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Crianças de 10 e 11 anos já podem se vacinar contra a dengue no DF

Repro­dução: © Fabio Rodrigues-Pozze­bom/ Agên­cia Brasil

Imunizante começou a ser distribuído às 8h em 15 unidades de saúde


Pub­li­ca­do em 09/02/2024 — 12:10 Por Paula Labois­sière – Repórter da Agên­cia Brasil — Brasília

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O estu­dante Felipe Seraine, 11 anos, foi uma das primeiras cri­anças do país a se imu­nizar con­tra a dengue na rede públi­ca. Acom­pan­hado da mãe, ele chegou cedo à Unidade Bási­ca de Saúde (UBS) 01 do Cruzeiro, área cen­tral da cap­i­tal fed­er­al. Por estar no espec­tro autista, teve prefer­ên­cia na fila e logo rece­beu a dose. “Doeu, mas foi médio. Tive que vir, né? Não tive mui­ta escol­ha”, brin­cou.

O jovem, que cur­sa o 7º ano, con­tou que nun­ca teve dengue, mas lem­brou que a mãe já foi infec­ta­da pelo vírus três vezes – e ain­da se recu­pera da infecção mais recente. “Não me arrepen­di de ter toma­do a vaci­na. É pra não mor­rer, né? Porque o mos­qui­to mata. Já tive­mos 12 mortes [no Dis­tri­to Fed­er­al este ano]. Tem que se pro­te­ger da dengue”.

Mãe de Felipe, Hele­na Seraine con­fir­mou a ter­ceira infecção por dengue recen­te­mente. “Virei para-raio”, brin­cou. “Dessa vez, foi mais leve que as out­ras duas porque não tive febre. Mas o cor­po pare­cia ter sido atrav­es­sa­do por um cam­in­hão. É difí­cil faz­er qual­quer coisa. Essa sem­ana, não está­va­mos nem sain­do de casa. Saí hoje só pra traz­er o Fil­ipe”.

“Se a gente pud­er pro­te­ger o máx­i­mo pos­sív­el, mel­hor. Esta­va ven­do as pesquisas e a vaci­na tem 79% de eficá­cia. Vale a pena. É mel­hor que ficar ten­tan­do com a sorte. Mel­hor pro­te­ger do que, depois, ficar cor­ren­do deses­per­a­do com cri­ança pro hos­pi­tal. Adul­to ain­da aguen­ta um pouco. Cri­ança é mais com­pli­ca­do.”

» Tire as prin­ci­pais dúvi­das sobre a vaci­nação con­tra a dengue

A estu­dante Hele­na Cun­ha, 10 anos, tam­bém rece­beu a dose con­tra a dengue nes­ta sex­ta-feira (9). “A vaci­na é bem tran­quila. As vaci­nas nos pro­tegem de várias doenças que podem causar reações no nos­so cor­po”, con­tou, orgul­hosa. “Em casa, eu evi­to água para­da e janelas aber­tas pra não entrar o mos­qui­to, prin­ci­pal­mente no fim da tarde”.

A meni­na, que cur­sa o 5º ano, deixou um reca­do aos ami­gos: “Cole­gas, espero muito que vocês este­jam bem e que não peguem dengue. Se imu­nizem”.

Mãe de Hele­na, Tereza Cristi­na Cun­ha con­fir­mou que a família toma os dev­i­dos cuida­dos para evi­tar a pro­lif­er­ação do mos­qui­to Aedes aegyp­ti. “Com­pramos repe­lentes, cuidamos da questão das janelas. Não temos nem plan­ta em casa por isso. Não sabe­mos a reação do cor­po se a gente pegar dengue.”

Sobre a imu­niza­ção, ela disse estar muito con­tente por ter a fil­ha como uma das primeiras a rece­ber a imu­niza­ção.

“Fiquei muito feliz. Hele­na entrou para história do Brasil como uma das primeiras cri­anças que foram imu­nizadas com essa vaci­na. Sou uma pes­soa que cui­da muito dos fil­hos. Acho que tem que vaci­nar sim, tem que dar importân­cia à saúde da família. Fiz questão de traz­er no primeiro dia para não cor­rer o risco de fal­tar dos­es e ela não con­seguir ser imu­niza­da”.

O estu­dante Ruan Guil­herme Bar­bosa, 11 anos, con­tou que chegou tran­qui­lo à UBS para rece­ber a dose con­tra a dengue. “Não esta­va com medo. Foi impor­tante vir. Tem que se pre­venir, né?”, disse. Sobre a pic­a­da com a agul­ha, ele dis­farçou: “Doeu tipo formi­ga de fogo. Acon­sel­ho meus cole­gas a virem. Tem que se pre­venir. Ven­ham se vaci­nar porque é muito impor­tante”.

Entenda

Brasília, DF 09/02/2024 A ministra da Saúde, Nísia Trindade, acompanha o início da vacinação contra dengue no Distrito Federal, na UBS1 do Cruzeiro. Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
Repro­dução: A min­is­tra da Saúde, Nísia Trindade, acom­pan­ha o iní­cio da vaci­nação con­tra dengue no Dis­tri­to Fed­er­al, na UBS1 do Cruzeiro. Foto: Fabio Rodrigues-Pozze­bom/ Agên­cia Brasil

 

Cri­anças de 10 e 11 anos já podem ser imu­nizadas con­tra a dengue pela rede públi­ca do Dis­tri­to Fed­er­al. As dos­es começaram a ser dis­tribuí­das às 8h da man­hã des­ta sex­ta-feira (9) em um total de 15 unidades bási­cas de Saúde (UBS), que estarão aber­tas durante os dias de car­naval. Não há neces­si­dade de agen­da­men­to para tomar a vaci­na.

» Con­fi­ra o horário de atendi­men­to dos pos­tos de saúde durante o car­naval

Tendas

Além dos imu­nizantes, o gov­er­no do Dis­tri­to Fed­er­al anun­ciou o aumen­to do número de ten­das de acol­hi­men­to para pacientes com sus­pei­ta de dengue – pas­san­do de nove para 18. O obje­ti­vo é expandir o atendi­men­to à pop­u­lação diag­nos­ti­ca­da com a doença e desafog­ar os hos­pi­tais da rede públi­ca de saúde.

A pre­visão é que as novas insta­lações come­cem a fun­cionar a par­tir do fim da próx­i­ma sem­ana nas seguintes local­i­dades: Vicente Pires, Var­jão, Gama, Taguatin­ga, Guará, região cen­tral do Plano Pilo­to e Para­noá. Ceilân­dia e Samam­ba­ia tam­bém serão ben­e­fi­ci­adas e vão gan­har mais uma ten­da de acol­hi­men­to cada.

A melhor forma de combater a dengue é impedir a reprodução do mosquito. Foto: Arte/EBC

 

Vacinação no país

Em todo o Brasil, 521 municí­pios foram sele­ciona­dos pelo Min­istério da Saúde para ini­ciar a vaci­nação na rede públi­ca. As cidades com­põem um total de 37 regiões de saúde que, segun­do a pas­ta, são con­sid­er­adas endêmi­cas para a doença.

» Sai­ba quais cidades rece­berão dos­es de vaci­na con­tra a dengue

 

Arte Mapa vacinação dengue por estado

 

Edição: Lílian Beral­do

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