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Convívio com animais traz benefícios à saúde física e mental do tutor

Repro­dução: © Fabio Rodrigues-Pozze­bom/ Agên­cia Brasil

Estudo aponta que quem tem pet tem menos probabilidade de ir ao médico


Publicado em 20/07/2024 — 12:05 Por Alana Gandra — Repórter da Agência Brasil * — Rio de Janeiro

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O Dia do Ami­go, comem­o­ra­do neste sába­do (20), cel­e­bra não só as amizades entre pes­soas mas, tam­bém, o con­vívio entre ani­mais e seres humanos, con­struí­das, muitas vezes, a par­tir de even­tos traumáti­cos, trazen­do bene­fí­cios não só à saúde físi­ca, mas men­tal dos tutores.

O pres­i­dente do Con­sel­ho Region­al de Med­i­c­i­na Vet­er­inária do Rio de Janeiro (CRMV-RJ), Dio­go Alves, obser­va que, na ver­dade, a ciên­cia já estu­da há bas­tante tem­po os bene­fí­cios de se ter um ani­mal para aju­dar na saúde men­tal. Segun­do o vet­er­inário, os donos de pets têm níveis mais baixos de triglicerídeos e coles­terol quan­do com­para­dos com pes­soas que não têm ani­mais. “Estu­dos apon­tam que pes­soas aci­ma de 65 anos de idade que têm um ani­mal em casa têm 30% menos prob­a­bil­i­dade de ir a médi­cos, em relação àque­las que não têm”.

Dio­go Alves asse­gu­ra que “brin­car com cães, gatos e out­ros ani­mais de esti­mação ele­va os níveis de sero­ton­i­na e dopam­i­na, trazen­do relax­am­en­to, paz, cal­ma e sen­sação de bem-estar para a gente”.

Pes­soas que têm ani­mais de esti­mação têm, ain­da, segun­do vet­er­inário, menor nív­el de pressão arte­r­i­al e estresse. “Há estu­dos com­pro­van­do que pes­soas que eram hiperten­sas, depois de alguns meses com um ani­malz­in­ho, tiver­am uma que­da con­sid­eráv­el [da pressão alta] em com­para­ção a quem não tin­ha o ani­mal. O bene­fí­cio é imen­so”, disse.

Hoje, pode-se diz­er, que a inter-relação entre humano e ani­mais é uma via de mão dupla, diz o pres­i­dente do CRMV-RJ. “É menos solidão. A gente obser­va que as pes­soas ao cam­in­har com seus pets na rua são abor­dadas por out­ras pes­soas. Esta­b­elece-se uma relação de amizade e con­ta­to. É super inter­es­sante do pon­to de vista social e com­por­ta­men­tal. É muito impor­tante esse con­vívio mútuo entre o ani­mal e o ser humano”, avalia.

Dio­go Alves diz que o con­vívio com um ani­mal aju­da, inclu­sive, a afas­tar ameaças de suicí­dio. “Com certeza, o iso­la­men­to pode acen­tu­ar sin­tomas de depressão, e a com­pan­hia de um pet pode ben­e­fi­ciar pes­soas que estão deprim­i­das ou depressivas”,diz.

De acor­do com o vet­er­inário, cuidar de um ani­malz­in­ho faz com que o dono se sin­ta necessário e queri­do e a pen­sar que, se mor­rer, quem irá cuidar dele? “Essa com­pan­hia mútua faz com que a pes­soa desista da questão de suicí­dio”, diz.

Brasília (DF), 19.07.2024 - Dia do amigo. Carla e a filha Gabriela com os pets Elza e Alfred. Foto: Carla Ribeiro/Arquivo pessoal
Repro­dução: O amor dos pets Elza e Alfred aju­daram Car­la e a fil­ha Gabriela a super­ar a morte de out­ra cachor­rin­ha. Foto: Car­la Ribeiro/Arquivo pes­soal

Preenchendo vazios

A assis­tente social Car­la Maria da Sil­va Ribeiro e sua fil­ha Gabriela ficaram muito tristes com a morte, em 2017, da poo­dle Mel, com quem con­vivi­am há 16 anos. “Foi um sofri­men­to. Ficou aque­le vazio”, disse Car­la. No ano seguinte, a mãe de Car­la tam­bém mor­reu.

Por sug­estão da fil­ha, Car­la decid­iu ado­tar um novo ani­mal. Depois de qua­tro meses em sua casa, Car­la desco­briu que a cadela é epilép­ti­ca. “Após todo o cuida­do, a gente percebe o car­in­ho e a gratidão no olhar dela”. Depois de seis meses da primeira adoção, resolver­am ado­tar mais um cão, o Alfred. Na pan­demia da covid-19, Car­la foi con­t­a­m­i­na­da e o ani­mal não se afas­ta­va do seu lado.

“Eles são fiéis. É uma paixão que a gente tem”, afir­ma Car­la. Os dois ani­mais, segun­do ela, aju­daram a diminuir o vazio cau­sa­do pelo falec­i­men­to de Mel e, depois, da mãe de Car­la.

Efeito terapêutico

Brasília (DF), 19.07.2024 - Dia do amigo. Raquel Coutinho e a gatinha Azeitona. Foto: Raquel Coutinho/Arquivo Pessoal
Repro­dução: Para Raquel Coutin­ho, a gat­in­ha Azeitona é parte da família. Foto: Raquel Coutinho/Arquivo Pes­soal

Na vida de Raquel Coutin­ho tem 22 anos, quem fez difer­ença foi Azeitona, uma gat­in­ha vira-lata de pelagem pre­ta, nasci­da em 2016. Azeitona foi a úni­ca sobre­vivente de uma nin­ha­da despreza­da pela mãe. “Ela sofreu muito, a gente que cui­da­va, então ficamos muito agar­ra­dos com ela”, con­tou Raquel, estu­dante do cur­so de enfer­magem, à Agên­cia Brasil.

Ago­ra, Azeitona é parte da família. “Hoje em dia, não me vejo sem ela, porque é como se fos­se uma pes­soa da família. Ela cresceu comi­go, acom­pan­hou min­ha fase de ado­lescên­cia para a fase adul­ta. Ela sem­pre foi muito impor­tante para mim.”.

A gata se mostrou espe­cial­mente impor­tante quan­do a mãe de Raquel enfren­tou prob­le­mas de saúde. “Min­ha mãe teve depressão, uma depressão extrema, que lim­i­ta­va mes­mo a vida dela, durante alguns anos, de 2019 até o iní­cio de 2023. E foi uma fase em que a Azeitona era o meu pon­to de con­fi­ança. Eu pre­cisa­va sair de casa e se min­ha mãe ficas­se soz­in­ha, a Azeitona fica­va com ela”, con­tou.

“Com certeza, Azeitona seria aque­le bich­in­ho capac­i­ta­do para ser ter­apêu­ti­co, porque ela é jus­ta­mente um pon­to de equi­líbrio men­tal para min­ha mãe e para mim. E acred­i­to que para todo mun­do aqui em casa”, acres­cen­tou.

* Colaborou Fran­ciel­ly Bar­bosa, estag­iária da Agên­cia Brasil

Edição: Fer­nan­do Fra­ga e Marce­lo Brandão

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