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Defesa Civil diz que ação humana causou 99,9% dos incêndios em SP

Repro­dução: © Anto­nio Cruz/Agência Brasil

Pelo menos 31 inquéritos já foram abertos junto à Polícia Federal


Publicado em 26/08/2024 — 17:49 Por Paula Laboissière – Repórter da Agência Brasil — Brasília

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O secretário nacional de Pro­teção e Defe­sa Civ­il, Wol­nei Wolff, disse nes­ta segun­da-feira (26) que 99,9% dos incên­dios reg­istra­dos no esta­do de São Paulo ao lon­go do fim de sem­ana foram cau­sa­dos por “ação humana”. Segun­do ele, pelo menos 31 inquéri­tos já foram aber­tos jun­to à Polí­cia Fed­er­al (PF) para inves­ti­gar pos­síveis incên­dios crim­i­nosos na região.

Em cole­ti­va de impren­sa, o secretário desta­cou que a cor­po­ração vai uti­lizar ima­gens de satélite que pos­sam aux­il­iar na iden­ti­fi­cação de como se deu o iní­cio dos focos. “Quan­do a Polí­cia Fed­er­al acha que há algu­ma coisa de provo­cação humana, esse inquéri­to é aber­to e o proces­so corre”, expli­cou. “Quem vai decidir [o resul­ta­do de cada inquéri­to] é a investigação”,disse.

Wol­nei clas­si­fi­cou como moti­vo de “sur­pre­sa” o fato de prati­ca­mente 50 municí­pios paulis­tas reg­is­trarem focos de incên­dio de for­ma con­comi­tante. O secretário citou ain­da out­ros dois fatores que acabaram por con­tribuir para o cenário reg­istra­do no fim de sem­ana: a ausên­cia de chu­vas no esta­do até o sába­do (24) e ven­tos que chegaram a 70 quilômet­ros por hora.

Redução dos focos

Segun­do Wol­nei, a Defe­sa Civ­il de São Paulo repor­tou, na man­hã des­ta segun­da-feira, que restam poucos focos de incên­dio ain­da ativos no esta­do. Os motivos, segun­do ele, incluem a grande umi­dade pro­por­ciona­da pelas chu­vas que caíram no domin­go (25) e que foram sufi­cientes para apa­gar a maior parte dos focos.

“Não quer diz­er que vamos abrir a guar­da”, desta­cou o secretário. “Os focos que con­tin­u­am, muito poucos, estão sendo com­bat­i­dos no dia de hoje”, com­ple­tou, ao citar o tra­bal­ho de helicópteros, de uma aeron­ave mod­e­lo KC-360, capaz de car­regar até 12 mil litros de água por viagem, e de cer­ca de 500 home­ns do Exérci­to brasileiro para realizar aceiro na região.

Emergência

De acor­do com Wol­nei, 56 municí­pios paulis­tas infor­maram terem sido afe­ta­dos pelos incên­dios do fim de sem­ana. Entre­tan­to, não há ain­da nen­hum decre­to fed­er­al de recon­hec­i­men­to de situ­ação de emergên­cia provo­ca­da pelo fogo, já que é pre­ciso que o municí­pio publique primeira­mente o decre­to local e, em segui­da, comu­nique o esta­do.

“As infor­mações não foram com­ple­tadas no sis­tema. Enquan­to isso não é con­cluí­do, a gente não con­segue faz­er o recon­hec­i­men­to [da situ­ação de emergên­cia]”, expli­cou.

No sába­do (24), em função dos inten­sos incên­dios, o gov­er­no de São Paulo anun­ciou a cri­ação de um gabi­nete de crise para geren­ciar ações de mon­i­tora­men­to e de con­t­role da situ­ação.

Estranheza

Durante a cole­ti­va de impren­sa, o dire­tor de Con­t­role do Des­mata­men­to e Queimadas do Min­istério do Meio Ambi­ente e Mudança do Cli­ma, Raoni Rajão, clas­si­fi­cou os incên­dios reg­istra­dos ao lon­go do fim de sem­ana no esta­do de São Paulo como “situ­ação anô­mala”. “No momen­to, não temos todas as infor­mações. As inves­ti­gações estão avançan­do”.

“O que causa estran­heza é o aumen­to repenti­no [de focos] em áreas rel­a­ti­va­mente dis­tantes umas das out­ras”, disse, ao citar que alguns municí­pios atingi­dos chegam a estar a dezenas ou mes­mo cen­te­nas de quilômet­ros dis­tantes uns dos out­ros. Ain­da segun­do Raoni, as áreas atingi­das pelo fogo con­cen­tram lavouras de cana. “Não faria sen­ti­do que, naque­las áreas, [os focos de incên­dio] fos­sem uti­liza­dos para o mane­jo da cana”.

“São todos ele­men­tos que esta­mos inves­ti­gan­do. As dinâmi­cas são muito difer­entes de local para local”, desta­cou. “A pro­dução agrí­co­la perde com o fogo, ela não gan­ha com o fogo”, disse, ao lem­brar que tam­bém não hou­ve reg­istros de raios e relâm­pa­gos no momen­to em que os focos começaram, nem mes­mo de aci­dentes com tor­res de alta ten­são que pudessem dar iní­cio ao fogo.

Edição: Fer­nan­do Fra­ga

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