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Dia das Crianças na Flip: Sesc propõe mais histórias e menos telas

Programação tem contação para crianças e debate para adultos

Rafael Car­doso
Pub­li­ca­do em 12/10/2024 — 09:03
Rio de Janeiro
Rio de Janeiro (RJ) 12/10/2024 - Na Flip, Sesc apresenta literatura infantil como alternativa às telas Foto: Flip/Divulgação
Repro­dução: © lip/Divulgação

Livros em três dimen­sões, que são vivi­dos por meio de difer­entes sen­ti­dos: visão, tato, audição. Essa é a pro­pos­ta da Com­pan­hia Cos­tu­ran­do Histórias, que usa teci­dos na hora de con­stru­ir per­son­agens e cenários em tapetes. A nar­ra­ti­va é acom­pan­ha­da de músi­cas e core­ografias, que pren­dem a atenção de cri­anças e ado­les­centes.

“A gente colo­ca o tapete no cen­tro. E se for­ma uma roda, o que é uma for­ma bem intimista de con­tar a história. Olho no olho. Depois que as cri­anças e os jovens escu­tam as histórias, eles podem mex­er ness­es mate­ri­ais que a gente cos­tu­ra, nos per­son­agens e fol­hear os livros”, con­ta Daniela Fos­saluza, atriz, artesã e dire­to­ra da com­pan­hia.

A ativi­dade faz parte de uma pro­gra­mação espe­cial do Serviço Social do Comér­cio (Sesc) ded­i­ca­da ao públi­co infan­til na 22ª edição da Fes­ta Literária Inter­na­cional de Paraty – Flip. E con­verge com um dos focos da insti­tu­ição para esse ano: mostrar que a lit­er­atu­ra e a arte podem ser alter­na­ti­vas ao uso exces­si­vo de telas e dis­pos­i­tivos eletrôni­cos na infân­cia.

Rio de Janeiro (RJ) 12/10/2024 - Na Flip, Sesc apresenta literatura infantil como alternativa às telas Foto: Flip/Divulgação
Repro­dução: Na Flip, Sesc apre­sen­ta lit­er­atu­ra infan­til como alter­na­ti­va às telas Foto: Flip/Divulgação

A Com­pan­hia Cos­tu­ran­do Histórias é um cole­ti­vo de artis­tas em atu­ação há 25 anos. Eles visi­tam esco­las, recebem tur­mas de cri­anças em unidades do Sesc e par­tic­i­pam de feiras literárias. Com mais de 60 tapetes, eles cos­tu­mam ade­quar o repertório nos espetácu­los de acor­do com a faixa etária. Hoje (12), Dia das Cri­anças, o cenário é sobre o ‘Mapa de Pin­do­ra­ma’, nome dado pelos povos tupis-guara­nis à região que hoje é o Brasil.

“A par­tir do mapa vamos traz­er con­tos e lendas do Brasil. Apre­sen­tar histórias dos povos orig­inários, lendas pop­u­lares, mon­stros do fol­clore. Fize­mos um pacote que visi­ta as regiões do Brasil, os bio­mas, a fau­na. Tudo é rep­re­sen­ta­do no tapete”, diz Fos­saluza.

Programação

Para os pais e out­ros respon­sáveis, estão pre­vis­tas rodas de con­ver­sa com o tema “Telas e seus impactos na infân­cia”. Para­le­la­mente, cri­anças e ado­les­centes vão poder par­tic­i­par de out­ras ativi­dades, como a Mara­tona de Histórias, que apre­sen­ta con­tos de difer­entes tradições do Brasil e do mun­do.

Out­ra opção é a apre­sen­tação do Pal­haço Xuxu, inter­pre­ta­do pelo ator e dire­tor Luis Car­los Vas­con­ce­los. O per­son­agem brin­ca com a sim­pli­ci­dade do cotid­i­ano e a del­i­cadeza das emoções humanas. E tem ain­da a Bib­lioS­esc, bib­liote­ca móv­el que traz con­tação de histórias e ativi­dades sen­so­ri­ais.

“As bib­liote­cas móveis têm uma pro­gra­mação o ano inteiro ded­i­ca­da à for­mação de leitores, lidan­do com o públi­co infan­til, trazen­do um entreten­i­men­to de qual­i­dade. Elas aju­dam a desen­volver habil­i­dades pedagóg­i­cas, socioe­mo­cionais e rela­cionais. Tudo isso se faz por meio da lit­er­atu­ra, e dessa disponi­bil­i­dade de pro­por­cionar para a cri­ança e para o ado­les­cente uma exper­iên­cia difer­ente da que se tem no uso das telas”, diz Janaina Cun­ha, Dire­to­ra de Pro­gra­mas Soci­ais do Depar­ta­men­to Nacional do Sesc.

Ain­da nesse tema, a pro­gra­mação do Sesc já teve o lança­men­to ontem (11) da revista em quadrin­hos da Tur­ma da Mon­i­ca inti­t­u­la­da “O que acon­te­ceu no Limoeiro?”, que abor­da os aspec­tos neg­a­tivos do uso descon­tro­la­do dos dis­pos­i­tivos eletrôni­cos, e a importân­cia de val­orizar brin­cadeiras e inter­ações pres­en­ci­ais. Para a dire­to­ra do Sesc, não se tra­ta de proibir o uso das telas, mas de qual­i­ficar o tem­po de exposição e ofer­tar out­ras exper­iên­cias.

“A arte de con­tar histórias é impor­tante nesse sen­ti­do. É algo que você pode acom­pan­har em algum lugar, por meio de um profis­sion­al das artes cêni­cas. Mas você pode levar isso para den­tro de casa ou para uma praça. E out­ra coisa que é muito legal, as cri­anças podem ser con­vi­dadas a serem nar­rado­ras. Porque elas têm muitas histórias para con­tar, bas­ta que a gente se inter­esse por elas. Esse movi­men­to da não exposição às telas é um movi­men­to bilat­er­al, porque tam­bém não adi­anta só proibir, sem ter o que ofer­tar”, anal­isa Janaina.

A dire­to­ra da Com­pan­hia Cos­tu­ran­do Histórias com­ple­men­ta: é pos­sív­el colo­car em diál­o­go os difer­entes meios e lin­gua­gens, para que as cri­anças e ado­les­centes ten­ham um desen­volvi­men­to emo­cional e int­elec­tu­al mais saudáv­el.

“Nós esta­mos imer­sos no mun­do con­tem­porâ­neo, onde nós temos muitos meios e platafor­mas. E o livro tem o seu lugar espe­cial, ele é insub­sti­tuív­el. Quan­do a gente con­segue faz­er esse alin­ha­va, essa cos­tu­ra do livro com out­ros meios e lin­gua­gens, val­oriza a lit­er­atu­ra”, reflete Fos­saluza. “É impor­tante con­sid­er­ar a real­i­dade que cri­anças e jovens têm hoje das telas, sem abrir mão de apre­sen­tar para eles a arte­sa­nia e a trans­mis­são de nar­ra­ti­vas. Acho que pre­cisamos apos­tar nis­so: não aban­donar as tec­nolo­gias, mas cos­turá-las com o arte­sanal”.

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