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Daniela Arbex destaca livro Longe do Ninho, no Trilha de Letras

Repro­dução: © Reprodução/TV Brasil

Renomada autora conversa sobre sua nova obra com Eliana Alves Cruz


Publicado em 21/05/2024 — 07:30 Por EBC — Brasília

A edição inédi­ta do pro­gra­ma Tril­ha de Letras recebe a jor­nal­ista e escrito­ra Daniela Arbex para uma entre­vista exclu­si­va com a apre­sen­ta­do­ra Eliana Alves Cruz nes­ta terça-feira (21), às 22h30, na TV Brasil. A con­vi­da­da abor­da seu mais recente livro Longe do Nin­ho, sobre o incên­dio que matou dez jovens atle­tas das cat­e­go­rias de base do Fla­men­go.

A pub­li­cação foi lança­da em fevereiro, cin­co anos após a tragé­dia. Na comovente con­ver­sa, a pre­mi­a­da auto­ra mineira expli­ca para a anfitriã como é o seu proces­so de pesquisa para escr­ev­er uma obra da natureza de Longe do Nin­ho. Durante a atração, Daniela Arbex lê um tre­cho do seu novo livro.

O pro­gra­ma sobre o uni­ver­so literário tam­bém pode ser acom­pan­hado em for­ma­to pod­cast nas platafor­mas dig­i­tais. O papo grava­do na Bib­lioMai­son fica disponív­el no app TV Brasil Play e no canal do YouTube da emis­so­ra públi­ca. O Tril­ha de Letras ain­da tem uma ver­são radiofôni­ca que vai ao ar às quar­tas-feiras, mais tarde, às 23h, pela Rádio MEC.

Daniela Arbex rev­ela para Eliana Alves Cruz como foi lidar com as famílias envolvi­das no dra­ma do Cen­tro de Treina­men­to do Nin­ho do Urubu e lev­an­ta out­ras per­spec­ti­vas a respeito do caso. “Foi uma tragé­dia anun­ci­a­da. Os meni­nos não tiver­am nen­hu­ma chance. O sis­tema de justiça pre­cisa ser revis­to”, afir­ma.

Impunidade, respon­s­abi­liza­ção e justiça tar­dia

Capa do livro
Repro­dução: Capa do livro Longe do Nin­ho, da jor­nal­ista Daniela Arbex, sobre o incên­dio do NIn­ho do Urubu — Divulgação/Editora Intrínse­ca

A jor­nal­ista comen­ta sua opção por temas difí­ceis de apu­rar. “Uma das grandes exigên­cias da nos­sa profis­são é que a gente ten­ha empa­tia. Não dá para sep­a­rar a Daniela, a jor­nal­ista, a mãe e a mul­her; a gente é tudo. Para con­tar histórias como essa, você tem que faz­er um mer­gul­ho pro­fun­do. Para tocar o out­ro, você tem que ser toca­do primeiro. Você tem que ofer­e­cer escu­ta qual­i­fi­ca­da, sen­ti­men­to e afe­to. Tudo isso faz parte do proces­so de con­strução de con­fi­ança com éti­ca, cuida­do, zelo e respeito”, pon­dera.

Daniela Arbex escreveu seis livros e con­quis­tou várias dis­tinções nacionais e inter­na­cionais por suas obras. “Desco­bri que a fal­ta de justiça dói tan­to quan­to a morte. Por incrív­el que pareça, é incrív­el perce­ber que todas as grandes tragé­dias do Brasil têm em comum a impunidade, a não respon­s­abi­liza­ção”, pon­tua a auto­ra no pro­gra­ma Tril­ha de Letras, pro­duzi­do pela emis­so­ra públi­ca.

A profis­sion­al da impren­sa é tax­a­ti­va. “A impunidade ali­men­ta a próx­i­ma tragé­dia. Talvez se lá na (boate) Kiss a gente tivesse uma punição exem­plar, como acon­te­ceu na Argenti­na quan­do a boate Cro­magnon pegou fogo, que até o prefeito foi pre­so e a cidade inteira se mobi­li­zou, a gente não tivesse Mar­i­ana, Bru­mad­in­ho e o CT do Nin­ho do Urubu. Se a gente pen­sar, o modus operan­di da tragé­dia é o mes­mo”, expli­ca Daniela Arbex, que avalia o tra­bal­ho do poder judi­ciário. “A justiça tar­dia não é justiça”, resume.

Pre­mi­ações e recon­hec­i­men­tos por seus livros

A escrito­ra debate temas impor­tantes como no livro Holo­caus­to Brasileiro (2013) em que desta­ca abu­sos e maus tratos em um hos­pi­tal psiquiátri­co de Bar­ba­ce­na. A pub­li­cação foi recon­heci­da como  o Mel­hor Livro-Reportagem pela Asso­ci­ação Paulista de Críti­cos de Arte (APCA) e gan­hou o segun­do lugar no Prêmio Jabu­ti. Ain­da redigiu Cova 312 (2015), vence­dor do Jabu­ti na mes­ma cat­e­go­ria.

Tam­bém são de auto­ria de Daniela Arbex os títu­los Todo dia a mes­ma noite (2018), sobre o caso do incên­dio na Boate Kiss, em San­ta Maria, no Rio do Grande do Sul, que teve adap­tação para platafor­ma de stream­ing em 2023, e Os dois mun­dos de Isabel (2020), primeira biografia da jor­nal­ista. Out­ra pro­dução recente é o livro Arras­ta­dos (2022), obra em que dis­corre sobre o rompi­men­to da bar­ragem em Bru­mad­in­ho, em Minas Gerais, con­teú­do agra­ci­a­do com o Prêmio Vladimir Her­zog.

Sobre o pro­gra­ma

Tril­ha de Letras bus­ca debater os temas mais atu­ais dis­cu­ti­dos pela sociedade por meio da lit­er­atu­ra. A cada edição, o pro­gra­ma recebe um con­vi­da­do difer­ente. A atração foi ide­al­iza­da em 2016 pela jor­nal­ista Emília Fer­raz, atu­al dire­to­ra da pro­dução que entrou no ar em abril de 2017. Nes­ta tem­po­ra­da, os episó­dios foram grava­dos na Bib­lioMai­son, bib­liote­ca do Con­sula­do da França, no Rio de Janeiro.

TV Brasil já real­i­zou três tem­po­radas do pro­gra­ma e rece­beu mais de 200 autores nacionais e estrangeiros. As duas primeiras tem­po­radas foram apre­sen­tadas pelo escritor Raphael Montes. A ter­ceira, por Katy Navar­ro, jor­nal­ista da Empre­sa Brasil de Comu­ni­cação (EBC). A jor­nal­ista, escrito­ra e roteirista Eliana Alves Cruz assume a quar­ta tem­po­ra­da, que tam­bém gan­ha uma ver­são na Rádio MEC.

A pro­dução exibi­da pelo canal públi­co às terças, às 22h30, tem horário alter­na­ti­vo na telin­ha durante a madru­ga­da de terça-feira para quar­ta-feira, às 4h30. Já na pro­gra­mação da Rádio MEC, o con­teú­do é apre­sen­ta­do às quar­tas-feiras, às 23h.

Ao vivo e on demand

Acom­pan­he a pro­gra­mação da TV Brasil pelo canal aber­to, TV por assi­natu­ra e parabóli­ca. Sin­tonize: https://tvbrasil.ebc.com.br/comosintonizar.

Seus pro­gra­mas favoritos estão no TV Brasil Play, pelo site http://tvbrasilplay.com.br ou por aplica­ti­vo no smart­phone. O app pode ser baix­a­do gra­tuita­mente e está disponív­el para Android e iOS. Assista tam­bém pela WebTV: https://tvbrasil.ebc.com.br/webtv.

Serviço

Tril­ha de Letras – terça, dia 21/5, às 22h30, na TV Brasil
Tril­ha de Letras – terça, dia 21/5, para quar­ta, dia 22/5, às 4h30, na TV Brasil
Tril­ha de Letras – quar­ta, dia 22/5, às 23h, na Rádio MEC

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