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Covid-19: novas restrições no Rio são preventivas, afirma prefeito

Lanchonetes, bares e restaurates do Rio de Janeiro reabrem hoje(2) com restrição de horário, lotação e distância entre mesas.
© Tânia Rêgo/Agência Brasil (Repro­dução)

Bares e restaurantes passam a ter horário reduzido a partir de amanhã


Pub­li­ca­do em 04/03/2021 — 12:40 Por Cristi­na Índio do Brasil – Repórter da Agên­cia Brasil — Rio de Janeiro

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduar­do Paes, disse hoje (4) que as novas medi­das restri­ti­vas ado­tadas pela admin­is­tração munic­i­pal são uma for­ma pre­ven­ti­va de com­bat­er a covid-19. Afir­mou que não hou­ve reg­istro de aumen­to de casos, nem de óbitos, mas foi iden­ti­fi­ca­da uma tendên­cia de alta nos atendi­men­tos na rede de urgên­cia e de emergên­cia de pes­soas com sín­drome gri­pal e sín­drome res­pi­ratória agu­da grave, que ante­ce­dem a noti­fi­cação de um caso de covid-19. 

Hoje, a prefeitu­ra do Rio pub­li­cou nes­ta quin­ta-feira decre­to com novas medi­das de iso­la­men­to social para com­bat­er a pan­demia. Entre elas, figu­ra a proibição de per­manên­cia de pes­soas em vias e áreas públi­cas das 23h às 5h. Tam­bém foi deter­mi­na­do que bares, lan­chonetes e restau­rantes devem fechar, para atendi­men­to pres­en­cial, a par­tir das 17h. Ess­es esta­b­elec­i­men­tos só poderão fun­cionar das 6h às 17h, poden­do aten­der a um número máx­i­mo de clientes cor­re­spon­dente a 40% de sua capaci­dade insta­l­a­da.

“Essas medi­das têm um obje­ti­vo prin­ci­pal: evi­tar que se repi­ta em 2021 o genocí­dio de 2020, que acon­te­ceu na cidade do Rio de Janeiro”, disse o prefeito, durante a apre­sen­tação das novas medi­das de restrição e da nona edição do Bole­tim Epi­demi­ológi­co, desta­can­do que, em 2020, a cap­i­tal teve taxas de mor­tal­i­dade e de letal­i­dade aci­ma de São Paulo, a maior cidade do país e que tem o dobro da pop­u­lação do Rio. Paes afir­mou que os dados dos atendi­men­tos, ain­da que sem con­fir­mação da con­t­a­m­i­nação, são os que mais o pre­ocu­pam. “Quan­do a gente olha para esse dado aí, ele é um dado que liga um sinal de aler­ta. É um dado que vem me inco­modan­do e a todos da prefeitu­ra des­de o finalz­in­ho da sem­ana pas­sa­da. Daí eu ter inten­si­fi­ca­do o debate com os espe­cial­is­tas sobre esse tema. Nos­so obje­ti­vo é nos ante­ci­par para que pos­samos man­ter os números baixos [da doença] que esta­mos ten­do este ano”, garan­tiu.

Fatores

Paes afir­mou que qua­tro fatores servi­ram de base para a adoção das medi­das que entram em vig­or hoje às 17 horas e vão valer até o fim da próx­i­ma quin­ta-feira (11).

Além dos dados cien­tí­fi­cos sobre o aumen­to de atendi­men­tos nas unidades de saúde de pes­soas com sin­tomas da doença, foi con­sid­er­a­do o agrava­men­to do cenário que vem ocor­ren­do no país e, espe­cial­mente no entorno, com os esta­dos de Minas Gerais e São Paulo.

Out­ro fator lev­a­do em con­sid­er­ação foi a nota téc­ni­ca do Bole­tim do Obser­vatório Covid-19, da Fun­dação Oswal­do Cruz (Fiocruz), divul­ga­do na terça-feira (2), aler­tan­do de que, pela primeira vez des­de o iní­cio da pan­demia, foi ver­i­fi­ca­do em todo o país o agrava­men­to simultâ­neo de diver­sos indi­cadores, como o cresci­men­to de casos de covid-19 e óbitos, a manutenção de níveis altos de incidên­cia de Sín­drome Res­pi­ratória Agu­da Grave (Srag), a alta pos­i­tivi­dade de testes e a sobre­car­ga dos hos­pi­tais.

“Há uma situ­ação nacional que isso pos­sa chegar ao Rio de Janeiro. Ain­da não chegou e espero que não chegue” expli­cou. O quar­to fator é a fal­ta de respeito por parte da pop­u­lação às regras san­itárias e medi­das restri­ti­vas já ado­tadas para evi­tar aglom­er­ações, inclu­sive, com pes­soas sem usar más­caras de pro­teção.

“O que nós vemos, infe­liz­mente, é uma irre­spon­s­abil­i­dade”, afir­mou Paes, isen­tan­do donos de bares e restau­rantes, que segun­do ele, têm colab­o­ra­do.

Carnaval

O prefeito con­testou a avali­ação de que o aumen­to de atendi­men­tos com sin­tomas da doença ten­ha sido provo­ca­do especi­fi­ca­mente por causa de aglom­er­ações no car­naval, que foi can­ce­la­do. Paes voltou a falar que boa parte da pop­u­lação seguiu as ori­en­tações de evi­tar con­cen­trações e citou o fato deste ano não ter ocor­ri­do a apre­sen­tação do Cordão da Bola Pre­ta, que cos­tu­ma reunir um número ele­va­do de foliões. “Não tive­mos o Bola Pre­ta, nem [out­ros] blo­cos nas ruas. As pes­soas colab­o­raram majori­tari­a­mente no car­naval. Algu­mas desre­speitaram, mas a maio­r­ia colaborou”.

Mapa

Emb­o­ra o mapa da cidade mostre que Copaca­bana, na zona sul, seja a úni­ca das 33 regiões admin­is­tra­ti­vas a per­manecer em risco alto para a doença, na cor laran­ja, a prefeitu­ra resolveu man­ter a cap­i­tal nes­ta condição com todas as medi­das restri­ti­vas que já estavam val­en­do.

O Bole­tim Epi­demi­ológi­co cos­tu­ma ser divul­ga­do às sex­tas-feiras, mas foi ante­ci­pa­do pela neces­si­dade do anún­cio das novas medi­das. “Os números pos­i­tivos que temos em 2021, o que nós quer­e­mos é que eles con­tin­uem pos­i­tivos. Daí, a razão de boa parte das restrições que anun­ci­amos hoje”, con­cluiu o prefeito.

Fiscalização

O prefeito do Rio anun­ciou que as ações para ver­i­ficar o cumpri­men­to de novas medi­das serão anal­isadas ain­da hoje, durante reunião com rep­re­sen­tantes das forças de segu­rança do esta­do, que dão apoio às fis­cal­iza­ções, e da Sec­re­taria Munic­i­pal de Ordem Públi­ca (Seop).

“Essas medi­das que esta­mos toman­do hoje facili­tam a fis­cal­iza­ção do municí­pio. Pre­cisamos ter mais capaci­dade de agir. É muito difí­cil chegar com as medi­das que temos que tomar e fis­calizar. São medi­das conc­re­tas. Eu vi no domin­go quiosques na Lagoa Rodri­go de Freiras, uma ver­gonha. Ninguém quer fechar quiosques, mas as pes­soas estão se aglomeran­do ”, afir­mou.

Lockdown

O prefeito disse que entende as difi­cul­dades cau­sadas  pelas medi­das restri­ti­vas, mas reforçou que elas são necessárias para evi­tar que a situ­ação se agrave e o municí­pio ten­ha que dec­re­tar lock­down (blo­queio total do comér­cio e out­ros setores). Afir­mou, no entan­to, que se não hou­ver alter­na­ti­va, isso será feito.

Edição: Kle­ber Sam­paio

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