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Confirmada oitava morte por leptospirose no RS após enchentes

Repro­dução: © Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

Risco de morte pode chegar a 40% nos casos mais graves


Publicado em 01/06/2024 — 15:32 Por Daniella Almeida — Repórter da Agência Brasil — Brasília

A Sec­re­taria da Saúde do Rio Grande do Sul con­fir­mou, na noite dessa sex­ta-feira (31), a oita­va morte por lep­tospirose rela­ciona­da às enchentes no esta­do. O reg­istro ref­ere-se a um homem de 31 anos, morador do municí­pio de São Leopol­do (RS), que ficou muito tem­po expos­to à água con­t­a­m­i­na­da. O resul­ta­do pos­i­ti­vo da amostra foi con­fir­ma­do após análise do Lab­o­ratório Cen­tral do Esta­do (Lacen-RS), em Por­to Ale­gre.

De acor­do com informe epi­demi­ológi­co do Cen­tro Estad­ual de Vig­ilân­cia San­itária (CEVS), da Sec­re­taria Estad­ual da Saúde, mais 12 mortes estão em inves­ti­gação. Dev­i­do às enchentes, ao todo foram noti­fi­ca­dos 2.548 casos da doença, sendo que 148 deles (5,8%) foram con­fir­ma­dos.

A leptospirose

Doença bac­te­ri­ana infec­ciosa agu­da, é trans­mi­ti­da a par­tir da exposição dire­ta ou indi­re­ta à uri­na de ani­mais (prin­ci­pal­mente ratos) infec­ta­dos, em con­ta­to com a pele e mucosas. A bac­téria pode estar pre­sente na água con­t­a­m­i­na­da ou lama, e os alaga­men­tos aumen­tam a chance de infecção entre a pop­u­lação expos­ta. A água em regiões ala­gadas pode se mis­tu­rar com o esgo­to.

Os sin­tomas surgem nor­mal­mente de cin­co a 14 dias após a con­t­a­m­i­nação, poden­do chegar a 30 dias. Os prin­ci­pais são febre, dor de cabeça, fraque­za, dores no cor­po (em espe­cial na pan­tur­ril­ha) e calafrios. A ori­en­tação à pop­u­lação é procu­rar um serviço de saúde logo nas primeiras man­i­fes­tações. Nos municí­pios sem serviços de saúde disponíveis, as pes­soas devem procu­rar qual­quer profis­sion­al de saúde em abri­gos, alber­gues ou giná­sios.

A Sec­re­taria estad­ual da Saúde aler­ta para out­ros sin­tomas a serem obser­va­dos pelos profis­sion­ais de saúde, como tosse, sen­sação de fal­ta de ar ou res­pi­ração acel­er­a­da, alter­ações urinárias, vômi­tos fre­quentes, icterí­cia, escar­ros com pre­sença de sangue, arrit­mias, alter­ações no nív­el de con­sciên­cia.

A doença apre­sen­ta ele­va­da incidên­cia em deter­mi­nadas áreas, além do risco de letal­i­dade, que pode chegar a 40% nos casos mais graves.

Medidas preventivas

O cidadão deve evi­tar andar, nadar, tomar ban­ho com água de enchentes. Caso seja inevitáv­el o con­ta­to com a água, lama das cheias e esgo­to, que podem estar con­t­a­m­i­na­dos, a pes­soa deve usar luvas, botas de bor­racha ou sap­atos imper­me­áveis. Se não hou­ver disponi­bil­i­dade dess­es itens, usar sacos plás­ti­cos dup­los sobre os calça­dos e as mãos.

Ninguém deve ingerir água ou ali­men­tos que pos­sam ter sido infec­ta­dos pelas águas das cheias.

Se hou­ver cortes ou arran­hões na pele, as pes­soas devem evi­tar o con­ta­to com a água con­t­a­m­i­na­da e usar ban­da­gens nos fer­i­men­tos.

Se tiv­er con­ta­to com a água ou lama e apre­sen­tar sin­tomas como dores de cabeça e mus­cu­lar, febre, náuse­as e fal­ta de apetite, deve procu­rar uma unidade de saúde.

Os sus­peitos com sin­tomas com­patíveis com lep­tospirose e que vier­am de áreas de alaga­men­to devem ini­ciar trata­men­to medica­men­toso ime­di­a­to e ter amostra cole­ta­da — a par­tir do 7º dia do iní­cio dos sin­tomas. O mate­r­i­al deve ser encam­in­hado exclu­si­va­mente ao Lab­o­ratório Cen­tral do Esta­do.

A secretária estad­ual da Saúde, Ari­ta Bergmann, em vídeo divul­ga­do nas redes soci­ais, ori­en­tou a pop­u­lação. “Mexeu na lama, andou na água da enchente e teve sin­tomas de lep­tospirose? Pro­cure um atendi­men­to de saúde, pois tem trata­men­to e temos med­icações sufi­cientes. O trata­men­to não pode esper­ar, não fique em casa achan­do que vai pas­sar, pois isso pode se trans­for­mar numa doença grave”.

Orientações

A Sec­re­taria da Saúde do esta­do pub­li­cou a primeira ver­são do Comu­ni­ca­do de Risco — Lep­tospirose e Aci­dentes com Ani­mais Peçon­hen­tos, com reforço e atenção aos sin­tomas e indi­cações de cole­tas para análise lab­o­ra­to­r­i­al.

A sec­re­taria tam­bém disponi­bi­li­zou aos gestores e profis­sion­ais de saúde o Guia de Con­sul­ta Ráp­i­da para a vig­ilân­cia, que inclui infor­mações como man­i­fes­tações clíni­cas, diag­nós­ti­cos e con­du­tas diante de casos sus­peitos.

A ver­são atu­al­iza­da e revisa­da do Guia Bási­co para riscos e cuida­dos com a saúde após enchentes tam­bém foi pub­li­ca­da na inter­net pela Sec­re­taria da Saúde. O doc­u­men­to traz infor­mações para a pop­u­lação em ger­al e a profis­sion­ais da área de saúde sobre várias doenças e suas medi­das de pre­venção, limpeza e higi­en­iza­ção de casas, pátios, roupas e ali­men­tos.

Entre as demais doenças desta­cadas estão tétano, hepatite A, rai­va, aci­dente com ani­mais peçon­hen­tos e doenças diar­re­icas, que são out­ros agravos poten­cial­iza­dos em situ­ações de alaga­men­tos.

Edição: Graça Adju­to

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