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Desastres climáticos causaram 220 milhões de deslocamentos em 10 anos

Informação é de relatório divulgado nesta terça pelo Acnur

Lety­cia Bond — Repórter da Agên­cia Brasil
Pub­li­ca­do em 12/11/2024 — 07:48
São Paulo
Refugiados da região de Kassai, na República Democrática do Congo, chegam a Lóvua, no norte de Angola
Repro­dução: © Acnur/Rui Padil­ha

Atual­mente, 90 mil­hões do total de 123 mil­hões de pes­soas deslo­cadas à força vivem em país­es com alto ou extremo nív­el de suscetibil­i­dade a riscos rela­ciona­dos ao cli­ma. Isso sig­nifi­ca que a quan­ti­dade de pes­soas que enfrentam ess­es cenários mais agu­dos aumen­tou cer­ca de 5 mil­hões somente na vira­da de 2023 para 2024.

Os dados con­stam do relatório Sem escap­atória: na lin­ha de frente das mudanças climáti­cas, con­fli­tos e deslo­ca­men­to força­do, divul­ga­do nes­ta terça-feira (12) pelo Alto Comis­sari­a­do das Nações Unidas para Refu­gia­dos (Acnur), durante a 29ª Con­fer­ên­cia das Partes da Con­venção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáti­cas (COP29) em Baku, no Azer­bai­jão. O doc­u­men­to é resul­ta­do do tra­bal­ho de diver­sas enti­dades como Alp Ana­lyt­i­ca, Grupo Con­sul­ti­vo para Pesquisa Agrí­co­la Inter­na­cional, Ini­cia­ti­va CGIAR sobre Frag­ili­dade, Con­fli­to e Migração, Con­sel­ho Alemão de Relações Exte­ri­ores, Insti­tu­to Norueguês de Assun­tos Inter­na­cionais e Rede de Aju­da Comu­nitária e Asso­ci­ação de Respos­ta de Dadaab.

A agên­cia da ONU tam­bém desta­ca que quase metade das pes­soas deslo­cadas à força está sujei­ta não ape­nas à frag­iliza­ção cau­sa­da pelos dese­qui­líbrios climáti­cos mas, simul­tane­a­mente, pela vio­lên­cia ori­un­da de con­fli­tos. Como exem­p­los, são cita­dos no doc­u­men­to o Sudão, a Síria, o Haiti, a Repúbli­ca Democráti­ca do Con­go, o Líbano, Mian­mar, a Etiópia, o Iêmen e a Somália.

Os espe­cial­is­tas desta­cam que, na últi­ma déca­da, desas­tres asso­ci­a­dos ao cli­ma foram causa de 220 mil­hões deslo­ca­men­tos inter­nos -, o que dá cer­ca de 60 mil por dia. Ao todo, no ano pas­sa­do, mais de um quar­to dess­es deslo­ca­men­tos ocor­reram em um con­tex­to que tam­bém soma­va con­fli­tos como ele­men­to com­pli­cador.

“Esse deslo­ca­men­to pode ser tem­porário ou pro­lon­ga­do, com as pes­soas, muitas vezes, ten­tan­do per­manecer o mais próx­i­mo pos­sív­el de suas comu­nidades, com o obje­ti­vo de retornar à sua ter­ra e às suas casas na primeira opor­tu­nidade disponív­el”, obser­vam.

Para as próx­i­mas décadas, o prenún­cio não é de mel­ho­ra. Na avali­ação das enti­dades que colab­o­raram com a pro­dução do relatório, “os riscos para as pes­soas deslo­cadas e seus anfitriões crescerão sig­ni­fica­ti­va­mente”.

“Até 2040, o número de país­es enfrentan­do peri­gos climáti­cos extremos deve subir de três para 65, a grande maio­r­ia dos quais hospe­da pop­u­lações deslo­cadas. O calor extremo tam­bém aumen­tará sig­ni­fica­ti­va­mente, com a maio­r­ia dos assen­ta­men­tos e cam­pos de refu­gia­dos pro­je­ta­da para exper­i­men­tar o dobro de dias com calor perigoso até 2050”, pre­veem, acres­cen­tan­do que até o final de 2023 mais de 70% dos refu­gia­dos e solic­i­tantes de asi­lo eram prove­nientes de país­es alta­mente vul­neráveis ao cli­ma, que tam­bém estão menos prepara­dos para enfrentar a situ­ação.

O Acnur lem­bra que país­es clas­si­fi­ca­dos como extrema­mente frágeis recebem ape­nas US$ 2,10 por pes­soa em finan­cia­men­to anu­al per capi­ta para adap­tação. Out­ra infor­mação rel­e­vante é que somente em 25 das 166 Con­tribuições Nacional­mente Deter­mi­nadas (CNDs) — com­pro­mis­sos que os país­es assumem para reduzir suas emis­sões de gas­es de efeito est­u­fa — eram elen­cadas medi­das palpáveis quan­to a deslo­ca­men­tos provo­ca­dos por mudanças climáti­cas e desas­tres.

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