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Crianças e adolescentes sofrem com mudanças climáticas, alerta Unicef

Perigos afetam segurança alimentar e hídrica, diz especialista

Agên­cia Brasil
23/09/2024 — 08:02
Rio de Janeiro
Rio de Janeiro (RJ), 14/11/2023 – População enfrenta forte onda de calor no Rio de Janeiro. Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
Repro­dução: © Tomaz Silva/Agência Brasil

Com ape­nas duas sem­anas para as eleições munic­i­pais – e em meio a calor e fumaça –, o Fun­do das Nações Unidas para a Infân­cia (Unicef) aler­ta em novo lev­an­ta­men­to divul­ga­do nes­ta segun­da-feira (23) para a importân­cia de novos prefeitos e prefeitas inve­stirem em medi­das voltadas à resil­iên­cia climáti­ca e à garan­tia dos dire­itos de cri­anças e ado­les­centes. No Brasil, 33 mil­hões de menores enfrentam pelo menos o dobro de dias quentes a cada ano, em com­para­ção a seus avós.

Uti­lizan­do como base uma com­para­ção entre as médias dos anos 1970 e de 2020–2024, a análise mostra a veloci­dade e a escala com que os dias extrema­mente quentes estão aumen­tan­do. Ess­es dias são aque­les em que se reg­is­tram tem­per­at­uras aci­ma de 35ºCel­sius (ºC). No Brasil, a média de dias extrema­mente quentes pas­sou de 4,9 ao ano na déca­da de 1970 para 26,6 na déca­da de 2020. A análise apon­ta, tam­bém, para o aumen­to das ondas de calor. Nesse caso, tra­ta-se de perío­dos de 3 dias ou mais em que a tem­per­atu­ra máx­i­ma está mais de 10% maior do que a média local.

As cri­anças e os ado­les­centes são os que sen­tem, por mais tem­po e com maior inten­si­dade, impactos de ondas de calor, enchentes, secas, fumaças e out­ros even­tos climáti­cos extremos. O estresse tér­mi­co no cor­po, cau­sa­do pela exposição ao calor extremo, ameaça a saúde e o bem-estar de cri­anças e mul­heres grávi­das. Níveis exces­sivos de estresse tér­mi­co, tam­bém, con­tribuem para a desnu­trição infan­til e doenças não trans­mis­síveis que tor­nam as cri­anças mais vul­neráveis a infecções que se espal­ham em altas tem­per­at­uras, como malária e dengue.

“Os peri­gos rela­ciona­dos ao cli­ma para a saúde infan­til são mul­ti­pli­ca­dos pela maneira como afe­tam a segu­rança ali­men­tar e hídri­ca, a exposição à con­t­a­m­i­nação do ar, do solo, e da água, e a infraestru­tu­ra, pois inter­rompem os serviços para cri­anças, incluin­do edu­cação, e impul­sion­am deslo­ca­men­tos. Além dis­so, ess­es impactos são mais graves a depen­der das vul­ner­a­bil­i­dades e desigual­dades enfrentadas pelas cri­anças, de acor­do com sua situ­ação socioe­conômi­ca, gênero, raça, esta­do de saúde e local em que vive”, expli­ca Dani­lo Moura, Espe­cial­ista em Mudanças Climáti­cas do Unicef no Brasil.

Diante desse cenário, o órgão pede que can­didatos e can­di­datas às prefeituras se com­pro­metam a preparar as cidades para enfrentar e lidar com as mudanças climáti­cas, com foco espe­cial nas neces­si­dades e vul­ner­a­bil­i­dades de meni­nas e meni­nos.

“Isso inclui imple­men­tar ações para enfrentar as mudanças climáti­cas e adap­tar serviços públi­cos, infraestru­tu­ra e comu­nidades para resi­s­tirem a seus efeitos, inclu­sive a even­tos climáti­cos extremos, pri­or­izan­do as neces­si­dades e vul­ner­a­bil­i­dades especí­fi­cas de meni­nas e meni­nos. Uma ação impor­tante é incor­po­rar o Pro­to­co­lo Nacional para Pro­teção Inte­gral de Cri­anças e Ado­les­centes em Situ­ação de Desas­tres aos planos do municí­pio”, apon­ta Dani­lo.

O tema é uma das cin­co pri­or­i­dades pro­postas pelo Unicef na agen­da Cidade de Dire­itos – Cin­co pri­or­i­dades para cri­anças e ado­les­centes nas Eleições 2024, volta­da a can­didatos e can­di­datas de todo o país.

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