rio começam a degradar. Estive­mos nas 27 cap­i­tais esse ano e foi desafio”, anal­isou o diri­gente.

“Nos­sa pre­ocu­pação é que se retorne à estru­tu­ra pré-Jogos. As con­struções foram impor­tantes, mas eram até necessárias mais. Como for­mar um atle­ta em um esta­do se não tem pista para ele com­pe­tir? Estive­mos obser­van­do aqui na França, e cada cidade tem uma pisci­na ofi­cial de nív­el mag­ní­fi­co. Vejam quan­tas temos no Brasil, são cidades, cap­i­tais, que não têm”, con­cluiu Miza­el.

Edição: Fábio Lis­boa

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