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Consumo de açúcar na primeira infância é fator de risco para cáries

Repro­du­ção:  © Mar­ce­lo Camargo/Agência Bra­sil

Oito em cada dez crianças ingerem alimentos açucarados, diz estudo


Publi­ca­do em 19/11/2021 — 17:43 Por Cami­la Maci­el — Repór­ter da Agên­cia Bra­sil — São Pau­lo

Cri­an­ças de zero a seis anos que con­so­mem açú­car com alta frequên­cia estão mui­to sus­ce­tí­veis ao apa­re­ci­men­to de cári­es. Estu­do desen­vol­vi­do na Uni­ver­si­da­de Fede­ral de San­ta Maria (UFSM), no Rio Gran­de do Sul, em um ambu­la­tó­rio odon­to­ló­gi­co mos­trou que oito em cada dez cri­an­ças aten­di­das inge­ri­am ali­men­tos açu­ca­ra­dos e tinham cári­es. De 86 casos ana­li­sa­dos, a doen­ça bucal foi encon­tra­da em 86,2% da amos­tra.

Segun­do os pes­qui­sa­do­res, o con­su­mo de açú­car se dava já a par­tir dos nove meses, inclu­si­ve na mama­dei­ra. “A gen­te per­ce­bia que a mai­o­ria nos pro­cu­ra­va quan­do já tinha algu­ma dor ou quan­do tinha algum pro­ces­so para tra­tar. Na sua mai­o­ria, não se pro­cu­ra aten­di­men­to de for­ma pre­ven­ti­va, como ori­en­ta­ção, para saber como está a saú­de bucal”, apon­ta Fer­nan­da Ortiz, coau­to­ra do tra­ba­lho.

Ela expli­ca que, embo­ra sejam den­tes de lei­te, a fal­ta de cui­da­dos nos anos ini­ci­ais são tam­bém para o futu­ro. “Pre­ju­di­ca a erup­ção e a for­ma­ção do den­te per­ma­nen­te, que é o den­te de adul­to. Ele não vai nas­cer de manei­ra ime­di­a­ta, ape­nas quan­do for mais velho. Pre­ju­di­ca toda a for­ma­ção e o nas­ci­men­to des­se den­te per­ma­nen­te”, apon­ta a pes­qui­sa­do­ra, que é odon­to­pe­di­a­tra.

A cárie tem rela­ção dire­ta com o açú­car. “É uma doen­ça com­por­ta­men­tal, é um pro­ces­so com­ple­xo que exis­te com a for­ma­ção da pla­ca bac­te­ri­a­na. Essas bac­té­ri­as se ali­men­tam prin­ci­pal­men­te do açú­car, pro­du­zem áci­dos e esses áci­dos entre aspas cor­ro­em o den­te e come­çam o pro­ces­so de des­trui­ção den­tá­rio, que é a cárie”, expli­ca Fer­nan­da. Ela des­ta­ca que esta é uma das doen­ças mais pre­va­len­tes na infân­cia.

Nes­se sen­ti­do, tan­to a esco­va­ção quan­to a dimi­nui­ção ou mes­mo a não inges­tão de açú­car são os prin­ci­pais mei­os de pre­ven­ção. “A gen­te comen­ta que é mui­to mais fácil con­se­guir con­tro­lar a nutri­ção da cri­an­ça e a da famí­lia, do que pedir pra essa cri­an­ça ou a famí­lia esco­var o den­te toda vez que inge­rir algum ali­men­to açu­ca­ra­do”, ori­en­ta a odon­to­pe­di­a­tra.

Ela lem­bra que a reco­men­da­ção é não inge­rir açú­car até os dois anos de ida­de e depois des­sa fai­xa etá­ria inge­rir a menor quan­ti­da­de pos­sí­vel. E, com o nas­ci­men­to do pri­mei­ro den­te, fazer a esco­va­ção com cre­me den­tal com flúor.

De acor­do com divul­ga­ção da Agên­cia Bori, o tra­ba­lho foi publi­ca­do nes­ta sex­ta-fei­ra (19) na Revis­ta Gaú­cha de Odon­to­lo­gia.

 

Edi­ção: Valé­ria Agui­ar

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