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Crescimento maior nas vagas para mulheres reduz desigualdade

Dados são de um estudo das pesquisadoras Janaína Feijó e Helena Zahar

Mar­i­ana Tokar­nia – Repórter da Agên­cia Brasil
Pub­li­ca­do em 18/10/2024 — 08:18
Rio de Janeiro
Professoras aprendem o braille no Instituto Municipal Helena Antipoff, que promove a inclusão de crianças com deficiência na rede pública de ensino (Tomaz Silva/Agência Brasil)
Repro­dução: © 07 17:19:38

Ao lon­go de 2024, o cresci­men­to das vagas for­mais de tra­bal­ho ocu­padas por mul­heres foi maior do que o cresci­men­to de vagas para os home­ns. Enquan­to o sal­do dos empre­gos for­mais para home­ns cresceu 10,1% entre janeiro e agos­to de deste ano, em com­para­ção com o mes­mo perío­do de 2023, o sal­do para as mul­heres aumen­tou 45,18%. Esse cresci­men­to con­tribui para uma redução da desigual­dade no mer­ca­do de tra­bal­ho.

Em números abso­lu­tos, no entan­to, as novas vagas com carteira de assi­na­da em todo o país ain­da são mais ocu­padas por home­ns. O salário médio deles tam­bém é maior do que o das mul­heres.

As infor­mações são do estu­do Quais os gru­pos mais ben­e­fi­ci­a­dos com o bom desem­pen­ho do mer­ca­do de tra­bal­ho em 2024?, das pesquisado­ras Janaí­na Fei­jó e Hele­na Zahar do Insti­tu­to Brasileiro de Econo­mia da Fun­dação Getulio Var­gas (FGV-Ibre) pub­li­ca­do este mês no Obser­vatório da Pro­du­tivi­dade Reg­is Bonel­li.

“Nos últi­mos oito meses, o mer­ca­do de tra­bal­ho tem apre­sen­ta­do um bom desem­pen­ho, com ger­ação de pos­tos for­mais aci­ma das expec­ta­ti­vas e ele­vação da média salar­i­al”, diz o tex­to, que acres­cen­ta: “Esse cresci­men­to expres­si­vo no sal­do fem­i­ni­no ger­ou uma mudança na com­posição do sal­do total, o tor­nan­do menos desigual”.

Em números abso­lu­tos, o sal­do de pos­tos de tra­bal­ho for­mais entre os home­ns pas­sou de 841.273 em 2023 para 926.290 em 2024, o que rep­re­sen­ta um aumen­to de 10,1%. O número total é maior do que o sal­do dos pos­tos ocu­pa­dos pelas mul­heres, que pas­sou de 551.237 em 2023 para 800.269 em 2024 – total­izan­do um cresci­men­to de 45,18%. O sal­do de pos­tos de tra­bal­ho é cal­cu­la­do levan­do em con­ta as admis­sões e descon­tan­do as demis­sões que foram feitas no perío­do.

Con­sid­er­a­da a por­cent­agem de novas vagas ocu­padas por home­ns e mul­heres, o estu­do mostra que, em 2024, o país reduz­iu a desigual­dade em com­para­ção a anos ante­ri­ores, mas ain­da man­tém a maio­r­ia das vagas ocu­padas por home­ns.

Em 2022, 56% do sal­do das vagas foram preenchi­dos por home­ns e 44% por mul­heres. Em 2023, essa difer­ença aumen­tou, cer­ca de 60,4% do sal­do de empre­gos cri­a­dos no Brasil foram ocu­pa­dos por home­ns e ape­nas 39,6% por mul­heres. Ago­ra, em 2024, a par­tic­i­pação das mul­heres no sal­do total subiu para 46,4%. As demais 53,6% vagas cri­adas foram ocu­padas por home­ns.

Ocupações e salários

Em relação às ocu­pações, os dados mostram que ocor­reu uma forte absorção da mão de obra fem­i­ni­na em ocu­pações como “Vende­dores e presta­dores de serviços de comér­cio” e “tra­bal­hadores de atendi­men­to ao públi­co”, que tiver­am incre­men­tos de 32.507 (270%) e 35.184 (255,1%) vín­cu­los, respec­ti­va­mente.

Out­ro destaque é a par­tic­i­pação das mul­heres no sal­do de “tra­bal­hadores dos serviços”, que pas­sou de 54,8% dos pos­tos ocu­pa­dos para 61,5%. Já no sal­do de “vende­dores e presta­dores de serviços do comér­cio” a par­tic­i­pação delas dobrou, pas­san­do de 25,1% para 50,1%.

Já entre os home­ns, os maiores cresci­men­tos ocor­reram nas cat­e­go­rias “Escrit­urários” (33,4%), “Tra­bal­hadores de funções trans­ver­sais” (27,3%) e “Vende­dores e presta­dores de serviços do comér­cio” (23,6%).

Em relação aos salários, o lev­an­ta­men­to mostra que, em agos­to de 2024, o salário médio real de admis­são era R$ 2.156,86. Con­sideran­do ape­nas os home­ns, o salário médio de admis­são em agos­to de 2024 era ligeira­mente supe­ri­or à média, alcançan­do R$ 2.245. Já o salário médio de admis­são das mul­heres era R$ 2.031.

“Ao lon­go dos últi­mos 13 meses, há peque­nas vari­ações men­sais, mas a difer­ença entre os salários médios de home­ns e mul­heres per­manece evi­dente, com as mul­heres con­sis­ten­te­mente receben­do um salário médio de admis­são em torno de 10% a 11% menor”, diz o tex­to.

Caged

O estu­do uti­liza os dados do Novo Cadas­tro Ger­al de Empre­ga­dos e Desem­pre­ga­dos (Caged), divul­ga­dos pelo Min­istério do Tra­bal­ho e Emprego (TEM) ref­er­entes a agos­to de 2024. No total, no mês de agos­to, o Brasil reg­istrou um sal­do pos­i­ti­vo de 232.513 empre­gos for­mais, com 2.231.410 admis­sões e 1.998.897 desliga­men­tos. Esse resul­ta­do rep­re­sen­ta um cresci­men­to de 5,8% na cri­ação de vagas for­mais em relação a agos­to de 2023.

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