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Dengue: Américas podem registrar pior surto da história, alerta Opas

Repro­dução: © shammiknr/Pixabay

Acumulado de casos chega a ser três vezes maior que do ano passado


Publicado em 28/03/2024 — 14:42 Por Paula Laboissière – Repórter da Agência Brasil — Brasília

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Com mais de 3,5 mil­hões de casos de dengue con­tabi­liza­dos nos três primeiros meses do ano, o con­ti­nente amer­i­cano pode reg­is­trar, em 2024, o pior sur­to da doença em toda a história. O acu­mu­la­do chega a ser três vezes maior que o total de casos reg­istra­dos no mes­mo perío­do do ano pas­sa­do. O aler­ta foi feito nes­ta quin­ta-feira (28) pela Orga­ni­za­ção Pan-amer­i­cana da Saúde (Opas).

Brasil, Argenti­na e Paraguai, segun­do a enti­dade, respon­dem por mais de 90% dos casos e por mais de 80% das mortes por dengue nas Améri­c­as. Dados da Opas mostram que o Brasil aparece em primeiro lugar no rank­ing, com 2.966.339 casos e 758 mortes, segui­do pelo Paraguai, com 191.923 casos e 50 mortes, e pela Argenti­na, com 134.202 casos e 96 mortes.

Em cole­ti­va de impren­sa, o dire­tor-ger­al da Opas, Jar­bas Bar­bosa, clas­si­fi­cou a situ­ação no con­ti­nente como pre­ocu­pante. Ele lem­brou que mes­mo país­es como Bar­ba­dos, Cos­ta Rica e Guatemala, onde os sur­tos de dengue geral­mente acon­te­cem no segun­do semes­tre, já relatam aumen­to de casos da doença. Por­to Rico, por exem­p­lo, decre­tou situ­ação de emergên­cia por dengue no iní­cio da sem­ana.

Jar­bas desta­cou que, em 2024, os qua­tro soroti­pos da dengue cir­cu­lam pelas Améri­c­as e que, quan­do há cir­cu­lação de dois ou mais soroti­pos, o risco de casos graves aumen­ta con­sid­er­av­el­mente. Até o momen­to, dados da Opas indicam que pelo menos 21 país­es do con­ti­nente já repor­taram cir­cu­lação de mais de um sorotipo, incluin­do o Brasil.

Para o dire­tor-ger­al da Opas, as causas ambi­en­tais desem­pen­ham “papel fun­da­men­tal” no cenário epi­demi­ológi­co iden­ti­fi­ca­do nas Améri­c­as. Jar­bas citou, como exem­p­lo, as altas tem­per­at­uras, as ondas de calor e as secas inten­sas que lev­am a pop­u­lação a armazenar água de for­ma inad­e­qua­da, além de inun­dações que con­tribuem para o aumen­to da cir­cu­lação do mos­qui­to vetor.

Ques­tion­a­do se não seria o caso de declarar emergên­cia em saúde públi­ca de inter­esse inter­na­cional, como acon­te­ceu com o vírus Zika em 2016, Jar­bas expli­cou que se tratam de cenários bas­tante dis­tin­tos. Em 2016, segun­do ele, a emergên­cia foi dec­re­ta­da em razão de uma forte relação entre o vírus Zika e casos de micro­ce­falia em bebês cujas mães foram infec­tadas.

“A OMS [Orga­ni­za­ção Mundi­al da Saúde], de for­ma acer­ta­da, declar­ou a emergên­cia até que pudésse­mos ter uma avali­ação do que esta­va acon­te­cen­do”, disse. “Na dengue, a úni­ca novi­dade é o aumen­to na trans­mis­são, mas não há mudança na expressão clíni­ca da doença ou nos sin­tomas”, com­ple­tou.

“A dengue é um desafio impor­tante. Quan­do temos uma epi­demia, a cir­cu­lação é tão forte que quase todas as pes­soas têm con­ta­to com aque­le sorotipo. Depois, pas­samos um perío­do de três ou qua­tro anos até que ten­hamos out­ro sur­to. Parece que a doença desa­pare­ceu, foi emb­o­ra”, con­cluiu Jar­bas, ao destacar a neces­si­dade de pro­gra­mas per­ma­nentes nas Améri­c­as para iden­ti­ficar pre­co­ce­mente novos sur­tos.

Edição: Valéria Aguiar

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