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Deputada baiana lança livro Mulher preta na política

Repro­dução: © Marce­lo Camargo/Agência Brasil

Lançamento será no Festival Latinidades, em Brasília, no sábado (8)


Pub­li­ca­do em 03/07/2023 — 07:40 Por Luiz Clau­dio Fer­reira — Repórter da Agên­cia Brasil — Brasília

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A dep­uta­da estad­ual Olívia San­tana (PCdoB-BA), de 56 anos, lança, no próx­i­mo sába­do (dia 8), no Fes­ti­val Latinidades, em Brasília (DF), o seu primeiro livro: Mul­her Pre­ta na Políti­ca (edi­to­ra Malê). O even­to acon­tece no anexo do Museu Nacional em Brasília. O fes­ti­val con­ta com o apoio da Empre­sa Brasil de Comu­ni­cação (EBC).

O livro abor­da, a par­tir das exper­iên­cias pes­soais e de pesquisa, as difi­cul­dades que mul­heres pre­tas têm de chegar e de se esta­b­ele­cer em car­gos ele­tivos. Segun­do a auto­ra, o livro tem ele­men­tos de auto­bi­ografia, mas tam­bém dialo­ga com exper­iên­cias de out­ras mul­heres negras que se can­di­dataram para o Exec­u­ti­vo ou para o Leg­isla­ti­vo. “Eu cito, inclu­sive as situ­ações de vio­lên­cia políti­ca que a gente vive”, disse, em entre­vista à Agên­cia Brasil.

A dep­uta­da, que tem mais de 35 anos de tra­jetória nas lutas soci­ais, chegou ao segun­do manda­to, com 92.559 votos, nas eleições de 2022. A primeira vitória para dep­uta­da con­tou com 57.755 votos.

“Eu sou a úni­ca dep­uta­da pre­ta da Assem­bleia Leg­isla­ti­va no esta­do mais negro do Brasil”, afir­mou a par­la­men­tar. “A pop­u­lação negra é maio­r­ia neste país e, mes­mo assim, a gente não tem a pre­sença refleti­da ade­quada­mente nos espaços de poder”.

O livro será lança­do tam­bém no Museu do Aman­hã (no Rio de Janeiro), no dia 15 de jul­ho, e na Casa Mul­her com a Palavra, no Insti­tu­to Goethe (em Sal­vador), em 25 de Jul­ho, Dia Inter­na­cional da Mul­her Negra Lati­no-Amer­i­cana e Cariben­ha.

De faxineira a deputada

A dep­uta­da, que é pro­fes­so­ra e ped­a­goga, tra­bal­hou, antes de chegar ao ensi­no supe­ri­or, como fax­ineira e meren­deira de uma esco­la. Encan­ta­da com o que via em uma sala de aula, resolveu estu­dar para ser docente.

Foi com difi­cul­dades que fez o cur­so de ped­a­gogia na Uni­ver­si­dade Fed­er­al da Bahia, ao mes­mo tem­po em que tra­bal­ha­va na fax­i­na. “Imag­inem o que faz uma uni­ver­si­dade na cabeça de uma fax­ineira, fave­la­da e inqui­eta”, escreveu na intro­dução do livro.

Minoria

Ela lamen­ta que dos 63 dep­uta­dos da Assem­bleia Leg­isla­ti­va da Bahia, por exem­p­lo, as mul­heres con­tin­uem sendo mino­ria. “Em 2018, nós éramos dez mul­heres e eu era a úni­ca mul­her pre­ta.

Ago­ra, só oito mul­heres foram eleitas, ape­sar de não ter as mes­mas fer­ra­men­tas que os meus cole­gas home­ns tin­ham para faz­er a cam­pan­ha”.

Mes­mo com manda­to, ela perce­beu momen­tos em que era preteri­da. “A gente sabe quan­do o racis­mo e o machis­mo se artic­u­lam para deixar a gente de fora, ou para a gente ter menos garan­tia de emen­das par­la­mentares”.

Além dis­so, ela iden­ti­fi­ca que o racis­mo se apre­sen­ta em difer­entes faces. A par­la­men­tar recor­da, inclu­sive, episó­dios em que eleitores estran­havam o fato de ela ser can­di­da­ta ou par­la­men­tar.

“Nós somos tão pou­cas nos espaços de poder, his­tori­ca­mente asso­ci­a­dos a home­ns bran­cos. Essa con­strução serve tam­bém como um paredão para nos iso­lar dess­es espaços e for­matar um imag­inário cole­ti­vo”.

Olívia San­tana foi secretária de Edu­cação e Cul­tura de Sal­vador, e pelo Esta­do da Bahia, atu­ou nas sec­re­tarias de Políti­ca para Mul­heres e de Tra­bal­ho, Emprego, Ren­da e Esporte.

Serviço

Lança­men­to do livro Mul­her Pre­ta na Políti­ca, de Olívia San­tana

Data: 8 de jul­ho de 2023, às 14h

Fes­ti­val Latinidades — Anexo do Museu Nacional, em Brasília

Edição: Graça Adju­to

LOGO AG BRASIL

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