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Conceição Evaristo é eleita nova imortal da Academia Mineira de Letras

Repro­dução: © Fer­nan­do Frazão/Agência Brasil/Arquivo

Ficcionista e poeta mineira ocupará a cadeira de nº 40


Pub­li­ca­do em 16/02/2024 — 11:55 Por Ana Cristi­na Cam­pos — Agên­cia Brasil — Rio de Janeiro

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A Acad­e­mia Mineira de Letras elegeu nes­ta quin­ta feira (15) a nova ocu­pante da cadeira de nº 40. Con­ceição Evaris­to  é fic­cionista, poeta mineira e um dos nomes mais impor­tantes da lit­er­atu­ra brasileira con­tem­porânea, com traduções para o inglês, francês, espan­hol, árabe, ital­iano e eslo­va­co.

Segun­do a comis­são de apu­ração, for­ma­da pelos acadêmi­cos Antoni­eta Cun­ha, J. D. Vital e Luis Gif­foni, a escrito­ra dis­putou a cadeira com out­ros cin­co can­didatos e foi elei­ta com 30 votos, entre 34 votantes. A cadeira de nº 40 foi fun­da­da por Pin­to de Moura e tem como patrono Vis­conde de Caeté. Já foi ocu­pa­da por Affon­so Pen­na Júnior e, depois, pela pro­fes­so­ra douto­ra, ensaís­ta, romancista, poeta e críti­ca literária Maria José de Queiroz, fale­ci­da em novem­bro do ano pas­sa­do.

“A chega­da de Con­ceição Evaris­to à Acad­e­mia Mineira de Letras, a par do recon­hec­i­men­to de sua tra­jetória como pro­fes­so­ra, romancista e poeta, com justiça cel­e­bra­da no Brasil e no exte­ri­or, tem tam­bém o sen­ti­do de impreg­nar esta casa com suas qual­i­dades e história de vida, essa práti­ca da lit­er­atu­ra por ela denom­i­na­da escrevivên­cia. Uma vivên­cia, aliás, pro­fun­da­mente mar­ca­da por Minas e por Belo Hor­i­zonte”, disse, em nota, o pres­i­dente da Acad­e­mia Mineira de Letras, Jacyn­tho Lins Brandão.

Ain­da sobre Con­ceição, a acadêmi­ca Maria Esther Maciel acres­cen­ta: “Uma das escritoras mais notáveis da lit­er­atu­ra brasileira con­tem­porânea e poderosa rep­re­sen­tante das mul­heres negras em nos­so país, Con­ceição Evaris­to vem traz­er para a Acad­e­mia Mineira de Letras a força da negri­tude, da diver­si­dade e dos saberes afro-brasileiros. Sua eleição é um grande acon­tec­i­men­to literário e políti­co-cul­tur­al para Minas e o Brasil.”

Conceição Evaristo

Nasci­da na favela do Pin­dura Saia, na região cen­tro-sul da cap­i­tal mineira, Maria da Con­ceição Evaris­to de Brito teve sua primeira pub­li­cação lança­da em 1990 na série Cader­nos Negros, antolo­gia coor­de­na­da pelo grupo Quilomb­ho­je, cole­ti­vo de escritores afro-brasileiros de São Paulo.

Suas primeiras obras indi­vid­u­ais, Pon­ciá Vicên­cio (2003) e Becos da Memória (2006) foram pub­li­cadas pela Maz­za Edições, seguidas por Poe­mas da Recor­dação e out­ros movi­men­tos (2008) e Insub­mis­sas lágri­mas de mul­heres (2011), ambos pela Edi­to­ra Nandyala; as duas, edi­toras mineiras sedi­adas em Belo Hor­i­zonte.

As obras ante­ri­ores foram reed­i­tadas, e até o momen­to, Con­ceição Evaris­to, além da par­tic­i­pação em várias antolo­gias nacionais e estrangeiras tem as seguintes obras pub­li­cadas: Pon­ciá Vicên­cio (Pal­las); Becos da Memória (Pal­las); Poe­mas da Recor­dação e Out­ros movi­men­tos (Malê); Insub­mis­sas Lágri­mas de Mul­heres: con­tos (Malê); Olhos d’água (Pal­las); História de Leves Enganos e Pare­cenças (Malê).

As obras mais recentes são Canção para Ninar Meni­no Grande (Pal­las) e Macabéa: flor de Mulun­gu (Ofic­i­na Raquel).

A escrito­ra par­tic­i­pa das antolo­gias Cader­nos Negros (Quilomb­ho­je, 1990); Schwarze prosa e Schwarze poe­sie, (Ale­man­ha, 1993); Mov­ing beyond bound­aries: inter­na­tion­al dimen­sion of black women’s writ­ing (1995); Women right­ing – Afro-brazil­ian Women’s Short Fic­tion, (Inglater­ra, 2005); Final­ly Us: con­tem­po­rary black brazil­ian women writ­ers (1995); Four­teen female voic­es from Brazil, (Esta­dos Unidos, 2002); Chimuren­ga Peo­ple (África do Sul, 2007), Callaloo, vols 18 e 30 (1995, 2008), entre out­ras.

Sua pro­dução é con­sti­tuí­da de poe­mas, con­tos, romances e ensaios, em grande parte traduzi­da para o inglês, francês, árabe, espan­hol, eslo­va­co e ital­iano.

Em 2015, rece­beu o Prêmio Jabu­ti na cat­e­go­ria con­tos e crôni­cas pelo livro Olhos D’água. Em 2017 rece­beu o Prêmio Cláu­dia na cat­e­go­ria Cul­tura; já em 2018, o Prêmio Revista Bra­vo na cat­e­go­ria Destaque, o Prêmio do Gov­er­no de Minas Gerais pelo con­jun­to de sua obra, o Prêmio Nicolás Guil­lén de Lit­er­atu­ra pela Caribbean Philo­soph­i­cal Asso­ci­a­tion e o Prêmio Mestre das Per­ife­rias pelo Insti­tu­to Maria e João Aleixo.

Em 2019, foi a grande hom­e­nagea­da do 61° Prêmio Jabu­ti como per­son­al­i­dade literária. Em 2023, foi agra­ci­a­da com o Prêmio Juca Pato como Int­elec­tu­al do Ano e lau­rea­da com o prêmio Elo no Fes­ti­val Inter­na­cional das Artes de Lín­gua Por­tugue­sa.

Edição: Maria Clau­dia

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