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Corpo de João Donato será velado no Theatro Municipal do Rio

Repro­dução: © Thi­a­go Piccoli/Wikimedia

Cerimônia está marcada para esta terça-feira (18), das 11h às 15h


Pub­li­ca­do em 17/07/2023 — 19:27 Por Dou­glas Cor­rêa — Repórter da Agên­cia Brasil — Rio de Janeiro

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O cor­po do mul­ti-instru­men­tista, can­tor e com­pos­i­tor João Dona­to, que mor­reu na madru­ga­da des­ta segun­da-feira (17), no Rio de Janeiro, será vela­do nes­ta terça-feira (18), das 11h às 15h, no The­atro Munic­i­pal do Rio de Janeiro. A cer­imô­nia será aber­ta ao públi­co. O artista será cre­ma­do no Memo­r­i­al do Car­mo, na zona por­tuária do Rio, em cer­imô­nia restri­ta aos famil­iares e ami­gos.

O músi­co mor­reu aos 88 anos, víti­ma de com­pli­cações pul­monares. Muitos artis­tas e políti­cos enal­te­ce­r­am a tra­jetória de João Dona­to, um dos grandes músi­cos brasileiros, que pas­sou pela bossa-nova, con­viveu com artis­tas do jazz norte-amer­i­cano e deixa um ver­dadeiro lega­do para a músi­ca brasileira.

O críti­co de músi­ca brasileira Rubem Con­fete, comen­tarista da Rádio Nacional, lem­brou que João Dona­to nasceu no Acre e chegou ao Rio de Janeiro aos 11 anos de idade jun­to com a família. O pai era pilo­to da Força Aérea Brasileira (FAB) e foi trans­feri­do para o Rio no final dos anos 1940. Começou tocan­do acordeon dado pelo pai ain­da no Norte do país. Pas­sou pelo piano e muito cedo se nota­bi­li­zou. A maneira de ele com­por antes da bossa-nova foi nota­da por can­tores e com­pos­i­tores da MPB.

De acor­do com Con­fete, Dona­to ouvia as har­mo­nias de John­ny Alf e pas­sa­va para João Gilber­to. Ele for­mavam “um trio incrív­el”. Ele teve encon­tros com músi­cos do Caribe, prin­ci­pal­mente da Jamaica e de Cuba, e se nota­bi­li­zou com seus acordes ao piano em jazz, chegan­do a par­tic­i­par de muitas apre­sen­tações de jazz nos Esta­dos Unidos.

Con­fete con­tou ain­da que, ao voltar para o Rio de Janeiro, João Dona­to foi redescober­to por Cae­tano Veloso e Gilber­to Gil.

“Em 1977, nós par­tic­i­pamos de um tra­bal­ho com o João Dona­to. Letras min­has e músi­cas do João, mas o nos­so pro­du­tor, por motivos par­tic­u­lares, aban­do­nou o long-play, mas nós mar­camos pre­sença com uma músi­ca Xangô é D’bá”, disse. “Com ele, não tin­ha tris­teza. Para Dona­to, a vida era sem­pre uma fes­ta”, enal­te­ceu Con­fete.

O can­tor, com­pos­i­tor e instru­men­tista Car­lin­hos Brown tam­bém desta­cou as habil­i­dades do ami­go. “João Dona­to é um gênio e fez com Gil uma paz inva­so­ra que inspi­ra vários corações. Fez o não saber das bananeiras e com esse rit­mo e melo­dia plan­tou nos pen­sa­men­tos do Brasil um respeito maior ain­da, as rít­mi­cas que as canções pro­movem. Além de ser um dos maiores de todos os tem­pos, sem­pre opor­tu­ni­zou os novos e bus­cou uma for­ma de estar cam­in­han­do e dan­do rumo a tudo que o Brasil pro­duz em músi­ca. Ele é meu par­ceiro e tive­mos opor­tu­nidades de ter­mos músi­cas nos­sas inter­pre­tadas por Emílio San­ti­a­go, Car­los San­tana, Bebel Gilber­to, Tim­bal­a­da, entre out­ros”, desta­cou Car­lin­hos Brown.

“Fica a fal­ta e a saudade de um grande com­pan­heiro, mas fica prin­ci­pal­mente um lega­do respon­sáv­el que nos acordes do piano brasileiro gan­hou mudanças com John­ny Alf, com Tom Jobim e com o imor­tal João Dona­to. Que seu espíri­to seja cel­e­bra­do pelos céus, assim como é a sua músi­ca na Ter­ra. João, um grande homem. Um pequeno aden­do, sin­to ele não ter escu­ta­do a músi­ca que fiz para ele e Tom em vida, mas vou faz­er ecoar no uni­ver­so, onde os espíri­tos escu­tam as ver­dades com mais clareza”, com­ple­tou.

Já a can­to­ra e com­pos­i­to­ra Marisa Monte escreveu em sua rede social: “Muito triste com a par­ti­da do meu ami­go e par­ceiro João Dona­to. Um homem sen­sív­el e úni­co, cri­ador de um esti­lo próprio com um piano difer­ente de tudo que já vi. Doce, pre­ciso e pro­fun­do. Fica o silên­cio e a saudade”.

O jor­nal­ista, his­to­ri­ador, críti­co, radi­al­ista e musicól­o­go brasileiro Ricar­do Cra­vo Albin é con­sid­er­a­do um dos maiores pesquisadores da músi­ca pop­u­lar brasileira. Sua maior obra é o Dicionário Cra­vo Albin da Músi­ca Pop­u­lar Brasileira, com cer­ca de 7 mil ver­betes e refer­ên­cia na área musi­cal. De acor­do com Albin, João Dona­to deixa a MPB des­o­la­da e órfã, na medi­da em que foi um grande pio­neiro da bossa-nova. “A bossa-nova inter­na­cional­i­zou a músi­ca pop­u­lar do Brasil no mun­do inteiro e fez com que o nos­so rit­mo pudesse ser muito aceito e rev­er­en­ci­a­do no mun­do inteiro.”

João Dona­to é um dos pilares desse movi­men­to. “Ele era um pianista muito sofisti­ca­do e um com­pos­i­tor igual­mente na mes­ma lin­ha. O Dona­to quan­do se exib­ia tin­ha muito suces­so”, ressaltou.

Albin disse que João Dona­to, quan­do toca­va, fazia isso com praz­er. “Um praz­er que se realça­va na sua face radiosa de acre­ano. Ele, do Norte do Brasil, tin­ha toda essa ale­gria car­i­o­ca, que é muito típi­ca aqui do povo do Rio de Janeiro. Então ele era uma acre­ano car­i­o­ca. Ele sem­pre tin­ha muito apreço pelas suas raízes do Acre. Por­tan­to, é uma grande fal­ta a morte de João Dona­to.”

Segun­do o his­to­ri­ador, Dona­to deixa, sobre­tu­do, uma men­sagem de orig­i­nal­i­dade e de sofisti­cação. “Ele era con­ti­do, min­i­mal­ista, era per­fec­cionista, isso tudo é uma grande orig­i­nal­i­dade”, descreveu.

O prefeito Eduar­do Paes disse, pelas redes soci­ais, que Dona­to deixará saudades. Par­tiu João Dona­to, gigante da músi­ca brasileira. Nasceu em Rio Bran­co e veio ain­da cri­ança pro Rio de Janeiro, onde pas­sou a vida. Eu sou de todos os rios, eu sou de igara­pés, disse numa entre­vista. Esse Rio vai sen­tir sua fal­ta.”

Atrações especiais

Em hom­e­nagem ao mul­ti-instru­men­tista João Dona­to, a Rádio Nacional e a Rádio MEC prepararam uma série de atrações espe­ci­ais para rev­er­en­ciar a obra do artista e cel­e­brar o lega­do deste ícone da MPB.

Rádio Nacional res­ga­ta às 22h, no pro­gra­ma Roda de Sam­ba, um papo de João Dona­to com o apre­sen­ta­dor Gilber­to Cos­ta. Na con­ver­sa, o astro repas­sa com seu humor car­ac­terís­ti­co os 70 anos de car­reira em que per­cor­reu vários gêneros da músi­ca brasileira, do carim­bó à bossa-nova e, em espe­cial, o sam­ba.

Na sequên­cia, às 23h, o pro­gra­ma Memória Musi­cal traz a par­tic­i­pação de João Dona­to em uma edição espe­cial em que o con­vi­da­do sele­ciona dez obras mar­cantes que influ­en­cia­ram sua pro­dução musi­cal. O con­sagra­do pianista ain­da con­ta diver­tidas histórias de sua tra­jetória para o apre­sen­ta­dor Mario Sar­torel­lo.

Já a Rádio MEC apre­sen­ta, a par­tir das 21h, a edição inédi­ta e ao vivo do pro­gra­ma Jazz Livre!, que leva ao ar as prin­ci­pais com­posições de João Dona­to. Além de tocar clás­si­cos do repertório, o pro­gra­ma lid­er­a­do por Sid­ney Fer­reira ain­da abre espaço para a inter­ação dos ouvintes pelo What­sApp para enviar men­sagens sobre o saudoso músi­co. Já às 22h, a reap­re­sen­tação do Cena Instru­men­tal con­ta com uma per­for­mance exclu­si­va do vet­er­a­no.

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Edição: Juliana Andrade

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