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Confira as principais apostas para os temas da redação do Enem

Repro­duçpão: © Arte/Agência Brasil

Meio ambiente, saúde, tecnologia e inteligência artificial são cotados


Pub­li­ca­do em 31/10/2023 — 06:45 Por Sab­ri­na Craide – Repórter da Agên­cia Brasil — Brasília

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Temas lig­a­dos ao meio ambi­ente, saúde, tec­nolo­gia e inteligên­cia arti­fi­cial são algu­mas das apos­tas de pro­fes­sores para a pro­va de redação do Exame Nacional do Ensi­no Médio (Enem), que será apli­ca­da no próx­i­mo sába­do (5). Além de con­hecer as exigên­cias sobre a estru­tu­ra do tex­to, os alunos devem estar bem infor­ma­dos sobre os prin­ci­pais acon­tec­i­men­tos no Brasil.

O eixo do meio ambi­ente é uma das prin­ci­pais apos­tas da pro­fes­so­ra de redação Rober­ta Pan­za, da platafor­ma de estu­dos Descom­pli­ca. “É um tema muito atu­al e, de uns anos para cá, a dis­cussão sobre o cli­ma tem sido cada vez mais pre­sente”, diz. Nesse eixo, podem ser abor­da­dos temas como aque­c­i­men­to glob­al e mudanças climáti­cas, edu­cação ambi­en­tal e crise climáti­ca, hídri­ca e energéti­ca.

Os impactos das mudanças climáti­cas tam­bém estão entre as apos­tas da pro­fes­so­ra de lín­gua por­tugue­sa e redação do colé­gio Mopi Tatiana Nunes Cama­ra. “A con­sciên­cia dos cidadãos, no que diz respeito a como man­ter equi­li­bra­do o meio ambi­ente, é o pon­to de par­ti­da para que os impactos neg­a­tivos sejam min­i­miza­dos”, afir­ma Tatiana. Questões sobre inse­gu­rança hídri­ca, des­mata­men­to e mudanças climáti­cas tam­bém são citadas pela pro­fes­so­ra Mar­i­ana Bra­vo, do Ateliê da Redação.

A inteligên­cia arti­fi­cial é out­ro tema que pode ser abor­da­do no tema da redação, na avali­ação da pro­fes­so­ra Tatiana, por ser um assun­to em voga na con­tem­po­ranei­dade. “Há seg­men­tos da sociedade que rechaçam os recur­sos cri­a­dos a par­tir da inteligên­cia arti­fi­cial, enquan­to há muitas pes­soas que [a] veem como uma grande opor­tu­nidade de evolução em vários setores da sociedade, inclu­sive provo­can­do impactos pro­fun­dos na edu­cação brasileira”, diz a pro­fes­so­ra, lem­bran­do tam­bém a abor­dagem da exclusão dig­i­tal. Para a pro­fes­so­ra Rober­ta, o Enem pode traz­er o tema da inteligên­cia arti­fi­cial e as mudanças que o recur­so pode ger­ar no mer­ca­do de tra­bal­ho, espe­cial­mente para a juven­tude.

Na saúde, é pos­sív­el que apareçam temas como obesi­dade, seden­taris­mo e os hábitos de vida que lev­am a doenças, acres­cen­ta Rober­ta. Para a pro­fes­so­ra Mar­i­ana, o tema pode vir abor­dan­do o uso de “dro­gas da inteligên­cia” para mel­ho­rar a per­for­mance cere­bral de estu­dantes e tra­bal­hadores sem que haja diag­nós­ti­co, fenô­meno chama­do de “dop­ing cog­ni­ti­vo” ou “psiquia­tria cos­méti­ca”. A efi­ciên­cia da vaci­nação, a importân­cia do SUS (Sis­tema Úni­co de Saúde), o com­bate às infecções sex­ual­mente trans­mis­síveis e os trans­plantes no Brasil são temas cita­dos pela pro­fes­so­ra de redação do Cursin­ho CPV Isabela Arraes.

Entre os temas lig­a­dos à edu­cação, as mudanças no ensi­no médio, a alfa­bet­i­za­ção e a evasão esco­lar no con­tex­to da pós-pan­demia de covid-19 são pos­si­bil­i­dades de abor­dagem, segun­do a pro­fes­so­ra Rober­ta. Out­ra abor­dagem pos­sív­el é a importân­cia da edu­cação de jovens e adul­tos. “A for­mação esco­lar é impor­tante, prin­ci­pal­mente, em um país como o Brasil, no qual as desigual­dades soci­ais são tão latentes”, diz Tatiana.

Out­ras pos­si­bil­i­dades de assun­tos para a redação do Enem deste ano são: fake newsbul­ly­ing e vio­lên­cia nas esco­las, segu­rança públi­ca, vio­lên­cia poli­cial, com­bate à fome no país e inse­gu­rança ali­men­tar, questão habita­cional no Brasil, pes­soas em situ­ação de rua, tra­bal­ho anál­o­go à escravidão, etaris­mo, idosos e mães “solo”.

O Enem 2023 será apli­ca­do nos dias 5 e 12 de novem­bro. As notas das provas podem ser usadas para con­cor­rer a vagas no ensi­no supe­ri­or públi­co, pelo Sis­tema de Seleção Unifi­ca­da (Sisu), a bol­sas de estu­do em insti­tu­ições pri­vadas de ensi­no supe­ri­or pelo Pro­gra­ma Uni­ver­si­dade para Todos (ProUni) e a finan­cia­men­tos do Fun­do de Finan­cia­men­to Estu­dan­til (Fies).

Foco na estrutura

Se, por um lado, muitos pro­fes­sores gostam de tra­bal­har vários temas pos­síveis para a redação com os alunos, out­ros defen­d­em que saber o tema com ante­cedên­cia não é tão impor­tante para o desem­pen­ho do aluno. “Meu con­sel­ho para a redação é não se pre­ocu­par com o tema. O tema que vier, vamos faz­er o bási­co para garan­tir uma nota alta, e se vier um tema que ele dom­i­na mel­hor, ain­da con­segue fir­u­lar para garan­tir a nota mil”, diz a pro­fes­so­ra Car­ol Men­donça, do canal Por­tuguês para Deses­per­a­dos.

Segun­do Car­ol, é impor­tante cred­i­bi­lizar os argu­men­tos apre­sen­ta­dos com algu­ma asso­ci­ação artís­ti­ca, estatís­ti­ca, resul­ta­do de pesquisa, retoma­da históri­ca ou com a fala de um espe­cial­ista, por exem­p­lo. “Sem­pre ten­tar sair do cam­po da opinião para o cam­po do fato. Inde­pen­den­te­mente do que você pen­sa, vai colo­car o que pode ser prova­do”, acon­sel­ha a pro­fes­so­ra.

Para o pro­fes­sor Luis Jun­queira, cofun­dador da platafor­ma de letra­men­to Letrus, o mais impor­tante é seguir a estru­tu­ra da redação, fazen­do uma con­tex­tu­al­iza­ção ger­al, definin­do a tese, e apre­sen­tan­do uma pro­pos­ta de inter­venção social. Segun­do ele, os tex­tos de apoio e as infor­mações que estão na pro­va já são sufi­cientes para dar uma base para o aluno sobre o assun­to.

 

“Se você tem inse­gu­rança com o tema que caiu na pro­va, você pode traduzir as infor­mações do info­grá­fi­co. O tex­to vai ter que ter uma tese, um con­tex­to e uma ori­en­tação para a pro­pos­ta de inter­venção social. Inde­pen­dente do tema, a estru­tu­ra da redação é a mes­ma, con­cen­tre-se nes­sa estru­tu­ra”, diz o pro­fes­sor.

 

Na redação do Enem, os can­didatos dev­erão faz­er um tex­to dis­ser­ta­ti­vo-argu­men­ta­ti­vo de até 30 lin­has sobre um tema de ordem social, cien­tí­fi­ca, cul­tur­al ou políti­ca, defend­en­do um pon­to de vista (uma opinião a respeito do tema pro­pos­to), apoia­do em argu­men­tos con­sis­tentes, estru­tu­ra­dos com coerên­cia e coesão. Tam­bém deve ser elab­o­ra­da uma pro­pos­ta de inter­venção social para o prob­le­ma apre­sen­ta­do no desen­volvi­men­to do tex­to. Essa pro­pos­ta deve respeitar os dire­itos humanos.

Edição: Nádia Fran­co

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