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Dia da Imunização: conheça o serviço dos centros de vacinas especiais

Pessoas vulneráveis têm direito de receber vacinas diferenciadas

Tâmara Freire — Repórter da Agên­cia Brasil
Pub­li­ca­do em 09/06/2025 — 07:02
Rio de Janeiro
Vacinação drive thru na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), zona norte do Rio. A cidade do Rio de Janeiro retoma hoje (25) sua campanha de aplicação da primeira dose da vacina contra a covid-19 em idosos da população em geral.
Repro­dução: © Tânia Rêgo/Agência Brasil

Além dos mais de 20 imu­nizantes que o Sis­tema Úni­co de Saúde (SUS) ofer­ece nas unidades bási­cas de todo o Brasil, algu­mas pes­soas mais vul­neráveis a infecções têm dire­ito a rece­ber out­ras vaci­nas ou ver­sões difer­en­ci­adas, ofer­e­ci­das nos cen­tros de Refer­ên­cia de Imuno­bi­ológi­cos Espe­ci­ais (Crie).

Nem todo mun­do, no entan­to, con­hece o serviço, aler­ta a pres­i­dente da Sociedade Brasileira de Imu­niza­ções (Sbim), Môni­ca Levi

“Os endocri­nol­o­gis­tas têm que saber que aque­le paciente dia­béti­co tem dire­ito a uma série de vaci­nas que não têm na roti­na e que eles são mais vul­neráveis a essas doenças… Assim como os pacientes com car­diopa­tias crôni­cas, os pneu­mopatas crôni­cos, pacientes em trata­men­to oncológi­co. Infe­liz­mente, é um descon­hec­i­men­to não só da pop­u­lação, como tam­bém dos profis­sion­ais de saúde.”

O jor­nal­ista Rodri­go Farhad rece­beu o diag­nós­ti­co de dia­betes tipo 1 há dois anos, e sem­pre se pre­ocupou em man­ter a carteira de vaci­nação em dia, mas nun­ca foi ori­en­ta­do a faz­er algu­ma vaci­nação espe­cial por causa da sua condição:

“Na época da pan­demia, eu me lem­bro de acom­pan­har o meu fil­ho, que tam­bém tin­ha dia­betes, à vaci­nação e que ele foi um dos primeiros públi­cos a serem vaci­na­dos con­tra a covi-19 em razão da comor­bidade. Mas não me lem­bro desse acon­sel­hamen­to, de que ele dev­e­ria tomar out­ras vaci­nas. E no meu caso, ninguém nun­ca me acon­sel­hou nem a procu­rar um pos­to de saúde para ver­i­ficar se a min­ha vaci­nação nor­mal está em dia”

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De acor­do com as ori­en­tações do Min­istério da Saúde, além de tomar as vaci­nas pre­vis­tas no cal­endário bási­co, pes­soas com dia­betes devem sem­pre se pro­te­ger con­tra a influen­za e rece­ber a vaci­na pneu­mocóc­ci­ca 23, que ofer­ece pro­teção con­tra 23 tipos de bac­térias pneu­mo­co­co, que causam infecções nos pul­mões, ouvi­dos e tam­bém sepse e menin­gite. 

Essa vaci­na só está disponív­el nos Cries e tam­bém é recomen­da­da para pes­soas com doenças como asma grave, car­diopa­tias crôni­cas, doença neu­rológ­i­ca crôni­ca inca­pac­i­tante ou fibrose cís­ti­ca, que vivem com HIV ou em trata­men­to de câncer, entre out­ras situ­ações. Já o públi­co em ger­al têm à sua dis­posição a vaci­na pneu­mo-10, que pro­tege con­tra os dez tipos mais preva­lentes.

Môni­ca Levi expli­ca porque há essa difer­en­ci­ação. “Qual­quer infecção pode causar uma descom­pen­sação da doença de base, levan­do ao descon­t­role da dia­betes, da asma grave. Além dis­so, alguém com a imu­nidade muito baixa, seja por um trans­plante, seja por uma quimioter­apia, ou uma doença autoimune, muitas vezes essas pes­soas não mor­rem da doença em si, mas de uma infecção secundária. Então, é muito impor­tante levar em con­sid­er­ação o risco de as infecções serem mais graves e a taxa de óbito mais ele­va­da”.

Out­ro públi­co impor­tante dos Cries são os bebês pre­matur­os. A assis­tente social Yngrid Antunes, mãe de duas cri­anças nasci­das com pre­ma­turi­dade extrema, foi infor­ma­da sobre o serviço na Clíni­ca da Família do bair­ro onde mora. No Crie que fica den­tro da sede da Fun­dação Oswal­do Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro, os gêmeos Ísis e Lucas, hoje com 3 anos, rece­ber­am oito vaci­nas.

“O atendi­men­to foi muito bom e muito rápi­do. Eles pas­saram por uma con­sul­ta com a imu­nol­o­gista e ela me expli­cou como seri­am as dos­es para eles. O tra­bal­ho fez grande difer­ença, porque como eles são pre­matur­os, a atenção e o cuida­do têm que ser redo­bra­do. E lá eles tomaram uma dose especí­fi­ca para o peso deles”.

Pre­matur­os como Ísis e Lucas tam­bém pre­cisam rece­ber uma dose espe­cial das vaci­nas que pro­tegem con­tra dif­te­ria, tétano, coqueluche, menin­gite por haemophilus, hepatite e poliomielite, com um com­po­nente acelu­lar, o que não é necessário para as cri­anças nasci­das no tem­po nor­mal e que não têm out­ros riscos.

Brasília (DF), 09/06/2025 - Yngrid Antunes, o marido Felipe e os filhos Ísis e Lucas. Foto: Yngrid Antunes/Arquivo pessoal
Repro­dução: Yngrid Antunes, o mari­do Felipe e os fil­hos Ísis e Lucas que nasce­r­am pre­matur­os. Foto Yngrid Antunes/Arquivo Pes­soal

Os Cries tam­bém apli­cam as imunoglob­u­li­nas — imuno­bi­ológi­cos que con­têm anti­cor­pos já pron­tos para agir con­tra um pos­sív­el inva­sor de for­ma emer­gen­cial. Uma delas é a imu­glo­bi­na antitetâni­ca, admin­istra­da em recém-nasci­dos e pes­soas imun­od­e­fi­cientes que têm risco de con­tá­gio pela doença, por exem­p­lo. Já a imuno­glo­bi­na anti-hepatite B tam­bém é volta­da para viti­mas de vio­lên­cia sex­u­al, já que a doença pode ser trans­mi­ti­da por essa via.

Des­de fevereiro deste ano, o Brasil con­ta com uma Rede de Imuno­bi­ológi­cos para Pes­soas com Situ­ações Espe­ci­ais que pas­sou a coor­denar o tra­bal­ho dos Cries. O obje­ti­vo da rede é garan­tir que os imuno­bi­ológi­cos espe­ci­ais este­jam disponíveis para aten­der a pop­u­lação e pro­mover treina­men­to sobre o serviço para todos os profis­sion­ais de saúde do SUS.

A Sociedade Brasileira de Imu­niza­ções edi­ta uma pub­li­cação atu­al­iza­da com recomen­dações vaci­nais para pacientes com condições de saúde espe­ci­ais. Tam­bém está disponív­el no site do Min­istério da Saúde a sex­ta edição do Man­u­al dos Cries, com todos os critérios téc­ni­cos e ori­en­tações para a apli­cação dos imu­nizantes.

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