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CPMI do Golpe interroga ex-PRF acusado de interferir na eleição

Repro­dução: © Lula Marques/ Agên­cia Brasil

Silvinei Vasques é o primeiro a prestar depoimento à comissão


Pub­li­ca­do em 20/06/2023 — 07:43 Por Lucas Pordeus León — Repórter da Agên­cia Brasil — Brasília

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Após a rev­e­lação do con­teú­do das men­sagens do celu­lar do tenente-coro­nel Mau­ro Cid, a Comis­são Par­la­men­tar Mista de Inquéri­to (CPMI) que apu­ra os atos golpis­tas retoma os tra­bal­hos nes­ta terça-feira (19) com o depoi­men­to do ex-dire­tor-ger­al da Polí­cia Rodoviária Fed­er­al (PRF) Sil­vinei Vasques.  

O ex-poli­cial é inves­ti­ga­do por suposta­mente ten­tar inter­ferir na votação do 2º turno das eleições pres­i­den­ci­ais de 2022. A sus­pei­ta é que a PRF reforçou as blitzes no Nordeste, no dia 30 de out­ubro, para difi­cul­tar o trans­porte de eleitores na região onde o pres­i­dente Luiz Iná­cio Lula da Sil­va teve mais votos. A oiti­va do ex-dire­tor está mar­ca­da para começar às 9h des­ta terça-feira (20).

A rela­to­ra da CMPI, senado­ra Eliziane Gama (PSD-MA), infor­mou à Agên­cia Brasil que o obje­ti­vo é mostrar como a PRF foi instru­men­tal­iza­da pelo gov­er­no por inter­ess­es eleitor­eiros. “[O gov­er­no] Quis puxar a cor­po­ração para uma aven­tu­ra golpista”, avalia a senado­ra. “A função da CMPI é sep­a­rar o joio de tri­go. É mostrar que um ou out­ro mem­bro da PRF que se arvorou nes­sa empre­ita­da será expos­to, assim como suas even­tu­ais ações anti­democráti­cas”, con­cluiu.

O coor­de­nador de artic­u­lação do Pacto Pela Democ­ra­cia, Pedro Kel­son, avalia que a escol­ha de ouvir Sil­vinei Vasques foi cor­re­ta. “Esse foi um fato bas­tante grave. Ele indi­ca abu­so de poder econômi­co e políti­co. Apon­ta para o uso inde­v­i­do da máquina públi­ca para fins eleitorais”, afir­ma. O Pacto Pela Democ­ra­cia é uma coal­izão que reúne 215 orga­ni­za­ções da sociedade civ­il “volta­da à defe­sa e ao apri­mora­men­to da vida políti­ca e democráti­ca no Brasil”.

“Diálogos terríveis”

As rev­e­lações do con­teú­do do celu­lar do mil­i­tar Mau­ro Cid, ex-aju­dante de ordens do ex-pres­i­dente Jair Bol­sonaro, tam­bém devem movi­men­tar a CPMI. A rela­to­ra Eliziane apre­sen­tou requer­i­men­to para con­vo­car o coro­nel do Exérci­to Jean Lawand Júnior, que aparece em tro­ca de men­sagens com Mau­ro Cid, pedin­do para o então pres­i­dente Jair Bol­sonaro “dar a ordem” após ter per­di­do a eleição, sug­erindo um golpe de Esta­do.  A rela­to­ra afir­mou à Agên­cia Brasil que os diál­o­gos são “ter­ríveis” e que “serão apu­ra­dos em pro­fun­di­dade pelo cole­gia­do”.

As men­sagens encon­tradas pela Polí­cia Fed­er­al e tor­nadas públi­cas pelo min­istro Alexan­dre de Moraes apon­tam para elab­o­ração de um plano de golpe de Esta­do com dec­re­tação de esta­do de sítio, sus­pen­são da atu­al ordem con­sti­tu­cional, pos­sív­el afas­ta­men­to de min­istros do TSE e real­iza­ção de novas eleições, incluin­do diál­o­gos com mil­itares da ati­va jus­ti­f­i­can­do um pos­sív­el golpe.

Foram apre­sen­ta­dos ain­da requer­i­men­tos para ouvir a esposa de Cid, Gabriela Cid, que aparece em men­sagens apreen­di­das pela PF exigin­do novas eleições e pedin­do para as pes­soas irem às ruas con­tra o resul­ta­do das urnas.

A defe­sa de Mau­ro Cid infor­mou à Agên­cia Brasil que as “as man­i­fes­tações defen­si­vas” serão feitas somente no proces­so em anda­men­to no STF.

Requerimentos da oposição

A oposição, por sua vez, apre­sen­tou novos requer­i­men­tos para ouvir pes­soas lig­adas ao atu­al gov­er­no. Há pedi­dos para con­vo­cação do ex-GSI Gonçalves Dias e do ex-dire­tor da Agên­cia Brasileira de Inteligên­cia (Abin) Saulo Moura da Cun­ha, ambos nomea­d­os pelo gov­er­no Lula.

O pres­i­dente da comis­são, dep­uta­do Arthur Oliveira Maia (União-BA), avaliou que é ina­ceitáv­el ouvir ape­nas “um lado”. “Espero que pos­samos aprovar todos os nomes, sem dis­tinção, para garan­tir que todos sejam ouvi­dos a fim de que se chegue na ver­dade.”

Tam­bém há pedi­dos para a req­ui­sição ao STF de todos os doc­u­men­tos, proces­sos e inquéri­tos decor­rentes das inves­ti­gações dos atos golpis­tas, incluin­do aque­les trami­tan­do com sig­i­lo de Justiça.

Ataque terrorista

A segun­da sessão da CPMI, mar­ca­da para esta sem­ana, vai ouvir, na quin­ta-feira (22), o empresário George Wash­ing­ton de Oliveira Sousa. Ele admi­tiu ter colo­ca­do uma bom­ba em um cam­in­hão próx­i­mo ao aero­por­to de Brasília no dia 24 de dezem­bro de 2022. A CPMI tam­bém mar­cou a oiti­va, no mes­mo dia, do per­i­to da Polí­cia Civ­il do Dis­tri­to Fed­er­al Valdir Pires Dan­tas Fil­ho, respon­sáv­el por desati­var o artefa­to.

Segun­do a rela­to­ra da Comis­são, senado­ra Eliziane Gama (PSD-MA), esclare­cer os fatos do dia 24 de dezem­bro é fun­da­men­tal para os tra­bal­hos da CPMI. “Não foi uma ação de amadores ou uma tra­pal­ha­da qual­quer, foi uma ten­ta­ti­va de ato ter­ror­ista”, jus­ti­fi­cou.

Edição: Maria Clau­dia

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