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De juízes a políticos: ascensão, queda e redenção na Lava Jato

Repro­dução: © Fer­nan­do Frazão/Agência Brasil

Como a operação transformou a vida de seus principais personagens


Publicado em 17/03/2024 — 09:51 Por André Richter — Repórter da Agência Brasil — Brasília

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A Oper­ação Lava Jato com­ple­ta dez anos neste 17 de março, data da defla­gração da primeira fase das inves­ti­gações que des­barataram o maior esque­ma de desvios de recur­sos públi­cos apu­ra­do na história do país.

Ao lon­go dos anos, a pop­u­lação brasileira pas­sou a acom­pan­har as bus­cas apreen­sões e prisões solic­i­tadas pelo então procu­rador da Repúbli­ca Deltan Dal­lagnol e autor­izadas pelo então juiz Ser­gio Moro, respon­sáv­el pela 13ª Vara Fed­er­al em Curiti­ba.

Após dez anos de apu­rações e 79 fas­es da oper­ação, a Lava Jato da cap­i­tal paranaense chegou ao pata­mar de R$ 4,3 bil­hões devolvi­dos à Petro­bras, R$ 111 mil­hões recu­per­a­dos a par­tir de acor­dos de delação, além de 163 prisões tem­porárias e 553 denun­ci­a­dos.

Ape­sar dos resul­ta­dos obti­dos no com­bate à cor­rupção, os respon­sáveis pela con­dução da oper­ação sofr­eram reveses no Supre­mo Tri­bunal Fed­er­al (STF).

Com o anda­men­to das inves­ti­gações, a atu­ação de Moro, Dal­lagnol e de out­ros procu­radores pas­sou a ser con­tes­ta­da por min­istros do STF, pela defe­sa dos acu­sa­dos e pela sociedade. Gan­ha­va força a acusação de uma atu­ação par­cial e com moti­vação políti­ca por parte dos respon­sáveis pela oper­ação, prin­ci­pal­mente após os episó­dios envol­ven­do o pres­i­dente Luiz Iná­cio Lula Sil­va.

Dez anos depois e após diver­sas der­ro­tas no Supre­mo, o país viu Moro e Dal­lagnol deixarem suas car­reiras e se aven­tu­rarem na políti­ca.

A força-tare­fa da Lava Jato em Curiti­ba foi encer­ra­da em 2021 pelo procu­rador-ger­al da Repúbli­ca (PGR) à época, Augus­to Aras. Os proces­sos remanes­centes são acom­pan­hados pelo Grupo de Atu­ação Espe­cial de Com­bate ao Crime Orga­ni­za­do (Gae­co).

Con­fi­ra onde estão os prin­ci­pais per­son­agens da Lava Jato de Curiti­ba dez anos após a primeira fase da oper­ação:

Sergio Moro

Prin­ci­pal juiz que atu­ou na Lava Jato, Moro gan­hou noto­riedade ao coman­dar a 13ª Vara Fed­er­al em Curiti­ba. Durante o perío­do em que esteve no coman­do das inves­ti­gações, ele deter­mi­nou a prisão de doleiros, empre­it­eiros, políti­cos e de Luiz Iná­cio Lula da Sil­va, que tam­bém foi inves­ti­ga­do pela oper­ação.

O ex-mag­istra­do esteve envolvi­do nas prin­ci­pais polêmi­cas da oper­ação. Em 2016, Moro deter­mi­nou a con­dução coerci­ti­va de Lula para prestar depoi­men­to sobre o proces­so do triplex do Guaru­já. Dois anos depois, o STF anu­lou a medi­da.

Brasília (DF) 22/03/2023Senador, Sergio Moro, durante discurso na tribuna do senado onde falou sobre atentado contra ele e sua família.
Repro­dução: Respon­sáv­el por colo­car políti­cos no ban­co dos réus, Ser­gio Moro se tornou min­istro de Bol­sonaro e hoje ocu­pa uma cadeira no Sena­do — Foto — Lula Marques/ Agên­cia Brasil

Tam­bém em 2016, Moro divul­gou um áudio cap­ta­do nas inves­ti­gações entre Lula e a então pres­i­dente Dil­ma Rouss­eff. No diál­o­go, Dil­ma infor­ma a Lula que esta­va envian­do Jorge Mes­sias, atu­al advo­ga­do-ger­al da União e então asses­sor jurídi­co da Presidên­cia (que à época ficou con­heci­do como “Bessias”), para entre­gar o doc­u­men­to que o nomearia para a Casa Civ­il.

O Supre­mo anu­lou a decisão de Moro que retirou o sig­i­lo do gram­po tele­fôni­co. A Corte enten­deu que o ex-juiz não pode­ria ter ale­ga­do “inter­esse públi­co” para divul­gar a gravação.

Em 2018, uma sem­ana antes do primeiro turno das eleições pres­i­den­ci­ais, Moro retirou o sig­i­lo da delação do ex-min­istro Antônio Paloc­ci, que apon­tou a supos­ta cobrança de propina para aprovação de medi­das pro­visórias nos gov­er­nos ante­ri­ores de Lula. Pos­te­ri­or­mente, o Supre­mo tam­bém anu­lou a decisão.

Após a eleição daque­le ano, ven­ci­da por Jair Bol­sonaro sobre Fer­nan­do Had­dad, can­dida­to apoia­do por Lula, Moro pediu demis­são do car­go de juiz, onde per­maneceu por 22 anos. Em segui­da, aceitou o con­vite de Bol­sonaro para ser min­istro da Justiça do novo gov­er­no.

Em jun­ho de 2019, reporta­gens divul­gadas pelo site Inter­cept rev­e­laram diál­o­gos que mostraram as con­ver­sas entre Moro e os procu­radores da Lava Jato. O caso ficou con­heci­do como “Vaza Jato”. As men­sagens levaram o Supre­mo a con­sid­er­ar Ser­gio Moro par­cial no coman­do de proces­sos e das ações con­tra Lula.

Em abril de 2020, Moro deixou a pas­ta após 16 meses no car­go e desavenças com Bol­sonaro. Em out­ubro de 2022, ele dis­putou as eleições e foi eleito senador pelo Paraná com 1,9 mil­hão de votos. No próx­i­mo mês, a Justiça Eleitoral vai decidir se o par­la­men­tar será cas­sa­do por abu­so de poder econômi­co durante sua cam­pan­ha.

Deltan Dallagnol

O ex-procu­rador da Repúbli­ca Deltan Dal­lagnol chefiou a força-tare­fa da Oper­ação Lava Jato em Curiti­ba entre 2014 e 2020. Ele tin­ha a função de realizar as inves­ti­gações, pedir prisões e que­bras de sig­i­lo a Ser­gio Moro durante as inves­ti­gações.

A atu­ação do ex-procu­rador pas­sou a ser con­tes­ta­da em 2016, quan­do ele real­i­zou uma entre­vista cole­ti­va à impren­sa para infor­mar os detal­h­es da primeira denún­cia da oper­ação con­tra Lula. Durante a entre­vista, ele apre­sen­tou um pow­er­point com palavras-chave dire­cionadas ao nome do pres­i­dente.

Na época, os advo­ga­dos de Lula con­tes­taram a con­du­ta fun­cional de Dal­lagnol. Segun­do eles, o ex-procu­rador e out­ros inte­grantes da Lava Jato usaram a apre­sen­tação de pow­er­point para acusar o ex-pres­i­dente de atu­ar como “coman­dante e mae­stro de uma orga­ni­za­ção crim­i­nosa”.

Em março de 2022, o Supe­ri­or Tri­bunal de Justiça (STJ) con­de­nou Deltan Dal­lagnol ao paga­men­to de R$ 75 mil em danos morais a Lula por causa da apre­sen­tação.

Brasília (DF) 17/05/2023 Ex-Deputado cassado, Deltan Dallagnol, durante pronunciamento no salão verde da Câmara. Foto Lula Marques/ Agência Brasil.
Repro­dução: Dal­lagnol pas­sou de procu­rador da força-tare­fa da Lava Jato a dep­uta­do fed­er­al cas­sa­do. Ali­a­do de par­la­mentares de extrema-dire­i­ta, saiu pela por­ta dos fun­dos da Câmara. Foto — Lula Marques/ Agên­cia Brasil

Ao lon­go de sua atu­ação na Lava Jato, Deltan tam­bém foi punido com pena de advertên­cia pelo Con­sel­ho Nacional do Min­istério Públi­co (CNMP) após afir­mar, em uma entre­vista à Rádio CBN, que o Supre­mo “pas­sa imagem de leniên­cia com a cor­rupção” em suas decisões.

A cri­ação de uma fun­dação, apel­i­da­da de “Fun­dação Dal­lagnol”, para gerir cer­ca de R$ 2 bil­hões recu­per­a­dos dos pre­juí­zos cau­sa­dos na Petro­bras tam­bém foi ques­tion­a­da durante o perío­do de atu­ação do procu­rador. O acor­do foi sus­pen­so pelo STF.

Diante dos revezes que sofreu, Deltan anun­ciou seu pedi­do de demis­são do Min­istério Públi­co Fed­er­al (MPF) e dis­putou as eleições de 2022. Eleito dep­uta­do fed­er­al pelo Paraná, foi o par­la­men­tar mais vota­do do esta­do e rece­beu mais de 340 mil votos nas eleições do ano pas­sa­do.

Con­tu­do, em maio do ano pas­sa­do, Dal­lagnol teve o manda­to cas­sa­do pelo Tri­bunal Supe­ri­or Eleitoral (TSE).

Con­forme a decisão, o ex-procu­rador pediu exon­er­ação do MPF no dia 3 de novem­bro de 2021, quan­do já havia sido con­de­na­do pelo CNMP a pena de cen­sura e de advertên­cia e ain­da tin­ha 15 pro­ced­i­men­tos diver­sos, e des­fa­voráveis a ele, em trami­tação no órgão.

Para a maio­r­ia dos min­istros do TSE, o obje­ti­vo de Deltan foi faz­er “uma manobra” para evi­tar a per­da do car­go e o enquadra­men­to na Lei da Ficha Limpa.

Cristiano Zanin

Prin­ci­pal defen­sor de Lula na Lava Jato, Cris­tiano Zanin atu­ou como advo­ga­do de Lula e se tornou min­istro do Supre­mo no ter­ceiro manda­to do pres­i­dente.

Des­de o iní­cio das inves­ti­gações, Zanin defend­eu a tese jurídi­ca do law­fare, que sig­nifi­ca usar a leg­is­lação de for­ma ile­gal para perseguição políti­ca.

Brasília, DF 15/09/2023 O ministro Cristiano Zanin fala no seminário Combate à Desinformação e Defesa da Democracia termina nesta sexta-feira (15), no STF. Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom
Repro­dução: Depois de sofr­er várias der­ro­tas na justiça ao defend­er seu cliente, Lula, Zanin viu o jogo virar quan­do sua tese de defe­sa foi acei­ta no STF. O advo­ga­do se tornar­ia min­istro do Supre­mo anos depois. Foto: Fabio Rodrigues-Pozze­bom/ Agên­cia Brasil

Após diver­sas decisões negadas em des­fa­vor de Lula e diver­sos embat­es com Ser­gio Moro, no dia 7 de novem­bro de 2019, Zanin saiu vito­rioso quan­do Supre­mo deter­mi­nou a soltura do seu cliente após recon­hecer sua tese de defe­sa e anu­lar os proces­sos.

Em 2023, Zanin foi indi­ca­do por Lula, que voltaria à Presidên­cia da Repúbli­ca no iní­cio daque­le ano, para assumir a vaga de min­istro do Supre­mo Tri­bunal Fed­er­al deix­a­da por Ricar­do Lewandows­ki, aposen­ta­do com­pul­so­ri­a­mente. Seu nome foi aprova­do no Sena­do e ele tomou posse em agos­to.

Gabriela Hardt

A juíza Gabriela Hardt atu­ou como sub­sti­tu­ta de Moro na 13ª Vara Fed­er­al em Curiti­ba e tam­bém deter­mi­nou diligên­cias e prisões dos acu­sa­dos. A mag­istra­da se tornou con­heci­da nacional­mente após realizar um dos depoi­men­tos de Lula na Lava Jato. Em cer­to pon­to da oiti­va, ela disse a Lula: “Se o sen­hor começar nesse tom comi­go, a gente vai ter prob­le­ma”.

Atual­mente, ela tra­bal­ha na Ter­ceira Tur­ma Recur­sal da Justiça Fed­er­al no Paraná. Gabriela responde a proces­so no Con­sel­ho Nacional de Justiça (CNJ) pela sus­pei­ta de deixar de tomar providên­cias após ser aler­ta­da de supostas ile­gal­i­dades, denun­ci­adas pelo réu Tony Gar­cia, que teri­am sido cometi­das por Moro e ex-procu­radores.

Rodrigo Janot

Rodri­go Jan­ot foi o procu­rador-ger­al da Repúbli­ca respon­sáv­el pela parte da inves­ti­gação que teve como alvo dep­uta­dos fed­erais e senadores. O auge da atu­ação do procu­rador foi em março de 2015, quan­do cer­ca de 80 par­la­mentares cita­dos em depoi­men­tos de delação pre­mi­a­da foram denun­ci­a­dos ao Supre­mo, por meio da chama­da “Lista do Jan­ot”.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, assina acordo de cooperação para a instalação do Laboratório de Tecnologia contra Lavagem de Dinheiro (Antonio Cruz/Agência Brasil)
Repro­dução: Autor da lista bom­bás­ti­ca que denun­ciou cer­ca de 80 par­la­mentares, Jan­ot deixou os holo­fotes pós sair da PGR. Rev­el­ou em entre­vista seu pouco apreço pelo min­istro do STF Gilmar Mendes. Foto — Anto­nio Cruz/Agência Brasil

Além de defend­er a con­de­nação dos acu­sa­dos, a pas­sagem de Jan­ot pela PGR tam­bém foi mar­ca­da por atri­tos com o min­istro Gilmar Mendes. Em uma entre­vista, ele disse que já foi arma­do ao STF com intenção de matar o min­istro. Ao rebater o ex-procu­rador, Mendes declar­ou que o Brasil se tornara “refém de fanáti­cos”.

Jan­ot se aposen­tou da PGR em 2019. A últi­ma aparição públi­ca foi na posse do atu­al procu­rador, Paulo Gonet.

Alberto Yousseff

O doleiro Alber­to Youssef foi o prin­ci­pal inves­ti­ga­do pela Oper­ação Lava Jato. Acu­sa­do de oper­ar os paga­men­tos de propina de empre­it­eiros e políti­cos, foi con­de­na­do a mais de 100 anos de prisão, mas está em liber­dade dev­i­do ao acor­do de delação pre­mi­a­da. Ele mora em San­ta Cata­ri­na.

Antes da Lava Jato, Youssef tam­bém foi con­de­na­do no Caso Banes­ta­do, em 1998. O doleiro foi acu­sa­do de ser respon­sáv­el por dezenas de con­tas-fan­tas­mas para envio de din­heiro de origem ilíci­ta para fora do país. Na época, ele tam­bém assi­nou um acor­do de delação no qual se com­pro­m­e­teu a não voltar a come­ter crimes.

Teori Zavascki

O min­istro do STF Teori Zavasc­ki, rela­tor dos proces­sos da Lava Jato na Corte, mor­reu durante as inves­ti­gações da oper­ação. No dia 19 de janeiro de 2017, o min­istro, de 68 anos, foi víti­ma de um aci­dente aéreo em Paraty (RJ).

A atu­ação do min­istro foi mar­ca­da pela atu­ação firme con­tra a cor­rupção, mas com críti­cas à oper­ação. Em um dos episó­dios, Teori deter­mi­nou o envio de inves­ti­gação sobre Lula ao Supre­mo. O proces­so esta­va nas mãos de Moro.

A deter­mi­nação ocor­reu após a divul­gação do áudio com as con­ver­sas entre Lula e Dil­ma. “Não há como con­ce­ber, por­tan­to, a divul­gação públi­ca das con­ver­sações do modo como se oper­ou”, afir­mou na época.

Brasília - Um dos filhos do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki, Francisco Zavascki, confirmou pelo Facebook que o pai estava no avião que caiu na tarde de hoje (19) em Paraty (Arquivo/José Cruz/Agência Brasil)
Repro­dução: A trág­i­ca morte de Teori Zavars­ki em um aci­dente aéreo ocor­reu no auge da oper­ação. Foto: Arquivo/José Cruz/Agência Brasil

morte do min­istro ocor­reu quan­do ele ain­da tra­bal­ha­va para homolog­ar as delações pre­mi­adas que citaram dep­uta­dos fed­erais e senadores. Coube à min­is­tra Cár­men Lúcia, então pres­i­dente do STF, assi­nar as homolo­gações de for­ma emer­gen­cial para garan­tir o anda­men­to das inves­ti­gações.

O avião bimo­tor que trans­porta­va Teori Zavasc­ki e mais qua­tro pes­soas, incluin­do o pilo­to, caiu no mar próx­i­mo a Paraty. Além do min­istro, o empresário Car­los Alber­to Fer­nan­des Filgueiras, pro­pri­etário do Hotel Emil­iano, em São Paulo, tam­bém fale­ceu. Fal­ha humana é apon­ta­da com a prin­ci­pal causa do aci­dente.

Eduardo Cunha

O ex-pres­i­dente da Câmara dos Dep­uta­dos Eduar­do Cun­ha foi respon­sáv­el pela aber­tu­ra do proces­so de impeach­ment de Dil­ma Rouss­eff. Inves­ti­ga­do pela Lava Jato, Cun­ha teve seu manda­to cas­sa­do em 2016 sob a acusação de men­tir durante a CPI da Petro­bras. Acu­sa­do de man­ter con­tas na Suíça com recur­sos ori­un­dos de propina, Cun­ha declar­ou à comis­são que era ape­nas “usufru­tuário” dos recur­sos.

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, durante sessão plenária para análise e votação da reforma política (Wilson Dias/Agência Brasil)
Repro­dução: Autor da frase “que Deus ten­ha mis­er­icór­dia des­ta nação” ao pre­sidir a sessão que votou pelo impeach­ment de Dil­ma Rouss­eff, Cun­ha foi pre­so menos de um ano depois. Foto: Wil­son Dias/Agência Brasil

Após 11 meses de trami­tação do proces­so de cas­sação na Câmara, Cun­ha foi cas­sa­do em setem­bro de 2016 por 450 votos a 10. Chegou a ficar pre­so do fim de 2016 ao iní­cio de 2020. Por ter se tor­na­do inelegív­el, ele dev­e­ria ficar afas­ta­do da políti­ca até 2027, mas teve uma das con­de­nações anu­ladas pelo STF.

Nas eleições de 2022, Cun­ha se can­dida­tou a uma cadeira na Câmara, mas rece­beu ape­nas 5 mil votos e não foi eleito. Con­tu­do, sua fil­ha, a dep­uta­da fed­er­al Dani Cun­ha (União-RJ), con­quis­tou uma vaga na Casa.

Paulo Roberto Costa

Cos­ta foi dire­tor de abastec­i­men­to da Petro­bras e um dos dela­tores do esque­ma de cor­rupção na Petro­bras. Ele detal­hou aos inves­ti­gadores os repass­es de propina a políti­cos e o fun­ciona­men­to das fraudes em con­tratos da estatal. Con­de­na­do a uma pena de mais de 70 anos, o ex-dire­tor mor­reu em 2022, aos 68 anos de idade, víti­ma de um câncer no pân­creas.

Pedro Barusco

Out­ro dela­tor da Lava Jato, o ex-ger­ente da Petro­bras Pedro Bar­su­co ficou con­heci­do por devolver US$ 100 mil­hões desvi­a­dos da estatal. Ele foi con­de­na­do a 15 anos de prisão, mas fechou acor­do de colab­o­ração e está em liber­dade.

Nestor Cerveró

O ex-dire­tor da área inter­na­cional da Petro­bras Nestor Cerveró tam­bém foi um dos dela­tores da oper­ação e está em liber­dade. Ele chegou a ser con­de­na­do a cin­co anos de prisão por com­prar um aparta­men­to com din­heiro ori­un­do de lavagem de din­heiro, mas pas­sou a cumprir medi­das caute­lares, como uso de tornozeleira eletrôni­ca.

“Japonês da Federal”

New­ton Ishii, ex-agente da PF, ficou con­heci­do em todo país como o “japonês da Fed­er­al” ao realizar a escol­ta dos pre­sos na oper­ação. Atual­mente, ele está aposen­ta­do. Antes de deixar a car­reira, Ishii foi con­de­na­do por con­tra­ban­do, crime que teria cometi­do no perío­do em que atu­ou em Foz do Iguaçu (PR), na fron­teira com o Paraguai.

“Hilbert da Federal”

O poli­cial fed­er­al Jorge Chasta­lo ficou con­heci­do como “Hilbert da Fed­er­al”, dev­i­do à semel­hança físi­ca com o ator Rodri­go Hilbert. O agente foi respon­sáv­el pela carcer­agem da PF em Curiti­ba durante o perío­do em que Lula esteve pre­so. Em 2020, ele foi para a embaix­a­da do Brasil no Peru, onde atu­ou até dezem­bro do ano pas­sa­do como adi­do adjun­to da PF. De vol­ta ao Brasil, ele pre­tende lançar um livro para con­tar o perío­do que pas­sou com o pres­i­dente na carcer­agem da PF.

Edição: Marce­lo Brandão

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