...
quarta-feira ,6 dezembro 2023
Home / Noticias do Mundo / Conflito no Oriente Médio completa 15 dias: veja como começou

Conflito no Oriente Médio completa 15 dias: veja como começou

Repro­dução: © ATEF SAFA

Ações sem precedentes na história foram feitas por ar, mar e terra


Pub­li­ca­do em 21/10/2023 — 15:52 Por Agên­cia Brasil*   — Brasília

ouvir:

Há 15 dias, o mun­do acom­pan­ha a escal­a­da da vio­lên­cia na guer­ra entre Israel e Hamas, no Ori­ente Médio. O con­fli­to teve iní­cio com o mais grave ataque já pro­movi­do pelo grupo Hamas con­tra os israe­lens­es, no dia 7 de out­ubro.

As ações, sem prece­dentes na história, foram real­izadas por mar, ar e ter­ra, envol­ven­do ataques ao públi­co que par­tic­i­pa­va de um fes­ti­val de músi­ca, invasão de comu­nidades israe­lens­es, seque­stro de reféns, deixan­do cen­te­nas de civis israe­lens­es mor­tos e feri­dos. Em retal­i­ação, Israel des­en­cadeou forte oper­ação de bom­bardeios à Faixa de Gaza, área com pop­u­lação majori­tari­a­mente palesti­na e con­tro­la­da pelo Hamas.

Este é o con­fli­to mais grave des­de que Israel e o Hamas se enfrentaram por dez dias em 2021. O ataque, que pegou Israel de sur­pre­sa, ocor­reu um dia após os 50 anos da Guer­ra do Yom Kip­pur, con­fli­to arma­do entre árabes, lid­er­a­dos pelo Egi­to e a Síria, e Israel, em 1973, pela dis­pu­ta das ter­ras per­to do Canal de Suez.

Como foi o 7 de outubro

Eram 6h30 (horário local) do dia 7 de out­ubro, um sába­do, quan­do o Hamas dis­parou foguetes, a par­tir da Faixa de Gaza, para atin­gir cidades israe­lens­es.

O Hamas infor­mou ter lança­do 5 mil foguetes, con­forme notí­cias de agên­cias inter­na­cionais.

Em aparição públi­ca, o líder do braço arma­do do Hamas, Mohammed Deif, disse que a “Oper­ação Tem­pes­tade Al-Aqsa”, ini­ci­a­da no dia 7, tem como propósi­to “acabar com a últi­ma ocu­pação na Ter­ra” e uma respos­ta ao blo­queio impos­to por Israel aos palesti­nos de Gaza que já dura mais de uma déca­da.

Por  ter­ra, home­ns arma­dos se infil­traram no ter­ritório israe­lense rompen­do a cer­ca de arame farpa­do que sep­a­ra Gaza e Israel.

Sirenes de aler­ta foram acionadas nas regiões sul e cen­tral de Israel, além de Jerusalém. Ima­gens mostravam áreas res­i­den­ci­ais atingi­das em Tel Aviv, Kfar Aviv e Rehovot.

Um dos primeiros alvos do ataque sur­pre­sa foi um fes­ti­val de músi­ca ao ar livre, que ocor­ria per­to da Faixa de Gaza. Segun­do relatos, pes­soas, a maio­r­ia jovens, cor­reram pelo deser­to, estradas, entraram nos car­ros esta­ciona­dos ou debaixo de árvores para ten­tar fugir dos tiros. Esti­ma-se que 260 pes­soas mor­reram no local de difer­entes nacional­i­dades, entre elas três brasileiros.

Out­ro alvo do Hamas foram os kibutz­im, comu­nidades israe­lens­es basi­ca­mente agrí­co­las e geri­das de for­ma cole­ti­va, sendo atual­mente a maior parte pri­va­ti­za­da. São con­sid­er­a­dos uma exper­iên­cia úni­ca israe­lense e tiver­am papel impor­tante na con­strução do Esta­do de Israel.

Um dos inva­di­dos foi o kibutz Kfar Aza, local­iza­do no Sul de Israel e a cer­ca de dois quilômet­ros da fron­teira com Gaza. Con­forme a Agên­cia Reuters, sol­da­dos israe­lens­es relataram ter avis­ta­do dezenas de cor­pos de civis, entre eles cri­anças. Muitos moradores foram toma­dos como reféns pelo Hamas.

Segun­do os mil­itares israe­lens­es, home­ns arma­dos do Hamas incen­di­aram as casas ou ati­raram granadas para obri­gar a saí­da das pes­soas.

Durante todo o ataque, cen­te­nas, entre home­ns, mul­heres e sol­da­dos, foram feitos reféns pelo Hamas.

Ofensiva israelense

Diante do ataque, Israel acio­nou as forças de segu­rança e declar­ou guer­ra, dan­do iní­cio à oper­ação “Espadas de Fer­ro”, com bom­bardeios à Faixa de Gaza, onde ficam as bases do Hamas.

Em men­sagem ao povo israe­lense, o primeiro-min­istro Ben­jamin Netanyahu disse que o grupo “pagará preço sem prece­dentes” e prom­e­teu exter­mi­nar o grupo que con­tro­la Gaza.

“O Hamas pen­sou que iria nos demolir. Nós é que vamos demolir o Hamas”, disse no dia seguinte ao ataque.

Esti­ma­ti­va de Israel é que o ataque de 7 de out­ubro provo­cou a morte de 1.400 israe­lens­es, prin­ci­pal­mente civis. Cer­ca de 200 pes­soas, incluin­do cri­anças e idosos, são man­ti­das como reféns em Gaza. O gov­er­no ain­da bus­ca de 100 a 200 israe­lens­es desa­pare­ci­dos e cor­pos de mor­tos no 7 de out­ubro.

Para Netanyahu, o ataque teve como obje­ti­vo atra­pal­har as ten­ta­ti­vas de esta­b­ele­cer a paz no Ori­ente Médio.

Des­de então, Israel tem dis­para­do ataques aére­os diários à Gaza, esta­b­ele­ceu blo­queio total – sem per­mis­são para entra­da de água, comi­da e com­bustív­el- e deter­mi­nou que a pop­u­lação local, majori­tari­a­mente palesti­na, evac­ue o norte da região e se desloque para o sul.

As forças de segu­rança se preparam para uma incursão por ter­ra.

“Vocês veem Gaza ago­ra a dis­tân­cia, mas logo a verão de den­tro. O coman­do virá”, disse o min­istro da Defe­sa de Israel, Yoav Gal­lant, con­forme a Agên­cia Reuters. Há infor­mações que líderes do Hamas foram mor­tos nos bom­bardeios.

A ofen­si­va israe­lense tem sido alvo de divergên­cia na comu­nidade inter­na­cional, que pede garan­tia de pro­teção dos civis em Gaza, atingi­dos pelo con­fli­to e ataques aére­os.

Ao menos 4.137 palesti­nos mor­reram na Faixa de Gaza des­de o iní­cio da guer­ra entre o Hamas e Israel — 70% das víti­mas são cri­anças, mul­heres e idosos, segun­do dados do Min­istério da Saúde de Gaza.

 

*Com infor­mações das agên­cias Reuters, Lusa e RTP.  

 

Edição: Graça Adju­to

LOGO AG BRASIL

Você pode Gostar de:

Ultradireitista Javier Milei vence as eleições argentinas

Repro­dução: © REUTERS/Agustin Mar­car­i­an Futuro presidente venceu disputa acirrada no segundo turno Pub­li­ca­do em 19/11/2023 …