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Confira principais cuidados para evitar afogamentos no verão

Repro­dução: © Rena­to Araújo/Agência Brasil

No Brasil, 15 pessoas morrem afogadas diariamente


Pub­li­ca­do em 05/01/2024 — 07:43 Por Luciano Nasci­men­to — Repórter da Agên­cia Brasil — São Luís

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Em tem­po de férias é pre­ciso redo­brar os cuida­dos para evi­tar afoga­men­tos. Dados da Sociedade Brasileira de Sal­va­men­to Aquáti­co (Sobrasa) mostram que15 pes­soas mor­rem afo­gadas no Brasil diari­a­mente. Os afoga­men­tos são a primeira causa de morte de cri­anças de 1 a 4 anos e a ter­ceira na faixa etária de 5 a 9 anos.

A Sobrasa diz ain­da que 55% das mortes na faixa de 1 a 9 anos ocor­rem em residên­cias. A pre­venção é a prin­ci­pal fer­ra­men­ta para evi­tar esse tipo de aci­dente, espe­cial­mente no verão, quan­do pisci­nas, pra­ias, rios, lagos e lagoas cos­tu­mam ser uti­liza­dos com mais fre­quên­cia pelas famílias.

O secretário-ger­al da Sociedade Brasileira de Sal­va­men­to Aquáti­co (Sobrasa) David Szpil­man desta­cou, em entre­vista à Rádio Nacional da Amazô­nia, um dos veícu­los da Empre­sa Brasil de Comu­ni­cação (EBC), que, ao con­trário do que as pes­soas pen­sam, a maio­r­ia dos afoga­men­tos não ocorre em pra­ias, mas na água doce. O moti­vo é que, geral­mente, ness­es lugares não há a pre­sença de sal­va-vidas ou pes­soas qual­i­fi­cadas para prestar socor­ro.

Colniza, MT, Brasil 18/03/2016: Crianças brincam na comunidade de ribeirinhos de São Lourenço. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Repro­dução: Cri­anças devem brin­car sem­pre sob super­visão de adul­tos – Marce­lo Camargo/Arquivo/Agência Brasil

“Mais de 70% das mortes ocor­rem em rios, lagos e repre­sas. Nas pra­ias as pes­soas se afogam e, por ter guar­da-vidas, acabam sendo sal­vas. Em água doce, como nos lagos de repre­sas, isso não acon­tece porque não há guardas-vidas, não há ninguém capac­i­ta­do e com­pe­tente para faz­er o socor­ro e isso provo­ca duas dessas 15 mortes. Mais duas ocor­rem em casos de alguém ten­tan­do aju­dar out­ra pes­soa que está se afo­gan­do e que aca­ba mor­ren­do jun­to. No caso do rio — difer­ente­mente da pra­ia, que às vezes assus­ta por causa das ondas -, se for muito fun­do, pode ter uma cor­renteza forte e não aparentar”, disse.

Para pre­venir situ­ações de afoga­men­to, a Sobrasa recomen­da a insta­lação de bar­reiras de aces­so à água em pisci­nas, rios, repre­sas e lagos. Tam­bém é recomendáv­el prov­i­den­ciar lugares mais seguros para cri­anças em idade pré-esco­lar e ensi­nar segu­rança aquáti­ca tan­to para as cri­anças em idade esco­lar, quan­to para o públi­co em ger­al. O uso de coletes e boias tam­bém aju­da a evi­tar situ­ações críti­cas. Em locais com sinal­iza­ção, é pre­ciso seguir as ori­en­tações.

Szpil­man disse ain­da que muitas situ­ações de afoga­men­to ocor­rem porque as pes­soas subes­ti­mam o risco que estão cor­ren­do. Mes­mo grandes nadadores podem mor­rer afo­ga­dos quan­do não respeitam seus lim­ites ou por redução súbi­ta de sua com­petên­cia aquáti­ca. O uso de bebidas alcoóli­cas tam­bém é fator deter­mi­nante, já que pes­soas sob efeito de álcool apre­sen­tam menor coor­de­nação moto­ra.

“O ide­al é que a gente sai­ba os riscos do ambi­ente e a nos­sa com­petên­cia aquáti­ca. Toda situ­ação de afoga­men­to, inde­pen­den­te­mente de ser em pisci­na, cachoeira, rio, lago, repre­sa, pra­ia, sur­fan­do, fazen­do esporte aquáti­co, exige um um bal­anço entre o risco do ambi­ente e a sua com­petên­cia aquáti­ca, a capaci­dade de enfrentar o risco”, disse. “A bebi­da entra exata­mente ness­es dois fatores: a pes­soa olha o risco e quan­do está alcooliza­da, não percebe e se acha mais capaz do que na real­i­dade. Ali­a­do a isso, o álcool tam­bém reduz a capaci­dade moto­ra de defe­sa. Então, ess­es três fatores influ­en­ci­am e fazem com que o álcool seja respon­sáv­el por 15% a 18% dos afoga­men­tos com morte”, com­ple­tou.

Segun­do Szpil­man, em situ­ações de afoga­men­to a pes­soa deve man­ter a cal­ma, procu­rar boiar e pedir aju­da. Evi­tar nadar con­tra a cor­renteza tam­bém é uma dica impor­tante, já que a pes­soa estará gas­tan­do a ener­gia que dev­e­ria uti­lizar para aguardar o socor­ro.

“É por isso que a gente sem­pre fala: está no sufo­co, a primeira coisa a faz­er é guardar suas forças para flu­tu­ar, não nade con­tra a cor­renteza. Encha o pul­mão e tente boiar. Peça aju­da e espere. Na situ­ação da Amazô­nia [onde ocorre a maior parte dos afoga­men­tos no Brasil], por exem­p­lo, é muito impor­tante enten­der que mes­mo aque­las pes­soas que sabem nadar, devem uti­lizar um colete sal­va-vidas. Sem­pre. Porque é a pro­teção”, expli­cou.

Para quem está ven­do alguém se afog­ar, a recomen­dação é bus­car aju­da ime­di­ata­mente e evi­tar entrar na água.

“Do pon­to de vista de quem está assistin­do o afoga­men­to, o ide­al é você aju­dar sem entrar na água. Primeiro, iden­ti­fi­ca que alguém está pre­cisan­do de aju­da e pede para lig­ar para no número 193 e avis­ar o Cor­po de Bombeiros”, disse. “Você deve bus­car algum mate­r­i­al de flu­tu­ação, pode ser uma gar­rafa pet de refrig­er­ante, uma bola, uma raque­te, uma pran­cha, uma tam­pa de iso­por, várias coisas que flu­tu­am, algu­ma coisa deve ser uti­liza­da para jog­ar para o afo­ga­do, para que ele pos­sa agar­rar e se man­ter aci­ma da super­fí­cie, con­tin­uar res­pi­ran­do e para dar tem­po de o socor­ro chegar. Esse é o pro­ced­i­men­to de como enfrentar situ­ações quan­do a pre­venção fal­hou”, acres­cen­tou Szpil­man.

Em relação aos cuida­dos com as cri­anças, a prin­ci­pal recomen­dação é nun­ca perdê-las de vista. Tam­bém é pre­ciso cer­car pisci­nas, esvaziar baldes e out­ro uten­sílios nos quais a cri­ança pode se afog­ar.

“Em cri­anças de 1 a 4 anos, o afoga­men­to acon­tece, prin­ci­pal­mente, em casa e 50% dess­es casos em pisci­nas. Sem­pre que tem cri­ança peque­na deve prestar o máx­i­mo de atenção enquan­to está den­tro de casa, mes­mo que não ten­ha pisci­na. Tem balde, esvazia o balde. Tem pisci­na, fecha a pisci­na, fecha a por­ta do ban­heiro, não deixa ela aces­sar o jardim, limi­ta o aces­so a locais perigosos. Isso é extrema­mente impor­tante para cri­anças de 1 a 4 anos. A par­tir de 5 a 6 anos [o afoga­men­to] acon­tece mais nas áreas exter­nas ao redor da casa e em pisci­nas. Às vezes é uma pisci­na de um clube, de um par­que aquáti­co, de um hotel em que a gente vai pas­sar o final de sem­ana e ali não tem uma cer­ca”, afir­mou.

Em pra­ias, rios e lagos, a recomen­dação tam­bém é nun­ca tirar os olhos e sem­pre avaliar os locais que são mais arrisca­dos, espe­cial­mente no verão quan­do, segun­do a Sobrasa, ocor­rem 45% dos afoga­men­tos.

“Há um dita­do que diz: um cachor­ro que tem dois donos morre de fome. E é isso que acon­tece, um fica esperan­do o que o out­ro vai faz­er e aca­ba que ninguém assume. Então, é impor­tante: quan­do você vai dar uma fes­ta, se tem pisci­na, ou é num lago, ou num par­que, ou num sítio, tem que ter alguém olhan­do as cri­anças o tem­po todo. Faz um reveza­men­to, um pai ou uma mãe deve ficar olhan­do”, reit­er­ou.

“Os pais colo­cam muito a cri­ança para apren­der a nadar, achan­do que aqui­lo vai blindá-la de um afoga­men­to. E a cri­ança sabe flu­tu­ar, con­segue se deslo­car numa pisci­na. Na cabeça dos pais, parece que isso fun­cionar­ia em qual­quer out­ro ambi­ente e não fun­ciona. Então, se você pega uma cri­ança que sabe flu­tu­ar, que está con­fortáv­el na pisci­na e colo­ca ela num rio, ela morre afo­ga­da. Se colo­ca na pra­ia, morre afo­ga­da. A gente tem que enten­der que para cada ambi­ente existe um risco. E você tem que ter com­petên­cia aquáti­ca aci­ma dess­es riscos para não se tornar um afo­ga­do nes­sa cir­cun­stân­cia”, obser­vou.

Edição: Graça Adju­to

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