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Covid-19: trombose pode acontecer até quatro semanas após recuperação

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© Mar­cel­lo Casal jr/Agência Brasi (Repro­dução)

Pub­li­ca­do em 28/03/2021 — 16:21 Por Lud­mil­la Souza — Repórter da Agên­cia Brasil — São Paulo


Uma pesquisa da Sociedade Brasileira de Angi­olo­gia e de Cirur­gia Vas­cu­lar iden­ti­fi­cou que 39% dos profis­sion­ais da área aten­der­am pelo menos um caso de trom­bose venosa ou embo­lia em pacientes que tes­taram pos­i­ti­vo para covid-19 em 2020.

“Já foi estu­da­do e com­pro­va­do que chega a ser três vezes maior a incidên­cia de trom­boem­bolis­mo venoso em pacientes com covid-19 severo, mes­mo quan­do com­para­do com out­ros pacientes graves em ambi­ente de UTI [unidade de ter­apia inten­si­va], mas que não pos­suem a doença infec­ciosa”, rela­ta o cirurgião vas­cu­lar Ivan Bena­duce Casel­la, mem­bro da Comis­são de Trom­boem­bolis­mo Venoso da enti­dade.

O espe­cial­ista expli­ca ain­da que, prin­ci­pal­mente em casos mod­er­a­dos e graves, há um grande proces­so infla­matório no organ­is­mo que, con­se­quente­mente, leva à for­mação de trom­bos (coag­u­lações de sangue no inte­ri­or do vaso san­guí­neo).

Por isso, pes­soas com pré-dis­posição à trom­bose, quan­do diag­nos­ti­cadas com covid-19, pre­cisam de acom­pan­hamen­to com angi­ol­o­gista ou cirurgião vas­cu­lar, para evi­tar a coag­u­lação exces­si­va durante a infecção. Segun­do o médi­co, é impor­tante que ess­es pacientes, durante o quadro do novo coro­n­avírus, man­ten­ham super­visão da espe­cial­i­dade mes­mo após a sua recu­per­ação.

“Para quem teve covid-19, par­tic­u­lar­mente nas for­mas mais sev­eras, há uma tendên­cia de risco de even­tos de trom­bose venosa nas qua­tro sem­anas após o perío­do de recu­per­ação. Então, essas pes­soas devem prestar atenção a ede­mas [inchaço] uni­lat­erais – de uma úni­ca per­na – ou sin­tomas súbitos ven­ti­latórios, quan­do a pes­soa sente fal­ta de ar ou dor torá­ci­ca. Ess­es são alguns dos sin­tomas de trom­boem­bolis­mo venoso”, aler­ta Casel­la.

Alerta

O cirurgião vas­cu­lar e respon­sáv­el pela pesquisa sobre a relação entre os even­tos trom­bóti­cos e a covid-19, Marce­lo Calil Buri­han, com­ple­ta que a trom­bose pode ocor­rer pelo proces­so infla­matório cau­sa­do pelo vírus. Ele afir­ma ain­da que os casos de entupi­men­to das artérias tiver­am um grande aumen­to em decor­rên­cia da covid-19.

“Muitas obstruções arte­ri­ais de mem­bros supe­ri­ores [braços, ante­braços e mãos] estão ocor­ren­do em maior pro­porção, assim como dos mem­bros infe­ri­ores, que nor­mal­mente já são mais fre­quentes. Os sin­tomas mais comuns ness­es casos agu­dos são dor lanci­nante [pon­tadas, fis­gadas inter­nas], fri­al­dade e palidez da extrem­i­dade acometi­da”, expli­ca.

Edição: Paula Labois­sière

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