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Cúpula: acordo deve evitar ponto de não retorno da Amazônia

Repro­dução: © Fer­nan­do Frazão/Agência Brasil

Declaração é das ministras do Meio Ambiente do Brasil, Peru e Colômbia


Pub­li­ca­do em 06/08/2023 — 17:11 Por Agên­cia Brasil — Rio de Janeiro

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O acor­do a ser fir­ma­do entre os país­es amazôni­cos, ao fim da Cúpu­la da Amazô­nia, que ocorre nos dias 8 e 9 deste mês em Belém (PA), deve incluir, obri­ga­to­ri­a­mente, medi­das para evi­tar o pon­to de não retorno da maior flo­res­ta trop­i­cal do mun­do. 

A declar­ação foi dada pelas min­is­tras do Meio Ambi­ente e Mudança do Cli­ma, Mari­na Sil­va, e suas cole­gas da Colôm­bia, Susana Muhamad, e do Peru, Nan­cy Chau­ca Vásquez, neste domin­go (6) durante os Diál­o­gos Amazôni­cos, even­to que ter­mi­na neste domin­go (6) na cap­i­tal paraense e que pre­cede a cúpu­la.

O pon­to de não retorno é um ter­mo usa­do por espe­cial­is­tas para se referir ao pon­to em que a flo­res­ta perde sua capaci­dade de se autor­re­gener­ar, em função do des­mata­men­to, da degradação e do aque­c­i­men­to glob­al, ten­den­do, então, ao proces­so de deser­ti­fi­cação.

Mari­na desta­cou que a declar­ação final vai ser dada pelos pres­i­dentes dos país­es par­tic­i­pantes, mas que já há pon­tos em comum nas dis­cussões prévias.

“Há uma com­preen­são de todos os pres­i­dentes de que a Amazô­nia não pode alcançar o pon­to de não retorno. E para evi­tar o pon­to de não retorno, vamos ter que tra­bal­har não mais indi­vid­ual­mente, mas con­jun­ta­mente, num esforço region­al, para nos aju­dar mutu­a­mente a alcançar mel­hores resul­ta­dos na pro­teção das flo­restas, da bio­di­ver­si­dade, dos povos orig­inários, no esta­b­elec­i­men­to de uma parce­ria que nos leve a um out­ro ciclo de pros­peri­dade. Esse é um entendi­men­to comum”.

Susana Muhamad desta­cou a importân­cia dos con­hec­i­men­tos tradi­cionais nas dis­cussões.

“Esta­mos de acor­do que o pon­to de não retorno deve ser um propósi­to comum. E que deve­mos ter um suporte cien­tí­fi­co e tam­bém dos con­hec­i­men­tos tradi­cionais. Há out­ro pon­to de acor­do que é o for­t­alec­i­men­to da OTCA [Orga­ni­za­ção do Trata­do de Coop­er­ação Amazôni­ca, con­sti­tuí­da por Bolívia, Brasil, Colôm­bia, Equador, Guiana, Peru, Suri­name e Venezuela] como meio de encon­tro e a neces­si­dade de man­ter a con­stân­cia do tra­bal­ho políti­co e téc­ni­co entre os gov­er­nos e tam­bém as comu­nidades”.

Ela desta­ca que a men­sagem é que se a crise climáti­ca con­tin­uar, cor­re­mos o risco de perder a Amazô­nia. “Há cor­re­spon­s­abil­i­dades locais, nacionais, mul­ti­lat­erais e tam­bém mundi­ais. Creio que os pres­i­dentes tam­bém vão se faz­er muito claros sobre isso”, com­ple­tou a min­is­tra da Colôm­bia.

Chau­ca Vásquez expli­cou que seu país tem ten­ta­do via­bi­lizar leis que endureçam as punições con­tra os crimes ambi­en­tais, porém isso depende mais dos par­la­mentares peru­anos do que do Poder Exec­u­ti­vo.

“Nós traze­mos um com­pro­mis­so firme de luta con­tra a crim­i­nal­i­dade, con­tra as ativi­dades ile­gais. No Peru, esta­mos fazen­do esforços, acabamos de con­sti­tuir uma comis­são mul­ti­s­se­to­r­i­al, porque aten­der a Amazô­nia não é só uma respon­s­abil­i­dade do setor ambi­en­tal. Aten­der a Amazô­nia pas­sa por tra­bal­har mul­ti­s­se­to­rial­mente, fechar as bre­chas em edu­cação, saúde, água e sanea­men­to, ter ener­gia limpa para todos. Mas tam­bém em opor­tu­nidades de ger­ação de bionegó­cios, quer­e­mos e podemos faz­er cadeias de val­or pro­du­ti­vas e de serviços sus­ten­táveis”.

Encer­ran­do a declar­ação à impren­sa, Mari­na desta­cou que 75% do PIB da Améri­ca do Sul está rela­ciona­do às chu­vas pro­duzi­das pela Amazô­nia.

“Sem a Amazô­nia, não tem como ter agri­cul­tura, não tem como ter indús­tria, não tem como o Brasil sequer ter vida no Sul, Sud­este e Cen­tro-Oeste, porque a ciên­cia diz que seria um deser­to igual o deser­to do Ata­ca­ma ou do Saara. Por­tan­to, não é uma questão de quan­ti­dade em ter­mos de peso pop­u­la­cional, é uma questão de tra­bal­har­mos com o princí­pio da justiça ambi­en­tal e do PIB dos serviços ecos­sistêmi­cos que são ger­a­dos por essa região”.

Edição: Car­oli­na Pimentel

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